Buenas!

Pouco mais de um mês se passou desde os jogos de ida e cá estamos para os confrontos que indicarão os dois finalistas do Estadual de Amadores. Naquela oportunidade, O Cancheiro conferiu a goleada do Metropolitano sobre o Grêmio Cachoeira. Como por lá a conta praticamente já foi liquidada, rumamos à Jaraguá do Sul, nesse feriado de Nossa Senhora de Aparecida, onde Flamengo e Rio do Ouro disputariam a outra vaga na decisão.

A semifinal entre os representantes das ligas Jaraguaense e Itajaiense, duas novidades no Estadual – e aqui no blog -, ficou em aberto após o triunfo do Rio do Ouro, em casa, por 1 a 0, com gol de Jadson. Para reverter a situação e levar a vaga para a comunidade do Garibaldi, o Flamengo precisa de uma vitória por dois ou mais tentos de diferença.

Se vencer por um gol, a decisão vai para a marca da cal. E, de lá, os jaraguaenses têm boas lembranças, já que venceram o Pirabeiraba nos pênaltis, na final da Copa Norte, que os credenciou para o Estadual. O Rio do Ouro, por sua vez, subiu o Vale do Itajaí e levou o caneco da Copa Interligas, após deixar para trás o Catarinense, de Vitor Meireles, o Flórida, de Blumenau, e o sempre forte Floresta, de Pomerode, na final, com um imponente 3 a 0 em Itajaí.

Precisando do resultado, a equipe rubro-negra começou, de forma natural, impondo seu ritmo. Foram ao menos três boas chances em bolas paradas, mas faltava precisão. Até que, aos 14, Giovani levantou na área, a princípio nas mãos do goleiro Nei, que saiu para afastar, mas Naldo se antecipou e deu um leve toque, o suficiente para tirar do arqueiro e abrir a contagem.

Com o placar agregado rigorosamente igual, o Rio do Ouro deixou de lado uma certa cera inicial e partiu para o jogo. Ainda assim, quem seguiu chegando com mais intensidade e perigo foram os donos da casa. Tanto que, aos 28, saiu a virada: Matheus levantou no meio da área, a defesa não afastou e só assistiu Bobi aparecer livre e mandar primeiro na trave e, depois de pegar o próprio rebote, para as redes.

Foi necessário estar atrás do placar para que os visitantes acordassem para partida. E aí, com bola no chão, decidiram abrir fogo contra a meta de Rodrigão. Se até então não haviam finalizado uma só vez, nos três minutos seguintes foram três arremates: no primeiro, Jadson pegou de canhota e mandou à esquerda da meta; na sequência, foi a vez de Aldinho, de bico, mandar sobre o travessão; até que, aos 32, Diguinho pegou na veia, da entrada da área, e mandou no cantinho de Rodrigão, que até esticou, mas nada pôde fazer.

O duelo, que vinha se mostrando num bom nível técnico e repleto de emoções, se perdeu completamente aos 36 minutos, quando irrompeu uma briga generalizada. Após uma falta comum, no meio da cancha, os ânimos se exaltaram dentro de campo e, aos poucos, a discussão foi chegando aos bancos de reservas. Mas o negócio pegou fogo mesmo quando torcedores – que sequer estavam identificados com o Flamengo – provocaram os jogadores e dirigentes do Rio do Ouro, que chegaram a subir o alambrado para revidar – no meio das cenas lamentáveis, até um facão saiu de dentro do vestiário.

Foram necessários quinze minutos para controlar a situação e mais quinze de espera até que chegasse reforço policial. Com tudo sob controle, Vanderlei Faedo expulsou dois atletas de cada lado: Mano e Nininho, do Flamengo, e Luisinho e Diguinho, pelo Rio do Ouro, além do técnico Francisco Scheuer, da equipe de Jaraguá do Sul.

Com nove para cada lado e espaço de sobra, o jogo, que já vinha numa boa pegada, ganharia contornos ainda mais emocionantes, certo? Ledo engano. O tempo parado serviu para esfriar completamente as duas equipes. O clima caliente fora de campo não se repetiu com a bola rolando e o placar não se alterou nos minutos que faltavam até o intervalo.

Nos 45 restantes, tampouco tivemos novas emoções. Flamengo e Rio do Ouro bem que tentaram, alternando bons momentos na etapa final, mas passaram longe daquele ímpeto da primeira meia hora inicial. Ambos priorizaram a defesa e evitaram ceder quaisquer espaços que seriam naturais com nove para cada lado, levando a decisão para uma inevitável disputa de pênaltis.

Mais fotos dos 90 minutos

Sob as traves, brilharam as estrelas dos arqueiros Nei e Rodrigão. Da marca da cal, porém, o goleiro do Rio do Ouro não teve a mesma sorte e desperdiçou o pênalti decisivo, que classificaria sua equipe para a final. Após mais duas cobranças alternadas para cada lado, foi Rodrigão quem levou a melhor e, de forma inédita, colocou o Flamengo na final do Estadual de Amadores.

Veja todos os 14 pênaltis

Enquanto isso, o Metropolitano já havia vencido o Grêmio Cachoeira novamente e esperava aflito o desenrolar de toda essa novela. Com tudo definido, já é sabido que nos faremos presentes novamente em Jaraguá do Sul, dia 2 de novembro, e em Nova Veneza, oito dias depois, para conhecer o grande campeão catarinense de futebol não-profissional.

O Fla brigará pelo título inédito, enquanto o Metrô vai em busca do tricampeonato. E O Cancheiro, pelo quarto ano seguido, estará acompanhando todos os detalhes da decisão – dessa vez em 180 minutos.

Até lá e aquele abraço!