Salve!
Os caminhos do blog nesse encharcado final de semana nos levaram para o Norte de Santa Catarina. Por lá, a tradicionalíssima Liga Joinvilense de Futebol teve seus dois duelos semifinais decididos, com uma peleia no sábado e outra no domingo. A primeira, abrindo os trabalhos, colocou frente a frente o atual campeão Pirabeiraba e a Aviação, em seu primeiro ano de volta à elite.



Se a Cidade das Flores, dos Príncipes e da Dança – e mais uma pá de coisas – já fica 180 quilômetros a Norte da Capital, nosso destino, em especial, foi ainda mais além. A poucos minutos da divisa com o Paraná, desci às margens da BR 101 e adentrei o Distrito de Pirabeiraba, rumo ao Estádio Oscar Castella, a casa do atual campeão joinvilense.

Apesar da cancha ser novidade por aqui, a equipe local já é conhecida do blog. A própria conquista do caneco da Liga, em plena Arena Joinville, foi contada nos mínimos detalhes por essas páginas. No atual certame, o Pirabeiraba chegou às semifinais de forma invicta e liderou o Grupo B da segunda fase, fato que rendeu a vantagem de decidir a vaga na final em casa e jogar pelo empate em uma possível prorrogação.

Visitante da tarde e postulante à surpresa na final, a equipe da Aviação volta à elite depois de conquistar o vice-campeonato da Segundona em 2016. Ao contrário dos mandantes, o time do Cubatão se classificou aos trancos e barrancos, com emoção até a última rodada da segunda rodada, quando goleou o Morro do Amaral e contou com uma ajudinha do América para segurar o Operário. E com imensa satisfação, portanto, que o blog tem a oportunidade de incluir a simpática equipe da Aviação na listinha justamente em um momento histórico do clube.


No ida de semifinal, disputada à beira da pista do Aeroporto de Joinville, no Estádio Osvaldo de Oliveira Cercal, o Pirabeiraba descolou uma vitória por 3 a 2 e uma excelente vantagem para administrar em casa. Além de jogar pelo empate, a equipe alvirrubra ainda pode perder por qualquer resultado, já que o saldo de gols não é levado em conta nessa fase, que vai para a prorrogação com o direito de poder empatar.


Com tamanha vantagem, o Pirabeiraba começou a partida mais tranquilo, deixando a equipe visitante propor as ações e se preocupando apenas em se defender. Até os 20 minutos, só deu Aviação. Vilsão tentou de cabeça, Baixo finalizou da entrada da área por cima, Secco ganhou no corpo da marcação e cabeceou sem direção, mas nada de gol.



Quando passou a ter um maior ímpeto ofensivo, os locais acharam brechas e assustaram. Aos 22, após troca de passes, Cupim bateu cruzado e Baixo completou para o gol; a bola já tinha passado pelo goleiro, mas incrivelmente parou numa poça defronte à meta, praticamente em cima da linha, e não entrou – apesar do susto, já havia sido assinalado impedimento. Melhor na partida, o Pirabeiraba tirou o zero do placar aos 36, quando Rodrigo Canoinhas subiu mais alto que todo mundo e testou com força para o fundo do gol.

A Aviação ainda tentou correr atrás do empate antes do intervalo em chutes de Rafael Carioca, desviado, e Vando, que tentou bater colocado, mas mandou nos braços de Lucas. Com postura semelhante, os visitantes voltaram para a etapa final com a mesma ofensividade. Marquinhos, egresso do banco no intervalo, tabelou com Vando pelo meio, abriu para o chute e mandou de longe; a pelota ainda raspou no gramado molhado, ganhou velocidade e passou por baixo de Lucas.

Na base do abafa, a esquadra do Cubatão precisou de apenas três minutos mais para chegar à virada. Buscando o jogo por todos os lados, Secco encontrou Vilsão no meio área, que escorou para Marquinhos chegar de trás e levar um rapa de Vanclei. Apesar do lance ter acontecido exatamente sobre a linha da grande área, Vanderlei Faedo não teve dúvidas e assinalou pênalti. Rafael Carioca, o camisa 10 e faixa da Aviação, bateu à meia altura e se valeu da indecisão de Lucas para concretizar a virada-relâmpago – veja no vídeo abaixo.

Com a vitória parcial dos visitantes, o duelo ia se encaminhando para a prorrogação. Como o saldo de gols não conta como critério de desempate, a Aviação se mostrou satisfeita com o placar e decidiu se segurar lá atrás. Ao natural, o Pirabeiraba partiu para o ataque, tentando de todas as formas chegar ao empate. Apesar disso, os locais só assustaram mesmo nos acréscimos dos 90 regulamentares, quando Fabinho completou um cruzamento contra o seu próprio patrimônio e obrigou o parceiro Alessandro a praticar um verdadeiro milagre; a bola ainda beijou o travessão e ficou viva no mini potreiro que havia virado a pequena área, até que o próprio Fabinho apareceu para afastar.

Findado o tempo regulamentar, a lógica da partida se inverteu totalmente para os 30 extras. Agora era a Aviação que teria que correr atrás do resultado, já que o empate classificaria os locais. A tarefa ficou ainda mais difícil quando, logo aos dois minutos, após um chutão para o alto, Chico derrubou Miguel na área e o juizão novamente cravou a penalidade. Toreti foi para a cobrança e abriu a contagem da prorrogação.
A Aviação não se abateu e voltou a correr atrás do resultado. De tanto pressionar, o empate na prorrogação veio ainda antes de virar os lados. Aos 11, após um bate-rebate na área, a pelota sobrou à feição para Chico bater colocado, fora do alcance de Lucas, e se redimir da penalidade cometida minutos antes.

Sem conceder tempo para maiores ajustes, Vanderlei Faedo apenas orientou a troca de lados no intervalo da prorrogação e a partida seguiu para 15 minutos de ataque contra defesa. Logo aos 3, o lance que prendeu a respiração de todos os locais: Secco puxou um ataque pelo meio e abriu para Marquinhos, na cara do gol, mas Lucas saiu bem e cresceu para cima do meia, fechando o ângulo. A bem montada retaguarda local rechaçava qualquer tentativa dos visitantes. No contra-ataque, Josi ainda quase acabou com a conversa, mas novamente o gramado encharcado se tornou algoz do Pirabeiraba.


O lamaçal que havia virado o gramado, pelo contrário, acabou virando um ingrediente a mais da festa do Pirabeiraba após o último silvo do apito de Vanderlei Faedo. Depois de uma sufocante e dramática classificação, os atletas rubros comemoraram se jogando no gramado e dando peixinhos em meio à lama.


Mais fotos da peleia (curta a página do blog no Facebook para conferir a galeria completa durante a semana)

O 3 a 2 no placar dos 120 minutos não foi suficiente para que a Aviação aprontasse para cima do Pirabeiraba. O resultado coloca mais uma vez a equipe do Norte Joinvilense na finalíssima do Municipal, com passaporte carimbado para a Arena. O adversário sairia no domingo – e lá iria O Cancheiro -, mas as chuvas se intensificaram e prejudicaram o gramado do Estádio Sadalla Amin Ghanem a ponto da partida entre América e Tupy ser adiada.
A decisão, marcada para o dia 21, deverá ter a cobertura do blog, caso também não seja adiada. Antes disso, um feriadão repleto de futebol se avizinha.
Até lá e aquele abraço!
[…] Depois de conferir a primeira semifinal da Liga Joinvilense no Distrito de Pirabeiraba – um jogaço, diga-se de passagem -, a expectativa era rumar ao América, onde os locais encarariam a Tupy. A chuva, que já havia […]
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[…] Para compensar, contamos todos os dramáticos 240 minutos dos jogos de volta das semifinais. No distrito de Pirabeiraba, os atuais campeões, invictos até então, foram surpreendidos pela Avia…. Tempo, esse, que também se fez presente na patrolada que a Tupy deu para cima do América, até […]
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[…] o campeonato acabasse hoje, faltando três rodadas, ambas equipes estariam rebaixadas. A Aviação, que quase beliscou uma vaguinha na final do ano passado, inexplicavelmente tem a situação mais dramática. Apesar do excelente plantel montado para a […]
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