Salve!
O Cancheiro retornou ao Norte de Santa Catarina para cumprir a segunda parte da jornada dupla que havia ficado pendente na última semana. Depois de conferir a primeira semifinal da Liga Joinvilense no Distrito de Pirabeiraba – um jogaço, diga-se de passagem -, a expectativa era rumar ao América, onde os locais encarariam a Tupy. A chuva, que já havia nos infortunado no sábado, persistiu e se intensificou no domingo, adiando o confronto.



Ainda que o tempo não se firmasse de vez, regressamos a Manchester Catarinense para enfim marcar presença nesse duelo entre esquadras pra lá de históricas. América e Tupy marcaram época não só nas canchas locais, como de todo o Estado. O primeiro já conquistou cinco vezes o Campeonato Catarinense entre os profissionais, até que se fundiu com o Caxias e deu luz ao Joinville Esporte Clube. Nos anos 90, de volta à era amadora, o clube foi bicampeão do Estadual Não-Profissional – do qual o próprio será sede da edição de 2017, no mês que vem. Foi pelo Estadual, também, que o América estreou por essas páginas, na derrota para o Guarani, em São Miguel do Oeste.



Debutando por aqui, a Tupy também possui uma invejável história, voltada especialmente para as canchas amadoras. Apesar de uma rápida passagem no futebol profissional, com uma boa campanha em 1964, o grande foco do clube ao longo dos anos foram os torneios da liga local, da qual é o maior campeão com 16 canecos – um a mais que o próprio América, o rival dessa tarde. Fora dos limites municipais, o time chegou a ganhar três Copas Norte, mas nunca chegou a levantar a taça do Estadual de Amadores – 2012 foi o ano que a equipe foi mais longe, perdendo a decisão para o Mãe Luzia, de Criciúma.


Apesar do equilíbrio histórico no quesito número de títulos, na atual edição quem vem sobrando é o América. Dono da melhor campanha até as semifinais, o Galo somou nada menos do que dez pontos a mais que o rival. Mas como o retrospecto não entra em campo, a Tupy surpreendeu na partida de ida, sob seus domínios, e venceu pelo placar mínimo, tirando a invencibilidade do América e levando uma excelente vantagem para o jogo de volta.


Jogando pelo empate, a Tupy entrou em campo disposta a se livrar da bola ao mínimo perigo. O experiente escrete do América soube aproveitar e partiu para cima. Na primeira chegada, a equipe descolou uma falta perigosa pela direita; Coxinha bateu de canhota e Vitali salvou com a pontinha dos dedos. A pressão persistiu, com chutes de Leandro e Lima, que passaram à direita e à esquerda da meta, respectivamente. Aos 8, o que parecia inevitável: Serginho cobrou falta na área, a defesa afastou, mas, no rebote, sobrou para o matador Lima, livre na pequena área, se jogar na bola de carrinho e empurrar de mansinho a pelota para as redes.


O resultado – ou qualquer vitória do América – levaria a disputa para a prorrogação, onde a vantagem do empate passaria para o colo dos locais. Ciente disso, a Tupy acordou para a partida e equilibrou as ações, mas só conseguiu finalizar pela primeira vez aos 27, num chute cruzado de Carlinhos. Um minuto depois, porém, a experiente equipe da casa aproveitou os espaços e deu o troco: Lima ajeitou para Felipe Coxinha, que cortou para a canhota e mandou um balaço na trave; no rebote, a bola caiu nos pés de Leandro, que só teve o trabalho de empurrar para o gol – e ainda quase perdeu, pois o chute saiu mascado.



Mesmo com a vantagem por 2 a 0, o América seguiu no ataque e ainda registrou mais duas grandes chances na primeira etapa, após os 40. Na primeira, após cruzamento à meia altura de Serginho, Melô se abaixou para cabecear e mandou nos braços do goleiro. Logo depois, Leandro tabelou com Paraná e chutou colocado, buscando o cantinho, mas a bola se perdeu pela linha de fundo.


Nos primeiros minutos da etapa final do tempo regulamentar, o Galo da Zona Norte seguiu mostrando sua força. Felipe Coxinha novamente engatilhou a canhota e disparou um petardo rasante, com destino certo, mas Vitali foi buscar lá no cantinho. A Tupy respondeu com uma jogada de laterais: Victor avançou sozinho pela esquerda, enfiou na área e ela sobrou para Regi, do outro lado, chegar livre, mas isolar. Pouco depois, foi a vez de Victor ficar livre, cara a cara com o goleiro, mas ele encheu o pé e acertou a rede, pelo lado de fora.

O segundo tempo, que teve sua primeira meia-hora de jogo franco e aberto, foi substituído por uma tremenda bizarrice, fruto do regulamento nada competitivo. Enquanto o América tocava de lado, a Tupy simplesmente caminhava em campo e observava. Faz sentido, visto que era mais fácil fazer um gol nos 30 minutos de prorrogação do que dois nos últimos 15 de jogo.


Como não poderia deixar de ser, as descansadas equipes retornaram para o tempo extra com outro ritmo, muito mais frenético que os modorrentos minutos finais do tempo regulamentar. Com a bola no chão, a primeira chance só foi criada aos 11. E foi fatal. Touché recebeu bola enfiada, brigou e ela sobrou para o matador Anderson enquadrar o corpo e bater na saída de Bambam, marcando o primeiro para a Tupy, o suficiente para mudar de mãos a vaga.


Antes de virar os lados, ainda teve tempo para uma pressãozinha da Tupy. Os quinze finais e derradeiros minutos começaram com o América no modo ultra-ofensivo. Aos 6, com todo mundo no ataque, Kiko foi desarmado e a bola chegou em Touché, pela direita; ele enfiou para Anderson, que ficou frente a frente com Bambam, parou, fingiu o chute, deu um banho de frieza e rolou para Douglas apenas completar para o gol vazio. Anderson, o artilheiro do campeonato, ainda teve tempo para mais um ato de seu show: no lance seguinte, novamente com total liberdade, finalizou de cavadinha e encobriu Bambam, dando números finais ao surpreendente placar da prorrogação: 3 a 0 para a classificada Tupy.


De forma épica, a Tupy volta à decisão da Liga e ao protagonismo no futebol joinvilense. Com uma semana para se preparar, desafio agora é desbancar a outra equipe que havia chegado invicta às semis, o atual campeão Pirabeiraba. O embate será em jogo único, na Arena Joinville, no próximo sábado.



E mais uma vez o América sucumbe na hora H. Líder na primeira fase, melhor campanha sacramentada na segunda fase, melhor nos 90 minutos do jogo de volta das semifinais, o escrete alvirrubro foi vacilar justamente meia-hora decisiva. Já tinha sido assim ano passado, quando a equipe dona da melhor campanha teve que se contentar com o vice. Agora, o foco se volta completamente para o Estadual, do qual o Galo da Zona Norte será o anfitrião.
Mais fotos dos 120 minutos de jogo (curta a página do blog no Facebook para conferir a galeria completa, com mais de 100 fotos, que será postada por lá durante a semana)
Estadual, aliás, que, assim como na duas últimas edições, terá a cobertura completa do blog. Que tragamos uma melhor sorte para o América, já que, em três jogos por aqui, a equipe rubra contrariou todo seu retrospecto vitorioso e registrou três derrotas e três eliminações.
Antes disso, tem a grande decisão da Primeirona, no próximo sábado, na Arena Joinville. O Cancheiro, é óbvio, não poderia ficar de fora dessa. Antes ainda, já nesse domingo, tem a final da Copa Interligas da Grande Floripa, com a definição de um dos possíveis adversários do América no Estadual.
Sigamos com essa agenda repleta de decisões e até logo!
[…] A nossa cobertura no principal e mais charmoso certame da Liga Joinvilense começou tardiamente. Para compensar, contamos todos os dramáticos 240 minutos dos jogos de volta das semifinais. No distrito de Pirabeiraba, os atuais campeões, invictos até então, foram surpreendidos pela Aviação e só garantiram a vaga após um empatezinho chorado no tempo extra. Tempo, esse, que também se fez presente na patrolada que a Tupy deu para cima do América, até ent…. […]
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[…] fazer os rivais cansarem para uma futura prorrogação – se o Volta Redonda tivesse visto o jogo da Tupy, na semifinal da Primeirona, jamais arriscaria buscar um empate e se pouparia completamente para o tempo […]
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