Buenas!
Como não poderia deixar de ser, O Cancheiro aproveitou o sabadão para rumar ao Norte do Estado e conferir a finalíssima da Primeirona Joinvileense. De um lado, o time que carrega no peito uma comunidade, um distrito, o Pirabeiraba. Do outro, a Tupy, uma equipe de operários, que concilia a lida diária com a prática do esporte bretão. Duas grandes e históricas agremiações peleando pelo título em uma cancha a sua altura: a Arena Joinville.



A nossa cobertura no principal e mais charmoso certame da Liga Joinvilense começou tardiamente. Para compensar, contamos todos os dramáticos 240 minutos dos jogos de volta das semifinais. No distrito de Pirabeiraba, os atuais campeões, invictos até então, foram surpreendidos pela Aviação e só garantiram a vaga após um empatezinho chorado no tempo extra. Tempo, esse, que também se fez presente na patrolada que a Tupy deu para cima do América, até então dono da melhor campanha.
Ainda que de formas opostas, porém igualmente emocionantes, Pirabeiraba e Tupy chegaram à decisão com todos os méritos possíveis. O primeiro defendendo a agora melhor campanha, com 70% de aproveitamento, contra um rival que busca manter a supremacia em títulos e conquistar nada menos que seu décimo-sétimo caneco. No confronto direto, aliás, o melhor momento pesou para o lado da equipe rubra que, em três jogos, venceu os dois sob seus domínios e empatou na Associação da Tupy.




A lógica da final, entretanto, era completamente diferente de tudo que se passou até agora no certame. Além de ser em campo neutro, os 90 minutos do jogo único não ofereceriam vantagem a nenhuma das duas equipes – caso a decisão fosse para a prorrogação, aí sim a melhor campanha daria a vantagem do empate ao Pirabeiraba.

Ao contrário daquela final extremamente aberta do ano passado, que rendeu o caneco ao Pira em um jogaço de oito gols, a partida desse ano começou truncada e disputada no meio de campo. Aos poucos, depois de ambos se estudarem, foi a Tupy que colocou a bola no chão e levou perigo por primeiro. Duas bolas paradas de Anderson assustaram os rubros: a primeira rendeu um bate-rebate na área e Lucas foi salvar no cantinho; depois, André subiu mais alto que a marcação e deu uma casquinha, tirando tinta do poste.


Passado o ímpeto inicial da Tupy, o Pirabeiraba, apoiado principalmente na boa atuação de Josi na meia-cancha, começou a se achar em campo. A primeira chegada saiu dos pés do meia, que enfiou uma bola para Cupim cruzar na área e Vitali sair nos pés de Emerson para salvar. Cupim também tentou o seu, arriscando no cantinho, mas o arremate saiu fraco.

Quando a disputa ia se encaminhando para um zerado intervalo, a Tupy descolou uma nova blitz ofensiva. Em uma série de tiros de canto cobrados pelo maestro Anderson, um deles, aos 38, acabou sendo fatal: o camisa 10 mandou no primeiro pau para Cassiano, mas Cupim, o artilheiro do Pira, foi tentar antecipar e acabou mandando contra o seu próprio patrimônio, marcando aquele que, com certeza, foi seu mais amargo gol entre os tantos anotados durante o campeonato. Apesar do desvio, o gol foi creditado de forma oficial a Anderson.


Assim como fizera na semi contra o América, a Tupy voltou para a segunda etapa jogando mais de forma estratégica do que técnica e física. O Pirabeiraba, como não poderia deixar de ser, se jogou ao ataque em busca do empate. Em cobrança de falta de Toreti, Jorge foi tentar afastar no primeiro pau e por pouco não repetiu o feito do outro camisa 9 da partida.

Com espaços, a Tupy conseguiu um contragolpe quase fatal aos 23: após uma troca de passes rápidos, a bola chegou em Douglas, livre na área, deixar o goleiro Lucas na saudade e bater para o gol vazio, mas Miguel se jogou nela e afastou quase sobre a risca. O mesmo Miguel que salvou, também quase entregou a rapadura, após tentar cortar um cruzamento e pegar na orelha da bola, assustando o goleiro Lucas.


Sem desistir, o Pirabeiraba foi buscar o empate aos 27, na base da bola parada. Em falta pela direita, lá da intermediária, Adriano chuveirou na área, a bola quicou na frente de Vitali e matou o goleirão. Empurrado pela torcida, a equipe rubroanil seguiu pressionando, mesmo jogando por um empate ao fim do tempo regulamentar e da prorrogação. Cupim, em rápido contragolpe, quase virou.


Mais cautelosos, os dois times deixaram o jogo correr e guardaram a decisão para a prorrogação. O tempo extra – mais um – começou com o Pirabeiraba com a mão na taça. Vantagem que durou apenas sete minutos. Novamente do corner, a Tupy chegou ao segundo: Anderson bateu, dessa vez no meio da área, e Guilherme subiu mais alto para dar um testaço certeiro para o gol.



Na base do tudo ou nada, o time de Pirabeiraba se viu obrigado a ir para o ataque para buscar um novo empate. Em arremate de longa distância de Gidi, a bola desviu e ia encobrindo Vitali, caindo no ângulo, mas o goleirão se recuperou e fez uma baita defesa, mandando para escanteio. Na cobrança, após um desvio no primeiro pau, a bola sobrou para Gidi soltar o foguete, mas Vitali se jogou nela para fazer outro milagre e salvar em cima da linha.


Após outra jogada de escanteio do Pirabeiraba, aos sete, a Tupy aproveitou os espaços e foi para o contra-ataque. No três contra dois, Douglas enfiou para Carlinhos, pela direita, bater colocado na saída de Lucas e ampliar a contagem na prorrogação. O filme das semifinais estava se repetindo nos mínimos detalhes. Até a decisiva entrada de Touché se repetiu. Dois minutos depois do segundo, o lateral enfiou para Iago, na cara do gol, só tirar do alcance de Lucas e praticamente selar a conquista histórica.



A festa aurianil tomou conta da Arena. Nem o golzinho de Anderson Izidoro, descontando para o Pirabeiraba aos 15, e os três minutos de pressão nos acréscimos foram capazes de conter os gritos de “é campeão!” e “o campeão voltou!”. O apito final de Cascavel fez a celebração deixar as arquibancadas e irromper o gramado da Arena.


Mais fotos dos 120 minutos de bola rolando (a galeria completa do jogo e da comemoração estará na nossa página no Facebook. Curte lá e fique ligado!)








O Pirabeiraba se despede dessa edição da Primeirona com apenas uma derrota nos 90 minutos. A campanha espetacular, entretanto, de nada valeu na decisão, frente a uma equipe de guerreiros da Tupy. Ambos devem voltar a campo no primeiro semestre do ano que vem, para a disputa da Copa Norte.
O Cancheiro se despeda da Primeirona, mas não da Liga Joinvilense. Seguimos no Norte para acompanhar um duelo decisivo pela Segundona, em Araquari, no domingo, valendo vaga na Primeirona! Fique ligado e siga nos acompanhando!
Abraço!
parabens tupy voce campeão
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