Dale!
Já virou tradição: “sextar” é sinônimo de sub-20 aqui no blog. O Campeonato Catarinense Júnior, com seus jogos sempre às sextas, chegou às semifinais depois de dois meses de bola rolando. Após ter ficado de fora dos duelos de ida, rumamos, eu e o também cancheiro Jery Souza, ao Estádio Aderbal Ramos da Silva, a Ressacada, para conferir o embate de volta entre Avaí e Joinville.



O segundo jogo foi na Capital, e não teria como ser diferente. O Leão da Ilha, primeiro colocado na fase classificatória, redefiniu o conceito de melhor campanha: foram sete jogos, sete vitórias e um incrível saldo de 17 gols pró. Pelo caminho, foram diversas goleadas, incluindo contra todos os outros três semifinalistas: 3 a 0 contra Figueira, em pleno Scarpelli, e Chapecoense, no CT avaiano, e 4 a 1 contra o JEC, no Norte. Para manter a campanha intacta, o Avaí ainda bateu o Tricolor no jogo de ida, na Arena Joinville.

O Coelho, com uma campanha mais irregular, só garantiu a classificação na última, após golear o Inter de Lages e contar com um providencial tropeço do Criciúma. Apesar do bom começo no certame, o time joinvilense foi sofrendo com diversas baixas, por diversos motivos: lesões pontuais, equipe profissional necessitando de atletas e até um surto de caxumba atrapalharam os planos da equipe de Julian Tobar.


Jogando sob seus domínios, bastava um empate para que o Avaí avançasse à decisão. A esquadra azurra, entretanto, queria ir além. O Leão entrou em campo decidido a manter os absurdos 100% de aproveitamento. E isso que quebrou as pernas da nossa reportagem, que decidiu ficar do lado do ataque jequeano, pressupondo que os visitantes proporiam o jogo. Ledo engano, só deu Avaí nos primeiros minutos.
E a pressão não tardou a surtir efeito. Com o domínio por completo na meia-cancha, o Avaí chegou à primeira finalização perigosa aos 8, em um arremate de longa distância do lateral Guga que passou sobre a meta de Felipe. Seis minutos depois, após excelente triangulação, Getúlio enfiou para Jô bater na saída do goleiro e abrir o placar.

Sem se encontrar em campo até então, o Joinville se viu obrigado – não que já não estivesse – a atacar e conseguiu descolar uma pronta reação. Rodrigo recebeu passe em profundidade de Lucas, deu um drible seco, tirando o goleiro Léo Lopes e o zagueiro Diego da jogada, e só rolou para o gol vazio.


O empate saiu dois minutos após o gol que abriu o placar. Foi o mesmo tempo que o rolo compressor do Avaí precisou para voltar à frente. Magno abriu para Caio, pela direita, que tentou cruzar rasteiro na área; Felipe interceptou a bola que tinha destino certo, mas ela sobrou para o próprio atacante, dessa vez mirando as redes, desempatar novamente.

Aquela rápida reação do JEC tinha tudo para mudar completamente a lógica do duelo. O 2 a 1 do Avaí, entretanto, foi um verdadeiro balde de água fria no Coelho. A equipe acabou sentindo o baque e não conseguiu voltar a oferecer perigo. Comandando as ações, o Leão impunha perigo principalmente pelo lado direito. Foi de lá, dos pés de Guga, que saiu o cruzamento perfeito para Jô cabecear de forma consciente no canto e ampliar aos 40.

Sem tirar o pé, o Avaí voltou para a segunda etapa disposto a ampliar a vantagem e não dar sopa para o azar. Necessitando de quatro tentos para se classificar, o Joinville se abriu completamente e deu espaço para os locais. Caio teve ao menos três chances de fazer seu segundo, sempre abrindo para sua potente canhota e arriscando, mas Nícolas, ligado, defendeu todas. O guarda-metas tricolor também se viu obrigado a fazer uma baita defesa em outra cabeçada que seria fatal de Jô, após novo cruzamento de Guga.

Guga, aliás, que merece um parágrafo à parte nesse relato. É incrível a regularidade do lateral e capitão avaiano. Desde a primeira vez que apareceu por aqui, na Copa São Paulo de Juniores, contra o Rio Branco, ele sempre é apontado como o destaque das partidas, fazendo um 2017 excepcional. Contra o JEC, não foi diferente: aos 15, em mais uma ultrapassagem pela direita, Guga mandou para a área na medida; dessa vez, a pelota passou por Jô, mas não por Getúlio, que deu um peixinho certeiro e transformou o placar em goleada.

Era notável a intensidade empregada pelo Avaí durante todos os 90 minutos. Se em outras partidas os resultados saíam ao natural, ao menor esforço azurra, contra o JEC não foi diferente. Mesmo com o placar mais do que consolidado, o Leão não se deu por satisfeito e manteve o ímpeto ofensivo.

Assim, dilatou ainda mais a contagem: cinco minutos após o quarto, Caio fez ótima jogada de linha de fundo pela direita e rolou para Wesley vir de trás e bater no cantinho. O Avaí seguiu chegando com facilidade à meta, mas sem conseguir finalizar. Foram 26 minutos, o maior período sem um gol dos mandantes na partida, para sair o sexto: aos 46, com toques rápidos e envolventes, o Leão colocou o Coelho na roda, até que Lineker recebeu de Paixão – ambos egressos do banco – e deu números finais à peleja: 6 a 1 (10 a 4 no agregado).



Apesar do vexame na semifinal, o Joinville se despede do Estadual de cabeça erguida. Até porque chegar entre os quatro, após todos os tipos de desfalques já citados acima, foi um grande feito. Foi nítida a falta que fizeram o camisa 1 Ferreira, o 10 Madson e o 9 Jean, titulares absolutos do sub-20 em posições cruciais e fisgados pelo intrometido departamento profissional do clube.
Mais imagens do primeira tempo da partida
As fotos do segundo tempo ficaram sob o encargo do parceiro Jery Souza
O Avaí, muito pelo contrário, chega à grande final voando. Além dos 100%, já são trinta gols em nove jogos, com uma média de mais de três tentos por partida. O adversário será a Chape, que deixou para trás o Figueirense, após perder no Estreito e se recuperar no Oeste, e frustou os planos de quem esperava um clássico na final.

A princípio marcada para as duas próximas sextas-feiras, a decisão terá seu primeiro ato em Chapecó, na Arena Índio Condá. Se tudo der certo, já adianto que terá cobertura do blog no Oeste. Os 90 minutos finais, na Ressacada, concorrerão com as semifinais do Estadual de Amadores. Ficamos na torcida desde já para que a data mude e possamos contar o desfecho dessa história, com uma Chape surpreendendo ou um Avaí coroando sua sensacional campanha.
Siga acompanhando nossas andanças por Santa Catarina e até a próxima!
Aquele abraço, mô quirido!
[…] O trator azurra simplesmente destroçou qualquer adversário no decorrer do campeonato. Foram 32 gols em dez jogos e apenas sete sofridos. Só aqui pelo blog, conferimos quatro goleadas do Leão. E haja vocabulário para descrevê-las sem ser redundante: contra o Figueirense, o Avaí goleou; contra o Metropolitano foi o rolo compressor avaiano que virou; contra a própria Chape foi uma vitória com autoridade; e contra o Joinville, nas semifinais, um atropelo. […]
CurtirCurtir