Buenas!
Depois da primeira semifinal, que definiu o Metropolitano de Nova Veneza como finalista, Guarani e América de Joinville entraram no gramado do Padre Aurélio Canzi em busca da outra vaga. O Bugre vem de uma baita vitória sobre o Grêmio Cachoeira, na primeira partida, que deixou sua torcida empolgada. O bom tempo que vem fazendo em São Miguel do Oeste contribuiu para mais um ótimo público – cerca de mil torcedores. Nas arquibancadas, o clima de otimismo imperava. Apesar disso, havia um grande respeito à equipe do América, devido a sua história.



Não era de se esperar nada menos do que um jogo acirrado. O time do América, apesar de ser bem técnico, entrou em campo para pelear pela vaga e não ter que ser mais um a voltar para casa mais cedo. Somado ao estilo de jogo do Guarani, a partida começou bem pegada, com divididas fortes e discussões. Em uma das faltas próximas à área, Jair Mueller chuveirou a bola na área, mas o goleiro Bambam afastou.

Ainda antes dos 10 minutos, a estrela de Luizinho, que já havia feito uma excelente atuação no segundo tempo do primeiro jogo, começou a brilhar. O atacante, mesmo sendo baixinho, se antecipou à marcação e desviou um escanteio de Jair Mueller para o gol; a bola ainda bateu na trave e foi morrer no fundo das redes. Mais uma vez, o Guarani conseguia se impor sobre um forte adversário. Mesmo sem alguns titulares, como Bocão e Eneias, o Bugre manteve o bom nível técnico.

Atrás no placar, o América ficou mais tempo com a posse de bola, trocando passes sem muita objetividade. Aos 16, Tuto enfiou uma bela bola para Carlão rolar para Neto, mas a defesa migueloestina afastou. Neto, aliás, era um dos grandes nomes da equipe joinvillense, com uma habilidade adquirida em sua carreira como jogador de futsal da região. Com lances típicos do salão, o camisa 10 conseguiu se destacar, tendo a melhor atuação entre a equipe visitante. Em duas oportunidades, Neto pegou na direita e foi puxando para dentro: na primeira, foi derrubado, mas Hevinho isolou a cobrança de falta; na segunda, o chute saiu em curva, mas passou tirando tinta da trave.

Do outro lado, Luizinho continuava a infernizar a zaga do América, assim como fizera com a do Grêmio Cachoeira. Aos 28, ele recebeu um lançamento em meio a dois zagueirões, limpou e chutou, para defesa de Bambam. Outro destaque do Guarani foi o 10 Jair Mueller, com suas bolas paradas. Aos 40, em tiro de dois lances, ele meteu um balaço, mas o goleiro voou para pegar. Logo depois, ele cobrou outro escanteio na cabeça do baixinho Luizinho, que se desmarcou e cabeceou de peixinho, para indignação geral do treinador Leocádio Butuka com sua zaga.

O segundo tempo continuou da mesma forma que o primeiro: o Guarani, mesmo desfalcado e cansado, marcando e correndo mais, enquanto o América rodava a bola, mas não conseguia penetrar. Com a postura ofensiva do adversário, o Bugre passou a contar com contra-ataques. Logo no começo, Luizinho já estava aprontando as suas, ao forçar um erro do zagueiro Benson e quase fazer mais um. Quando tinha a bola, o América era parado pela forte marcação bugrina.

Além do clima tenso entre as duas equipes, a atuação um tanto quanto perdida do árbitro João Estevão da Silva contribuiu para os ânimos do time visitante se exaltarem. A forte marcação do Guarani parecia, por vezes, um pouco exagerada. O árbitro deixava passar várias divididas fortes, o que causava a irritação geral do banco do América. Na esperança de criar um fato novo no ataque, Butuka colocou Leandrinho em campo, mas o atacante entrou nervoso e logo foi amarelado, em mais uma atitude da arbitragem que foi contestada.

O cenário da partida praticamente não mudou até os 35 minutos. A postura ofensiva do América rendeu um contra-ataque mortal para o Guarani. O velocista Lírio, outro destaque do campeonato até agora, avançou pela esquerda, infiltrou e tocou para o Luizinho só escorar para o gol. Que jogador sensacional esse Luizinho. Raçudo, com sua camisa dentro do calção e chuteiras pretas, ele é um típico jogador que não se vê mais nos dias de hoje. Migueloestino, ele defendeu as cores do rival Cometa nos dois jogos da final da Fase Oeste, título que credenciou o Guarani para o Estadual – e fez gol nos dois.

Depois do gol, a partida ficou paralisada por cerca de cinco minutos. A comissão técnica do América contestava a arbitragem, que claramente estaria privilegiando a equipe da casa. Realmente, o árbitro inverteu algumas jogadas, mas o lance do gol, motivo de maior reclamação, não teve a suposta falta no seu princípio. O treinador do Galo Rubro não poupou xingamentos e foi expulso de campo, junto com um dos titulares, o Hevinho, e um jogador do banco. Com a baixa, o América ficou com apenas 9 jogadores em campo, já que outro jogador havia sido expulso, minutos antes.

O América não se achou mais em campo e não conseguiu reagir. O Guarani, por sua vez, demonstrou um espírito copeiro, catimbando quando necessário e sabendo o que fazer com a bola na hora do aperto. Todos os jogadores se doaram ao máximo, compensando os 5 desfalques. O incansável Luizinho voltava para marcar e, pouco antes de ser substituído, roubou uma bola no ataque do América, para euforia da torcida que jogava junto. Ao sair, ele foi aplaudido de pé por seus cerca de mil conterrâneos.



A partida se encaminhou com os 2 a 0 até o final, classificando o Bugre para a grande decisão dessa segunda-feira. Vai ser a terceira partida da equipe em três dias. Se depender desse elenco, é capaz do time novamente entrar de igual para igual no quesito físico. O adversário da grande final será o Metropolitano, que não cansou muito para bater o Atlético Itoupava.
O Cancheiro, obviamente, estará presente nesse desfecho, que tem tudo para ser sensacional. Fique ligado!!
[…] Ainda que o tempo não se firmasse de vez, regressamos a Manchester Catarinense para enfim marcar presença nesse duelo entre esquadras pra lá de históricas. América e Tupy marcaram época não só nas canchas locais, como de todo o Estado. O primeiro já conquistou cinco vezes o Campeonato Catarinense entre os profissionais, até que se fundiu com o Caxias e deu luz ao Joinville Esporte Clube. Nos anos 90, de volta à era amadora, o clube foi bicampeão do Estadual Não-Profissional – do qual o próprio será sede da edição de 2017, no mês que vem. Foi pelo Estadual, também, que o América estreou por essas páginas, na derrota para o Guarani, em… […]
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