Dale!
Santa Catarina conheceu seu último campeão profissional de 2018 nessa tarde de domingo. Defronte a mais de 2500 pessoas no Aníbal Torres Costa, Hercílio Luz e Brusque entraram em campo para decidir quem levaria o caneco da Copa Santa Catarina e a tão almejada vaga na Copa do Brasil.
Os protagonistas não poderiam estar mais à altura dessa final. Hercílio Luz e Brusque sobraram na primeira fase e lideraram suas respectivas chaves de ponta a ponta. Nas semis, o Leão deixou para trás nada menos que seu grande rival e atual campeão Atlético Tubarão, depois do duelos recheados de tensão. O Marreco, por sua vez, teve mais tranquilidade contra os juniores do Figueirense e aplicou um sonoro 7 a 2 no agregado.
No final das contas, a decisão acabou tendo o Aníbal Torres Costa como palco devido ao saldo de gols, já que Brusque e Hercílio chegaram até aqui em igualdade na pontuação. No primeiro jogo, em São João Batista, a igualdade permaneceu e um zero a zero deixou tudo em aberto para os derradeiros 90 minutos. Um novo empate levaria a decisão para os pênaltis.
Era nítido que, após tais campanhas, o título se decidiria no mínimo detalhe. O primeiro tempo transcorria em certa igualdade, com as equipes alternando momentos de posse de bola, até que, aos 20, um lance aparentemente comum no círculo central alterou os rumos. Léo Costa ia fazendo uma bela jogada pelo meio, até ser desarmado por Cleyton; sem a bola, os dois acabaram se enroscando e o zagueiro brusquense deixou o braço, sendo expulso diretamente por Rodrigo D’Alonso Ferreira.
Quando parecia que o lance teria colocado tudo a perder para o Brusque, eis que a equipe cresceu na partida e conseguiu enfim encaixar seu jogo de velocidade, ultrapassagens e triangulações. Foi assim que, oito minutos após a expulsão, em tabelas com Edilson pela direita, Jefferson Renan arriscou duas vezes: na primeira, Tigre espalmou; na sequência, um minutos depois, o arremate foi indefensável, na gaveta, abrindo o placar para os visitantes de forma magistral.
O problema é que, assim como em outras partidas no decorrer da temporada, a equipe de Pingo se acomodou e, com um a menos, tratou de fechar a casinha, praticamente trazendo o Hercílio para dentro de si. Ainda antes do intervalo, Valdo Bacabal entrou na partida e mandou uma bola que tinha destino certo, não fosse a belíssima intervenção de Júlio César.
Na etapa complementar, o panorama seguiu igual, com a pressão hercilista se intensificando minuto a minuto. Era questão de tempo para que o gol de empate saísse. 29 minutos, para ser mais exato. Após cruzamento da direita, Valdo Bacabal apareceu de surpresa por trás da marcação e deu um testaço certeiro, no alto, sem chances para Júlio César, que foi pego no contrapé.
Até então tímida, a torcida hercilista cresceu após o gol e o time foi no embalo. A pressão seguiu incessante, com a equipe da casa chuveirando na área e a zaga improvisada do Brusque se desdobrando para segurar o empate. Nos acréscimos, foi dos visitantes, entretanto, a melhor chance de matar o jogo ainda no tempo normal. Tiago Pará roubou a pelota de Deca e ia saindo cara a cara com Tigre, obrigando o zagueiro a derrubá-lo com falta, a um passo da área; Edilson foi para a cobrança e carimbou a barreira – levando ao delírio a torcida local, que comemorou como se fosse um gol. O lance foi o último da partida e da Copa SC. A partir de agora, a história seria escrita a partir da marca da cal.
Foi quando brilhou a estrela de Júlio César. Com uma atuação tranquila durante o jogo, o goleiro esperou a disputa de pênaltis para decidir. Depois de três cobranças convertidas para cada lado, o goleirão cresceu para cima de Capone e catou a quarta penalidade hercilista. Hélio Paraíba, entretanto, desperdiçou a chance do Brusque passar à frente. Nada que o iluminado Júlio César não pudesse contornar. Na última cobrança de série, o goleiro foi no cantinho buscar a batida de Conrado e salvar com a ponta dos dedos.
Coube a Zé Mateus cobrar o penal decisivo. E aí passou um filme na cabeça do torcedor brusquense. O gol garantiria a vaga na Copa do Brasil. Mesma competição, que um ano atrás, a equipe acabou eliminada para o todo poderoso Corinthians, nos pênaltis, precisando apenas converter a última penalidade. Zé Mateus, entretanto, não titubeou e correu para o abraço. Brusque tetracampeão da Copa Santa Catarina!
Mais fotos da partida e das penalidades
Galeria de fotos da festa quadricolor em Tubarão
Créditos das fotos: Lucas Gabriel Cardoso/O Cancheiro/Brusque FC
A festa quadricolor tomou conta do canto reservado aos visitantes. Atletas, dirigentes e torcida comemoraram não só a vaga e os PILA garantidos, como também aquele caneco que veio para coroar a fase vencedora do Brusque, pós título da Série B 2015. O festejo seguiu até o berço da fiação catarinense, com os ônibus da torcida e da delegação que fez história sendo recepcionados por aqueles que ficaram.
O Cancheiro, por sua vez, tomou o rumo contrário e desceu mais ao Sul, até Porto Alegre, onde mais uma decisão nos aguardaria.
Vamos!
O Cancheiro 