Buenas!

O bom e velho futebol amador voltou a ser a pauta do blog nesse último final de semana. Já com saudades da pelota desfilando pelos relvados repletos de rosetas, O Cancheiro tomou mais uma vez o rumo do Vale do Itajaí. Guabiruba, na Grande Brusque, foi o destino no sábado. Por lá, o multicampeão local Olaria recebeu o Base, de Blumenau, pela quarta rodada do Regional da Liga Blumenauense.

Após uma parada estratégica em Brusque, segui à cidade vizinha e, em pouco mais de 10 minutos, já avistava a placa com o escudo do Olaria que indicava o sentido do Estádio Orlando Westarb. Qual não foi minha surpresa ao chegar à cancha e ver que a bola já estava rolando. E o pior, a culpa pelo meu “atraso”, por incrível que pareça, não foi minha. A peleja estava marcada para as 16 horas, mas começou 15 minutos antes. Descobri depois, pelo parça guabirubense André Westarb, que, enquanto eu manobrava o auto, Olaria e Base davam apenas os primeiros toques na bola.

Já nesses primeiros toques, ficou nítida a diferença técnica que colocou Olaria e Base nos extremos do Grupo A. A esquadra guabirubense fechou o primeiro turno com três vitórias em três jogos. O último, aliás, foi contra o próprio Base, jogando fora de casa, fechando a série de três derrotas da equipe blumenauense. Ao contrário do que costuma ocorrer com outras equipes da região, o Olaria é um clube praticamente de família e da comunidade e não paga seus jogadores, o que o torna mais unido e talvez seja a chave do sucesso.

A primeira finalização foi do Base, em uma cobrança de falta. “Vai chutar o cu de uma galinha”, bradou o cômico treinador Silvio Galassini para o seu jogador que pegou fraquinho na bola. Foi a única chegada dos visitantes, já que a pressão era total da equipe de Guabiruba. Tanto que, aos 6, João raspou de cabeça e Godo mandou para as redes, mas em posição de impedimento. Dez minutos depois, Sangaletti escorregou ao bater um tiro de meta e mandou nos pés de Dener, que abriu para Godo bater cruzado e, agora de forma válida, abrir o placar.

Enquanto a peleia seguia truncada, duas figuraças roubaram a cena. O comandante do Base, já citado, e o volante Bahia. Em determinado momento, o treinador mandou seu jogador arranjar uma namorada, para ver se parava de reclamar. A crítica bem-humorada rendeu, já que no lance seguinte o próprio Bahia puxou um contra-ataque, a bola foi para escanteio e, após a cobrança, sobrou para Sangaletti, mas o lateral pegou mal e isolou.

O primeiro tempo já ia findando com um magro 1 a 0, que não refletia a superioridade da equipe local, quando Gil descolou um belo lançamento para Godo. Nas costas da zaga, o centroavante/camisa 10/vereador/ex-presidente do Olaria teve tranquilidade de dominar, mirar o arqueiro Uchoa e bater rasteiro, tirando dele.

A etapa final, ao contrário da primeira, foi mais aberta. O Base saiu para tudo ou nada e, naturalmente, deixou espaços para a forte equipe local – que ainda estava desfalcada dos meias Willian e Guto. Logo no primeiro lance, Cebola recebeu pela direita e rolou para Godo, mas Uchoa saiu bem e abafou. Pouco depois, aos 4, Dener fez a parede e se enganchou com Guga; Godo foi para a cobrança e assumiu a artilharia da Copa Krona, com seis gols – metade só nessa partida.

Guga impediu a passagem de Dener. Pênalti claro. (Foto: Lucas Gabriel Cardoso)

Mas Godo queria mais. Aos 10, ganhou na velocidade de Guga e bateu rasteiro, tirando tinta da trave. Dois minutos depois, após brigar pela pelota, Neném enfiou para Godo, livre, para marcar mais um. Depois de duas belas defesas de Jelson – em uma cobrança de falta de Luiz, que ia no ângulo, e em um chute de fora da área de Dionatan -, o arqueiro demonstrou que manja com os pés também e deu um belo lançamento para Godo mais uma vez ganhar da marcação e bater na saída de Uchoa.

Cansado de tanto ir às redes, Godo tentou dar uma de garçom. Depois de fazer fila na linha de fundo, o centroavante rolou na medida para Felipe, praticamente dentro do gol, que não conseguiu alcançar – uns dois números a mais na chuteira talvez fossem o suficiente. Logo depois, Godo driblou o Uchou, rolou para Dener, mas o goleiro blumenauense se recuperou e espalmou. Aos 30, enfim, o sexto, com participação do camisa 10. Ele recebeu pelo meio, abriu para Neném, que rolou na área para o Dener empurrar para o barbante.

O técnico Osnildo Westarb aproveitou os 15 minutos finais para mudar mais da metade da equipe e testar a galera do banco. Com o placar já dilatado, o Olaria se mostrou satisfeito e tirou o pé, enquanto os visitantes tentaram sem sucesso o gol de honra. Nota para a reação lamentável de um dos jogadores do Base às provocações da torcida local: ele simplesmente virou de costas e arriou a bermuda, mostrando as NÁDEGAS para os guabirubenses.

O massacre deixa o Olaria ainda mais líder do Grupo A, com 12 pontos em quatro jogos e saldo positivo de 10 gols. Para cravar de vez a liderança e ter a vantagem de decidir as fases de mata-mata em casa, a esquadra de Guabiruba volta a Blumenau, no bairro Fortaleza, para encarar o Flórida. O Base volta a pegar a estrada para cumprir tabela contra o Paysandu, em Brusque. Ambas as pelejas estão previamente marcadas para o dia 23 – o domingo seguinte ao da Páscoa.

Mais fotos do embate:

Subindo o Vale do Itajaí, segui a Rio dos Cedros para a cobertura de domingo. Por lá, outro jogo decisivo marcou o retorno da Copa Pomerode às páginas do blog.

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