Buenas!
De volta à estrada, Jaraguá do Sul foi o destino d’O Cancheiro nessa quarta-feira. A capital do Vale do Itapocu foi palco de uma rodada dupla deveras genial pela Segundona do Catarinense. Abrindo os trabalhos, rumamos à cancha do tradicionalíssimo Botafogo da Barra do Rio Cerro para conferir o embate entre Jaraguá e Concórdia.



Antes de colocar o blog no ar, já havia acompanhado um sensacional Jaraguá x Maga no mesmo estádio, pela Terceirona de 2014. Àquela época, havia me espantado com o fato de ver uma partida profissional em um campo de futebol amador, que sequer possuía arquibancadas. E não é que liberaram a dita cancha para a Segunda Divisão. Nessa caso, a Federação foi mais permissiva e não quis complicar a vida do já complicado Jaraguá, que teria altos custos, como no ano passado, para mandar as partidas no Estádio João Marcatto, o principal da cidade.

E a vida do Jaraguá realmente não está nada fácil. Depois de ser derrotado nas três primeiras rodadas, o Leão engatou uma boa sequência jogando em casa, quando empatou com o Fluminense, em jogo que teve o W.O. “cancelado”, e venceu o Operário. Sem grana para pagar as despesas com a Federação, o clube não conseguiu se safar de um novo W.O. na rodada seguinte, quando visitaria o Barra. Nesse meio tempo, o elenco também foi totalmente desfeito, sobrando apenas os crias da base. Com apenas 14 atletas à disposição, essa nova fase do time já não começou nada bem: derrota por 7 a 1 para o Hercílio Luz.
Assim como os anfitriões da tarde, o Concórdia também sofreu uma gigantesca mutação durante o primeiro turno. Do escrete que saiu jogando em Itajaí, na primeira rodada, apenas o zagueiro e capitão Júnior Sergipano também foi titular em Jaraguá. O experiente Mauro Ovelha assumiu a casamata logo após a saída de Gilmar Silva e trouxe alguns de seus jogadores de confiança, como o zagueiro Neguete e o goleiro Zé Carlos.

A diferença é que, para a equipe do Oeste, o saldo das mudanças foi positivo. E isso ficou bem claro assim que a bola rolou pelo irregular campo do Botafogo. O Galo precisou de apenas dez minutos para começar a se impor sobre o Leão. Foi quando Marcos Paulo escorou uma bola no segundo pau e Neguete engatilhou um plástico voleio, pegando na veia e abrindo o placar.

Dois minutos depois, o Concórdia ainda ampliou com Wilson Júnior, que pegou o rebote de uma finalização de Abner. No lance seguinte, o atacante, jogando com uma imensa liberdade pela direita, ainda teve a chance de marcar mais um, quando avançou sozinho e bateu de cavadinha no travessão.


O Jaraguá só conseguiu chegar aos 22, após uma belíssima jogada de Luiz, que limpou a marcação e abriu para Giu bater cruzado, mas Zé Carlos efetuou a defesa em dois tempos. Apesar de possuir jogadores muito bons, habilidosos e velocistas, o Jaraguá perdia em experiência, além de estar completamente desorganizado dentro da cancha. Luiz, o melhor pelo lado dos mandantes, ainda teve outra boa chance, quando bateu cruzado com perigo.

A falta de experiência ficou nítida quando o arqueiro Lucas tentou sair jogando com Pedro Cairo, que foi facilmente desarmado na meia-lua por Marcos Paulo, mas o atacante do Concórdia acabou caprichando demais e mandou para fora, passando rente ao poste. Logo depois, aos 31, o Galo usou todo sua imposição física para ampliar: Andrei Alba bateu escanteio na altura da marca do pênalti e Júnior Sergipano subiu mais alto que os marcadores para testar com força para as redes. Três minutos depois, o zagueiro, como um verdadeiro centro-avante, apareceu na pequena área para guardar mais um, mas Vitor chegou primeiro e cortou em direção ao próprio patrimônio.

O golaço de Júnior Sergipano, filmado pelo parceiro Régis Nazzi, do Toda Cancha:
A essa altura, já havia virado passeio. O Concórdia chegava com facilidade ao ataque, trocando passes tanto pelo meio, quanto pelos flancos. Em uma jogada tramada pela esquerda, Abner recebeu de Jefinho, puxou para dentro e bateu de chapa, contando com o montinho artilheiro para anotar o quinto gol – não perca as contas.

Na saída para o intervalo, ficou nítido o abatimento dos jogadores do Jaraguá. Assim como ficou claro que a culpa por tal resultado dilatado não passava por eles. Os esforçados onze jaraguaenses voltaram para a etapa final dispostos a ao menos diminuir o prejuízo. Até os dez minutos, só o time da casa jogou, apostando na velocidade, mas igualmente desorganizados. Hallyson, aos trancos e barrancos, saiu na cara de Lucas, arqueiro concordiense egresso do banco, mas não conseguiu finalizar. Luiz também tentou, mas o chute saiu mascado.


Após perder aquele gás inicial, o Jaraguá voltou a assistir o Concórdia jogando. Aos 11, Abner penetrou a área pela direita e bateu cruzado para o gol: 6×0. Cinco minutos depois, Flávio Paulino recebeu na área, fintou o marcador, tirou do goleiro, mas acabou parando no pé da trave. No lance seguinte, Jefinho mandou de canhota no ângulo, mas Lucas voou para catar.

A partir de então, o Concórdia passou a controlar a partida de forma tranquila, mas sem a mesma incisividade. Ao menor esforço, porém, a equipe visitante chegava com perigo ao gol. Flávio Paulino, louco para deixar o seu, novamente acabou parando na trave, dessa vez após fuzilar de fora da área. Se estava difícil marcar, ele exerceu sua função de camisa 10 com maestria. Aos 24, após receber de calcanhar de Wilson Júnior, ele cruzou na cabeça de Júnior Sergipano, que novamente subiu mais alto e, dessa vez com mais sutileza, testou tirando do goleiro, marcando o seu segundo tento e o sétimo da esquadra oestina.

Totalmente satisfeito com o placar, a equipe do Concórdia apenas deixou o tempo passar. O Jaraguá, disposto a não sofrer uma goleada ainda mais histórica, chegou a improvisar o centroavante Giu como zagueiro. E foi justamente o atacante que salvou o que seria o oitavo, quase dentro do gol, após Beto cortar e bater com força.
Galeria de fotos da partida
O Concórdia, mesmo com a goleada, não tem mais chances de conquistar o turno. Os três pontos, entretanto, foram importantíssimos para seguir com a arrancada e, ao final do certame, tentar cavar uma vaguinha entre as equipes com melhor campanha. Se entrosar legal, o elenco do Galo do Oeste ainda tem boas chances de alçar grande voos nessa Série B.
A segundo sacode seguido levado pelo Jaraguá afunda ainda mais a equipe na tabela. O técnico Jorge Luís Campos espera novos reforços para buscar se livrar do rebaixamento no returno. Com dez jogos a ser disputados, o Leão ainda tem totais condições de se manter na Segundona. Com quatro pontos, o time está apenas a dois do Fluminense e do coirmão Juventus. Mesmo assim, se não houver uma mudança radical nos bastidores do clube, dificilmente a situação vai melhorar – e, de quebra, seguirá queimando os bons jogadores presentes no elenco.
O Leão fecha o turno jogando fora de casa contra o Camboriú, às 10h30 do próximo domingo. Buscando chegar à quinta partida de invencibilidade, o Galo do Oeste recebe a outra esquadra jaraguaense, o Juventus, no mesmo dia, às 15h30.
O Cancheiro seguiu por Jaraguá do Sul e, após dar uma pernada entre as duas canchas, chegou ao João Marcatto para o confronto noturno entre Juventus e Hercílio Luz. Mas isso é charla para logo mais. Até!
[…] do Sul com nossas andanças – literalmente falando – deixamos o campo do Botafogo, onde o Concórdia massacrou o Jaraguá, e rumamos a pé ao destino da noite: o Estádio João Marcatto, a casa do tradicional Grêmio […]
CurtirCurtir
[…] O Leão, em uma semana de trabalho de Carlos Espinosa, ganhou outra cara, se tornando um time aguerrido na marcação e fulminante no ataque. Parecia outra agremiação, se comparada àquela apática e abatida equipe que levou sete do Concórdia, dez dias atrás, em partida que o bl…. […]
CurtirCurtir