Buenas!
Para fechar a jornada dupla de véspera de Dia dos Pais, O Cancheiro deixou Camboriú para trás – onde assistiu a vitória da Cambura sobre o Operário de Mafra – e seguiu rumo à vizinha Itajaí, onde, pouco mais de uma hora depois, Marcílio Dias e Jaraguá entrariam em campo. O Estádio Dr. Hercílio Luz, ou Gigantão das Avenidas, foi o palco do duelo, válido pela abertura do returno da Segundona de Santa Catarina.



O torcedor marcilista, após ter ficado muito perto do título do primeiro turno, seguiu ao Gigantão das Avenidas esperançoso e confiante de um bom resultado para começar o returno com o pé direito. Isso porque o adversário da noite, o lanterna Sport Club Jaraguá, vem de uma lastimável sequência de três derrotas e vinte gols sofridos nos últimos três jogos. Confira tabela, classificação e todos os detalhes da Segundona.

Apesar das distintas situações no certame, Marinheiro e Leão dão o pontapé inicial no returno mais semelhantes do que poderia se imaginar. Ambos contarão com estreias nas casamatas: Renê Marques pelo Marcílio Dias e Carlos Espinosa pelo Jaraguá. Além disso, os dois serão o terceiro treinador de cada time só nesse campeonato. A equipe de Itajaí começou o turno com Hudson Coutinho e terminou com Tonho Gil, de forma interina, no cargo. Os jaraguaenses, por sua vez, tiveram Paulo Mulle e Jorge Luiz Santos, o Pep Jorginho, autor da proeza dos últimos três jogos.
O elenco das duas equipes também sofreu drásticas mudanças. O Marcílio Dias dispensou alguns atletas, como Matheus Paquetá, Léo Lisboa e Léo Mineiro, e contratou o centroavante e ídolo Schwenck, além de Jefferson Paulista e Pichu, campeões da Segundona do ano passado pelo Almirante Barroso, sob o comando de Renê Marques. Do lado do Jaraguá, apenas o goleiro Rafael Betiol, o atacante Márcio Manoel e o meia Luiz Fernando estavam entre os onze que iniciaram o jogo do primeiro turno, quando o Marcílio aplicou 4 a 0.

Em relação ao elenco das recentes goleadas sofridas, muita coisa mudou nessa última semana em Jaraguá do Sul. Prova disso foi a surpresa que os visitantes aprontaram logo aos 10 minutos de bola rolando, quando Marcelo Passos cruzou, o arqueiro Rafael Kahn espalmou para o meio da pequena área e Márcio Manoel, oportunista, apareceu para guardar.

O Marcílio Dias tentou se blindar das críticas da torcida e de tudo o que representava aquele gol sofrido logo no começo. Mesmo pressionando, a bola teimava em não entrar. Aos 27, Yannick invadiu a área pela direita e soltou um foguete, balançando a rede, mas pelo lado de fora. O inevitável empate parecia mais próximo, até que, dois minutos depois, Adriano Chuva chuveirou na área, Schwenck não conseguiu acertar o cabeceio e a bola sobrou no segundo pau para Ari mandar para o gol; Rafael Betiol ainda conseguiu espalmar, mas ela pegou na trave e entrou.



A equipe da casa seguiu amassando o adversário, agora em busca da virada. Aos 40, Ari, dessa vez fazendo as vezes de garçom, deixou dois marcadores na saudade, foi à linha de fundo e rolou na medida para Gabriel Fernandes, no meio da área, que dominou solito, teve todo o tempo do mundo para pensar, mas recuou para Rafael Betiol. No contragolpe jaraguaense, a punição pelo gol perdido: Hallyson recebeu bola enfiada no meio da zaga, saiu na cara de Kahn e teve a frieza de mandar por cobertura, desempatando novamente em favor dos visitantes.


Sem acreditar no que estava presenciando, a torcida marcilista aproveitou o intervalo para trocar as críticas, cada vez mais intensas, por um absoluto e ensurdecedor silêncio. Dentro de campo, a equipe sentiu o teor do protesto e, apesar de rondar a área adversária, não conseguia infiltrar. Para piorar, o Jaraguá seguiu abusando da cera e levando perigo nos contra-ataques. Aos 5, o que já era imponderável, bateu na trave de chegar ao patamar do inacreditável: Hallyson aproveitou uma falta mal batida pelos mandantes, atravessou o campo de ataque e rolou para Diego Lorenzi, que cortou a marcação e bateu, mas a bola caprichosamente desviou e beijou o pé da trave – para o desespero do atacante, ciente que dificilmente teria uma chance tão clara como aquela.

Do outro lado, o time rubroanil seguia pressionando. O Leão, com disposição e entrega acima do normal, ia se segurando como podia. Aos 15, Rafael Betiol ainda contou uma ajudinha providencial do travessão, após desviar com as pontas dos dedos uma cabeçada quase fatal de Schwenck. Pouco depois, foi a vez de Rodrigo Couto finalizar por cima.

O Leão, em uma semana de trabalho de Carlos Espinosa, ganhou outra cara, se tornando um time aguerrido na marcação e fulminante no ataque. Parecia outra agremiação, se comparada àquela apática e abatida equipe que levou sete do Concórdia, dez dias atrás, em partida que o blog esteve presente.


O novo comandante jaraguaense, entretanto, não pode fazer mágica. No decorrer do segundo tempo, a equipe foi cansando e sofrendo um bombardeio aéreo. Até que, aos 28, veio o apagão. Foi quando Gustavo Salsicha escorou uma cobrança de escanteio pela esquerda e Rodrigo Couto, livre na pequena área, completou de cabeça. Dois minutos depois, em jogada semelhante, só que pelo outro lado, André Krobel subiu mais alto, testou na direção do gol e Rogélio se jogou para desviar para as redes.


Após estar muito próximo de uma vitória histórica, a equipe de Jaraguá do Sul naturalmente se abateu e, após quase 90 minutos de total entrega, não conseguiu resgatar mais forças para atacar. Os visitantes ainda quase viram o Marcílio ampliar, em chute de Matheus Henrique que explodiu no poste.

Mesmo que de forma traumática, o Rubro-Anil deixou o campo após o apito final de Jakson Renato Pereira com importantes três pontos para as tabelas do returno e geral. O Jaraguá, por sua vez, se afundou ainda mais na lanterna, visto que os rivais diretos, Juventus e Fluminense, venceram na rodada.

Se apresentar o futebol dessa noite em Itajaí, entretanto, o time jaraguaense ainda tem plenas condições de buscar um milagre e fugir do rebaixamento. Para isso, tudo passa pela próxima partida, o derby contra o Juventus, na tarde da próxima quarta-feira. Ao mesmo tempo, o Marcílio Dias entra em campo em Joinville, contra o Fluminense, buscando se vingar daquela derrota na estreia em casa, no primeiro turno.
Confira mais fotos do jogo
O Cancheiro se despede de Itajaí com mais uma rodada dupla cumprida e já com planos para a próxima, durante a semana. Fique ligado no blog e na nossa página no Facebook para conferir os próximos destinos e capítulos dessa jornada pelos rincões do futebol catarinense.
Ah, antes disso tem o nosso querido amador pintando por aqui no domingo do Dia dos Pais, com a rodada de abertura do Municipal de Florianópolis.
Aguante!