Salve!
Em dois anos de blog, faltava um time em especial na listinha. O Cancheiro rodou quase toda Santa Catarina, cobrindo desde a Terceira Divisão de Florianópolis à Copa Sul-Americana. Mas acabou, mesmo que sem querer, deixando um gigante de lado, o Clube Náutico Marcílio Dias. Um gigante que manda seus jogos no Gigantão das Avenidas, cancha que também nunca pintou por aqui. Para compensar, incluí algumas partidas do Marinheiro no meu planejamento. A primeira delas, na noite dessa quinta-feira, foi contra o Fluminense, de Joinville.



O duelo entre equipes do Litoral Norte foi válido pela segunda rodada da Série B do Catarinense. É a primeira vez que o Tricolor do Itaum, bairro de 15 mil habitantes, participa da segunda divisão catarinense. O acesso caiu no colo do Fluminense, vice da Série C do ano passado, após desistência do campeão Atlético Itajaí – a piada envolvendo o nome da agremiação e o acesso por vias alternativas deixo por conta do leitor.

O Marcílio Dias, pelo contrário, dispensa apresentações. Com uma história quase centenária, o Rubroanil busca o tetracampeonato da Série B do Catarinense, para se isolar como maior vencedor e retornar à elite, da qual sagrou-se campeão em 1963. Até poucos anos atrás, o Marcílio brigava pelo posto de sexta ou até quinta força do Estado, chegando a disputar todas as divisões do futebol brasileiro.

A atual fase do Marinheiro, entretanto, passa bem longe de sua rica história. Depois de um inacreditável oitavo lugar na Segundona do ano passado e o que parecia ser o fundo do poço para o clube, resultado de seguidas gestões desastradas, uma nova diretoria assumiu, com uma visão de futebol mais moderna e o desafio de recolocar o clube no patamar de onde nunca deveria ter saído.

Depois de assumir a bronca no meio do certame do ano passado, Lucas Brunet e companhia têm seu primeiro desafio por completo à frente do Marcílio. Na primeira batalha, no estádio do coirmão Almirante Barroso, o Marinheiro se sentiu em casa e atropelou o Jaraguá. O Flu do Itaum, por sua vez, recebeu o Hercílio Luz na Arena Joinville e amargurou uma derrota na sua estreia na Segundona.
Confira a tabela completa da Segundona

Disposto a fazer história no Gigantão das Avenidas e não ficar para trás na tabela da Segundona, o Fluminense contrariou as expectativas e foi para cima do Marcílio desde o começo do jogo. Se valendo de um certo nervosismo do time da casa, principalmente pelo lado direito, a equipe de Joinville quase abriu o placar em duas bolas paradas e em um chute por cima do camisa 10 Samuel. O Marinheiro simplesmente não se encontrou em campo, resumindo suas ações a tramas burocráticas pelo meio e escapadas sem sucesso dos laterais André Krobel e Bruno.


Com outra pegada, o Cílio entrou para a etapa final com o objetivo de comemorar e inaugurar o grande emblema do clube construído atrás do gol. Welder, centroavante, entrou no lugar do meia Sávio. Mas a principal mudança foi na postura. No primeiro minuto, Matheus Henrique recebeu em velocidade e foi derrubado, exatamente sobre a risca da grande área. Para William Machado Steffen, a falta foi fora da área. Na cobrança, o próprio atacante mandou por cima. Logo depois, André Krobel, agora sem a pressão da torcida ao seu lado, conseguiu chegar bem ao ataque e mandar cruzado, mas Gefferson Fock pegou sem sustos.

Quando o Cílio parecia melhor e mais próximo do gol, Gabriel Vieira deixou o braço em uma dividida e recebeu o segundo amarelo. Com um a menos e sem uma peça importante na meia-cancha, novamente o time de Hudson Coutinho se perdeu em campo.

Apesar da grande pressão – foram quatro cobranças de escanteio perigosas seguidas -, naturalmente o Marinheiro acabou dando um grande espaço para o Tricolor avançar. Aos 30, em um dos contra-ataques pela esquerda, Maykson enfiou para Gabriel, que cortou a marcação e rolou para Ricardo Bitencourt; o atacante dominou, sentiu a chegada atrasada do zagueiro Rogélio por trás e cavou a penalidade. Maykson bateu forte e não desperdiçou, marcando o primeiro tento tricolor na competição.


Com 15 minutos para empatar, a torcida, até então apoiando e jogando junto, passou a cobrar e pressionar mais ainda a equipe – e com razão. O Flu, numa noite espetacular, montou uma retranca praticamente intransponível. Isso até, numa jogada esquisita, um zagueiro, já caído, afastou a bola com o braço – ou, pelo menos, foi o que deu para entender da jogada, do outro lado do campo. William Machado Steffen entendeu como nova penalidade. A chance de ouro para o Marcílio empatar e escapar de um vexame foi desperdiçada por uma péssima cobrança de Léo Mineiro.



Sem mais tempo e forças para buscar o gol, o Marinheiro deixou o gramado sob vaias e protestos dos quase dois mil adeptos presentes. Por outro lado, os atletas do Fluminense, cientes de que conquistaram uma das maiores vitórias da história do clube, comemoraram como se fosse uma classificação.


Na próxima segunda-feira, o Marcílio Dias tem a chance de se recuperar novamente jogando em Itajaí, no Camilo Mussi, contra o Barra – partida que terá a cobertura do blog. Um dia antes, pela manhã, o Fluminense recebe o Juventus, da vizinha Jaraguá do Sul, na Arena Joinville. Todos os quatro times citados têm três pontos e jogam a terceira rodada com o objetivo de se firmar na Segundona.
Galeria de fotos do jogo
Com o começo do mata-mata da Série D do Brasileiro, O Cancheiro volta a sua atenção para Metropolitano e Brusque, os representantes catarinenses na competição nacional.
Até a próxima e aquele abraço!
[…] Se apresentar o futebol dessa noite em Itajaí, entretanto, o time jaraguaense ainda tem plenas condições de buscar um milagre e fugir do rebaixamento. Para isso, tudo passa pela próxima partida, o derby contra o Juventus, na tarde da próxima quarta-feira. Ao mesmo tempo, o Marcílio Dias entra em campo em Joinville, contra o Fluminense, buscando se vingar daquela derrota na estreia em casa, no primeiro turno. […]
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