Buenas!
Mais uma Segundona chegou ao final – já é a quarta que aparece por aqui. Apesar de pegarmos o trem andando, quase em sua estação terminal, chegamos a tempo de contar os acessos de Marcílio Dias e Metropolitano. Com a meta alcançada, os rivais do Vale voltaram a campo para decidir a cereja do bolo, o título da Série B, na belíssima tarde desse domingo, 26, no Estádio Dr. Hercílio Luz, o Gigantão das Avenidas.



Independentemente de permanecer em Itajaí ou pegar a BR-470 em direção a Blumenau, o troféu marcaria a história dos dois clubes. Para o Marinheiro, era a chance de alcançar o tetra e se tornar o maior campeão da Série B – desempatando, assim, com os também tricampeões Inter de Lages, Joinville e Brusque. Do outro lado, o Verdão do Vale brigava pelo primeiro título oficial, para deixar para trás as piadas dos rivais e enfim inaugurar sua sala de troféus.


Em dezesseis anos de história, o Verdão nunca havia ficado tão perto de tal feito. Em 2004, na sua última participação na segunda divisão – a então Série A2 – o time blumenauense aproveitou o regulamento e subiu com a oitava colocação. Desde então, se tornou uma figurinha carimbada na elite, até cair ano passado. Após uma campanha de altos e baixos, o Metrô fez valer o fator local contra o Camboriú e conquistou o acesso na casa do rival – relembre todos os detalhes sob a ótica cancheira do blog. No jogo de ida da decisão, igualmente abriu uma baita vantagem em casa, contra o Marcílio Dias, ao vencer por 3 a 0.


Para que o caneco não saísse do Estádio Dr. Hercílio Luz, o Marinheiro precisaria ao menos igualar a diferença obtida pelo rival na ida. Tarefa deveras complicada, já que, defronte a sua torcida, o Marcílio não conseguiu vencer nenhuma partida por três ou mais gols de diferença no campeonato – no primeiro turno, inclusive, até chegou a marcar três no Metropolitano, mas sofreu os mesmos três e o embate acabou empatado.


O roteiro da decisão se assemelhou ao da semifinal que garantiu o acesso ao Metrô. Foram os donos da casa, precisando do placar, que partiram para cima. Abner, logo aos cinco minutos, driblou Igor e finalizou na trave, mas já em posição de impedimento. Dez minutos depois, foi a vez de Schwenck acertar o poste: o matador recebeu de Abner, dominou já ajeitando para o disparo e bateu no cantinho, mas a pelota parou no pé da trave.


Assim como fizera em Camboriú, o Metropolitano segurou a pressão inicial dos donos da casa e não se acovardou, buscando o jogo na segunda metade do primeiro tempo e superando o rival em finalizações. O arqueiro Christofer se virou lá atrás para segurar os arremates de Jean Dias, por duas oportunidades, e Rodolfo, após fazer fila pela lateral, e ainda viu um cabeceio do artilheiro William passar raspando. Do outro lado, Igor também se virou para segurar o zero no placar, após espalmar um arremate certeiro de Arthur Feitoza.


Para os 45 finais e derradeiros minutos, o time de Marcelo Mabília mudou completamente a postura e deixou o Marcílio Dias se acercar de sua meta. Até os 12 minutos, Waguinho Dias já havia esgotado todas suas substituições, colocando o Marinheiro no modo ultra-ofensivo. Além das entradas dos atacantes Sabiá e Juliano Levak, para fazer companhia a Schwenck como referência na área, o técnico ainda teve que sacar o zagueiro Rogélio, contundido, e substituí-lo pelo lateral Victor.


A postura tardou apenas um minuto para surtir efeito. Aos 13, Schwenck apareceu livre no meio da área, mas bateu em cima de Igor; no rebote, Sabiá, em seu primeiro toque na bola, aproveitou o gol aberto e abriu a contagem. Doze minutos depois, a defesa visitante voltou a cometer o erro crasso de deixar Schwenck livre e só observou o ídolo marcilista subir sozinho para completar um tiro de corner e mandar no ângulo.


O segundo gol fez explodir o até então tímido e contido “eu acredito” nas arquibancadas do Gigantão do Avenida. Nessa toada, o Marcílio foi para o abafa. O terceiro gol não saía por questão de detalhes. Aos 35, Victor cruzou no meio da pequena área, mas Abner e Juliano Levak, livres, furaram em bola e não conseguiram completar para o gol aberto. Pouco depois, foi a vez do próprio Victor arriscar, tirando tinta da trave.


Os dois lances fizeram o coração do torcedor blumenauense parar por instantes. Depois, cada vez mais perto do título inédito, os visitantes foram se soltando e entoando “o Metrô vai sair campeão”. E saiu. O apito final de Diego da Costa Cidral levou a loucura os mais de 300 alviverdes presentes em Itajaí. O grito, entalado por 16 anos, enfim saiu: “é campeão!”.

Mais imagens dos últimos 90 minutos da Segundona 2018
Uma torcida acostumada a fazer todo o tipo de malabarismo retórico para se defender das chacotas rivais – “campeão de Lustenau e dos Jogos Abertos” – agora finalmente tem um troféu oficial para se orgulhar. As piadas acabaram – ou mudarão de tom. O fardo que o Metropolitano carregava está dissipado.







A galeria de fotos da belíssima festa protagonizada pelas duas torcidas
No embalo do acesso, Marcílio Dias e Metropolitano agora se preparam para a Copa Santa Catarina, já visando a elite do Catarinense 2019. Ambos estão no Grupo B da competição e, daqui a duas semanas, já encaram pedreiras em casa: o Metrô recebe o Joinville e o Marinheiro o atual campeão Atlético Tubarão.

A temporada do futebol catarinense vai chegando ao final, mas ainda reserva duas grandes competições profissionais. Além da Copa SC, a Terceirona também terá bola rolando em setembro. Ou seja, o 2018 do blog está apenas começando!
Até a próxima!
[…] uma equipe profissional, acabou perdendo alguns nomes importantes da conquista da Segundona – na qual O Cancheiro esteve presente – e apostou nas suas bem estruturadas categorias de base para compor o […]
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