Mas que tal!
2018 chegou e com ele a tradicionalíssima Copa São Paulo de Futebol Júnior, abrindo os trabalhos no futebol brasileiro. Tal qual ano passado, O Cancheiro se tocou para solo paulista logo nos primeiros dias do ano a fim de acompanhar todos os passos do Aimoré em mais uma empreitada além-Mampituba. Dessa vez sediado em Barueri – para nossa sorte, visto que é um dos estádios mais acessíveis entre os 32 -, o Índio teve como adversário na estreia justamente o anfitrião Oeste, outrora de Itápolis.



Depois de fazer história em sua primeira participação e alçar o nome do Aimoré a vôos jamais antes alcançados, a gurizada capilé não se contentou e foi atrás de mais. Se em 2017 a vaga veio após ter batido na trave nas semis do Gauchão Júnior 2016, nesse ano o Aimoré se credenciou ao principal torneio de base do Brasil por ter ido além e chegado à decisão do estadual, quando acabou sucumbindo à força do seu algoz Internacional em pleno Beira-Rio – O Cancheiro esteve lá.
De lá para cá, muita coisa mudou. Jogadores subiram ao profissional e integraram o grupo vice-campeão da Copa Paulo Sant’Anna, outros voltaram de empréstimo, mas a principal mudança foi na casamata. Arilson Costa, depois de comandar brilhantemente os guris do Índio por duas temporadas, recebeu uma mais do que devida chance no profissional e assumiu o time principal do Índio, que ficou em São Leopoldo se preparando para mais um capítulo marcante na história do clube, a Copa do Brasil.
Para o lugar do volante ex-dupla Grenal, o Aimoré trouxe o carioca Luiz Felipe, com passagem marcante pela base do Fluminense, onde conquistou o título brasileiro da categoria em 2015. Apesar de poucos meses de trabalho, o treinador conseguiu empregar seus métodos de treinamento puxado, focando principalmente na parte tática. A julgar pelos amistosos e jogos-treino, o time chega em SP com uma clara evolução. Foram três derrotas, frente a Avenida, Grêmio e São José, em que o time se portou bem, mas o resultado não veio, e finalmente uma vitória, contra o Criciúma, a dois dias da virada do ano e da longa viagem até Barueri.

Do outro lado, a equipe da casa é tratada como uma verdadeira incógnita. Durante o processo de mudança de Itápolis para Barueri, o Oeste praticamente deixou suas categorias de base de lado e não disputou nenhuma competição a nível federado. Escolhido como anfitrião devido à baita estrutura da Arena, o Oeste – agora tratado como Oeste Barueri – chega a sua primeira Copinha com um escrete formado em sua maioria por atletas locais.

Dentro de campo, com a pelota enfim rolando, ficou nítida a superioridade gaúcha nos primeiros giros do ponteiro. Até os 15 minutos, o que se viu foi um verdadeiro massacre aimoresista, com a equipe de Barueri sequer ultrapassando a linha da meia-cancha. O maior susto para a torcida local saiu após uma cobrança de falta cruzada de Carlos, que tinha o ângulo como destino certo, mas o arqueiro Tiago Falcão se esticou para salvar.


Foi só depois dos 10 minutos que o Oeste conseguiu escapar para o ataque. E quando o fez, levou perigo, infiltrando facilmente com velocidade pela espaçada retaguarda capilé e empolgando sua torcida. Aos 18, o baque para os gaúchos: Kaíque recebeu pela esquerda, cortou para a entrada da área e bateu firme, no canto, abrindo o placar para o time de Itápolis Barueri.

A resposta do Aimoré foi mais do que pronta. No lance seguinte, Leozinho fez fila, deixou quatro marcadores para trás e soltou um petardo da entrada área, resvalado por Tiago e pelo travessão. Na cobrança do escanteio gerado, a bola ficou viva na área, sobrou para Diego Carioca, que fez uma bela jogada na linha de fundo, se livrou da marcação e cruzou de cavadinha, na medida para Carlos testar consciente para as redes.



Após o empate, o jogo seguiu com a mesma lógica de quando o placar estava zerado: o Aimoré pressionando e dando trabalho para Tiago Falcão e Oeste saindo com força e objetividade nos contra-ataques. Apesar do maior volume de jogo dos gaúchos, foi o time da casa que ficou mais perto de desempatar, aos 34, quando a bola sobrou para Erivan soltar o pé e mandar rente ao travessão.
Passado o intervalo, o Índio voltou com a mesma pegada para a etapa final. Tamanho ímpeto ofensivo foi recompensado aos nove minutos, quando Rhainer foi tentar se livrar na marcação dentro da área e foi empurrado. Pênalti assinalado João Marcos Giovanelli e convertido por Diego Carioca, que coroou sua bela atuação até então com o gol da virada.
Após o gol, o Aimoré seguiu com sua marcação alta, que quase rendeu num gol de Jorge, por mais alguns minutos, mas depois foi recuando e deixando o adversário dominar o jogo. Também pudera, depois de uma viagem desgastante, com direito a ônibus quebrado no caminho, e jogando com tamanha intensidade sobre um campo encharcado, o alviazul capilé sentiu o físico.
Foi aí que brilhou a estrela do arqueiro Otávio. Num erro de saída de bola do Aimoré, Everton bater forte, colocado no ângulo, mas o goleirão aimoresista foi lá catar. Poucos minutos depois, em cobrança de falta frontal de Matheus Guedes, Otávio voou lá na ângulo para, dessa de vez de mão trocada, operar novo milagre.
Quando tudo levava a crer que o Aimoré conquistaria sua primeira vitória na Copa São Paulo, eis que a arbitragem, de atuação tranquila até então, resolveu aparecer. Quando o jogo já se encaminhava para o SEXTO minuto de acréscimo, o bandeirinha Felipe Camargo Moraes assinalou um pênalti que provavelmente só ele, entre os tantos presentes na Arena Barueri, enxergou. Algum jogador do Aimoré, não identificado segundo o próprio assistente, teria desferido um tapa na cara do adversário em meio a uma jogada aérea. Depois de muita confusão e dois expulsos pelo lado gaúcho (Luly e Guto), Renan foi para a cobrança e empatou a partida aos CINQUENTA E CINCO do segundo tempo – filme muito semelhante ao do ano passado, quando o Aimoré foi garfado e ficou no empate com o time da casa.




A primeira vitória na Copinha não veio, mas o bravo Índio Capilé sai do seu terceiro empate em três jogos contra paulistas de cabeça erguida. A bela atuação poderia ter encaminhado a classificação, já que o Oeste é um dos adversários diretos pela segunda colocação do grupo, que ainda conta com o favoritaço Flamengo e os rondonienses do Ji-Paraná.

Massacre rubro-negro para fechar a primeira rodada
No jogo de fundo, o Flamengo, um dos principais favoritos ao caneco da Copinha, encarou o azarão Ji-Paraná. O escrete de Rondônia bem que tentou, mas os cariocas dominaram a partida e foram para o intervalo com o placar de 2 a 0, gols de Patrick e João Pedro.




O Ji-Paraná chegou a marcar um tento na etapa final – com direito à comemoração defronte à câmera da SporTV -, mas Hugo Souza já tinha sido derrubado dos seus 1,99m e o juiz assinalado a falta. O terceiro do Flamengo só foi sair aos 25, com Lucas Silva. Depois disso, abriu a porteira: Wendel, o mesmo Lucas Silva e Vitor Gabriel completaram o massacre: 6 a 0.
A rodada do grupo 21 da Copinha segue no próximo sábado, com Oeste x Ji-Paraná abrindo os trabalhos às 17h e Flamengo x Aimoré na sequência. O Cancheiro, é óbvio, estará por Barueri conferindo mais um jogo histórico do Índio Capilé.
Até logo e aquele abraço!
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