Ela voltou!
Terça foi um dia especial para o blog. A competição mais legal do universo não-profissional retornou ao calendário do futebol da Grande Floripa. Ainda que numa versão enxuta, a Copa Interligas contará com apenas quatro equipes e teve seu pontapé inicial no campo do Eldorado, em Palhoça, onde Grêmio Cachoeira e Americano mediram forças, em partida válida já pelas semifinais.



Os mandantes já foram bicampeões do torneio regional e busca igualar o número de títulos do Ajax, do Saco dos Limões, como maior vencedor da Interligas. Além disso, Tricolor da Cachoeira também é um dos que mais levantou canecos em Floripa – ano passado, quebrou uma série de três títulos, após perder a vaga na final devido a uma escalação irregular. Os visitantes, por sua vez, apesar de estarem debutando na competição, já chegam com a moral de serem os atuais campeões de São José.
Mas se um time é josefense e o outro é florianopolitano, por que foram jogar em Palhoça, que sequer tem representante no torneio? Isso foi escolha do Grêmio, mandante da partida, para facilitar na logística, já que muitos de seus atletas vivem na porção continental da Grande Floripa – a espinha dorsal do time, por exemplo, defendeu o próprio Eldorado na Segundona palhocense – e outros, como Petherson e Luís, vêm de Tijucas e teriam que percorrer o dobro da distância para chegar à Cachoeira do Bom Jesus. Além disso, a melhor iluminação e o gramado impecável também foram pontos cruciais para a escolha da equipe de Djone Kammers, que também havia comandado o Eldorado e conhecia muito bem a cancha.

Todos os jogos dessa Interligas serão no meio de semana devido às disputas dos municipais, dos quais Americano e Grêmio Cachoeira ainda seguem invictos. Apesar dos bons retrospectos, ambos apareceram uma só vez por aqui nesse ano e, curiosamente, empataram seus duelos: o Grêmio na quarta rodada, contra o Avante, e o Americano na segunda, contra o Atlântico.
Com os elencos-base dos seus respectivos municipais e toda a história na competição, era difícil não cravar o escrete da Cachoeira do Bom Jesus como favorito nessa disputa. A equipe de Djone Kammes, entretanto, não contava com a fulminante atuação do ataque visitante. Com quatro minutos de bola rolando, o Americano partiu para a pressão, Dheividi encontrou uma avenida pela direita e cruzou na medida para o camisa 10 Fabrício Bi se antecipar à marcação e completar para as redes.

Depois do baque, o Tricolor foi aos poucos e ao natural dominando as ações. Acostumado com os judiados gramados da Capital, o time tardou a colocar a bola no chão e trocar alguns passes. Quando o fez, não precisou de muito tempo para buscar o empate. Aos 22, Perea ia avançando pela esquerda, quando foi atropelado e jogado para fora do gramado; Jube cobrou a falta na área, a bola ficou pipocando e sobrou para Carlinhos, da entrada área, chutar desviado, tirando o arqueiro Jé da jogada.

Apesar de uma pronta resposta josefense, em chute alto de Dheividi, foi a equipe gremista que continuou jogando com a bola no chão e buscando o desempate. E, novamente, ele não tardou a sair. Quatro minutos depois de marcar o primeiro, Carlinhos dividiu com Jé, após cruzamento de Gui, e a bola acabou espirrando para dentro do gol – vale destacar o envolvente toque gremista, que rodou a pelota, passando por quase todos seus jogadores, até chegar em Roger, que enfiou para o lateral dar cabo na jogada.

O time da Capital seguiu dominando o primeiro tempo e teve chances para ampliar. Quando o tempo regulamentar estava prestes a acabar e o Grêmio parecia satisfeito com o placar que ia levando para o intervalo, um lance viria a mudar toda a partida: em uma dividida aparentemente comum, Petherson sofreu falta e acabou revidando, se estranhando com os jogadores do Americano; mesmo tendo apanhado mais do que batido, apenas o volante gremista foi expulso – como bem flagrou os parceiros da página Esporte Amador no vídeo abaixo:


Sem uma peça fundamental na meia-cancha, o Grêmio esperou o intervalo para fazer os devidos ajustes e quase acabou pagando caro por isso. Se valendo da superioridade numérica, o Americano foi para cima e, após uma excelente triangulação entre Fabrício Bi e Welinton, a bola chegou em Dheividi, que encheu o pé e mandou por cima. O Grêmio ainda respondeu com Carlinhos, em rápida infiltração, que tirou de Jé, mas Valdeir salvou sobre a linha.
A expulsão de Petherson acabou repercutindo ainda mais na etapa final, quando o Grêmio simplesmente não se encontrou em campo. Agora foi a vez da equipe do Roçado colocar a bola no chão e pressionar. Aos 11, após um cruzamento aparentemente despretensioso, Luiz saiu socando a pelota e teve a infelicidade de mandar ela bem nos pés de Paraíba; o meia cortou a marcação, puxou para dentro e mandou um petardo colocado, no ângulo, daqueles de rara felicidade e sem a menor chance para o arqueiro.

O time do Roçado aproveitou o melhor momento para seguir pressionando. Matheus, egresso do banco, por exemplo, tentou duas vezes no mesmo lance, mas não levou sorte: primeiro, Luiz Carlos se esticou para espalmar; no rebote, o arremate encontrou o pé do travessão e se perdeu pela linha de fundo. Luiz Felipe também tentou, em um voleio meio desajeitado, mas isolou.
Ao mesmo tempo que pressionava para voltar à frente do placar, o Americano acabava esbarrando no próprio nervosismo. O banco, ao invés de apoiar o time dentro das quatro linhas, contribuía para minar ainda mais os ânimos já exaltados. Chegou ao ponto do suplente Adriano jogar uma bola em Júlio César sem motivo aparente e ser expulso de forma direta – o atleta gremista, é bom que se diga, deu uma baita valorizada no lance.

A atuação de Jeferson Rodrigues de Carvalho acabou não agradando os dois lados. Para compensar a expulsão na primeira etapa, ele mostrou o vermelho direto para o zagueiro Valdeir em um lance pelo meio. Novamente iguais, dessa vez foi o Grêmio que voltou a pressionar, mas sem muito êxito. Apesar de ter tido chances de deixar Palhoça com um bom placar, o Americano se mostrou satisfeito com o resultado e apenas deixou segurou o empate.
O 2 a 2 deixa absolutamente tudo aberto para o jogo de volta, no Complexo do Ipiranga, em São José. A princípio, a partida estava marcada para o campo do Esperança, na Serraria, mas o Americano mudou com o objetivo de anular um dos pontos fortes do Grêmio, o toque de bola. Quem ganhar, por qualquer resultado, vai para a final. Um novo empate leva a disputa para a marca da cal.
Mais fotos do jogo de ida
O Tricolor da Cachoeira, com o objetivo de buscar o resultado fora de seus domínios, terá exatamente uma semana para se preparar para o duelo, já que a próxima rodada da Liga Florianopolitana foi adiada para o dia 8. O Americano, por sua vez, tem um compromisso nesse domingo, contra o Praieiros, pelo certame josefense. Para a partida de volta da Interligas, o técnico Luciano Martins terá uma dor de cabeça no setor defensivo, já que, além do zagueiro expulso, outro defensor, destaque da equipe até então, está passando por uma fase de testes no Linense, em São Paulo.
A nossa cobertura da Interligas seguiu no dia seguinte com a outra partida da semifinal, entre Juventus e Náutico, no Complexo do Ipiranga.
Fique ligado nos próximos capítulos e aquele abraço!
[…] A edição de 2017, em sua versão slim, apontará o representante da região no Estadual Amador com apenas duas ligas – de dois municípios – sendo representadas. Pelo lado da Capital, além da agremiação do Santinho, o Grêmio Cachoeira também topou participar. No pontapé inicial do torneio, como mandante, o Tricolor encarou o Americano, atual campeão josefe… […]
CurtirCurtir