Buenas!
De volta a Santa Catarina, após um maravilhoso bate e volta a São Paulo, O Cancheiro decidiu fazer uma cobertura mais caseira. Com o Municipal de Florianópolis rolando a pleno vapor e um joguinho a menos de um quilômetro de casa, não tinha outra: a pauta da tarde de domingo foi o confronto entre Botafogo e Náutico, no Estádio da Gruta.



Por lá, pouquíssimos viventes deixaram o acolhimento e o calor do lar para assistir a peleja. Dava para contar, literalmente, no dedo: apenas três torcedores ocupavam a arquibancada. Também pudera, o vento sul descomunal que soprava suas gélidas rajadas sobre a Ilha da Magia afugentou qualquer ser vivo da rua – e os entocou no shopping em frente, muito provavelmente. Dos males o menor, já que, como bem lembrou o delegado da partida, o vento da Trindade nem se compara com o do Saco dos Limões, onde rolou União x River – devidamente relatado pelo guerreiro Desprovidos.

Foi nessa friaca absurda que o Botafogo estreou no certame, visto que o duelo contra o Campinas foi adiado para o feriado de 7 de setembro. O atual campeão Náutico, pelo contrário, debutou normalmente na primeira rodada, quando venceu o Cruz de Malta sem maiores dificuldades. Apesar de estar jogando na Trindade, os visitantes guardam boas recordações do campo da Gruta, pois foi lá que eles levantaram o caneco do Municipal do ano passado.

Na busca do bicampeonato – que seria o tri no geral – o Náutico manteve a base copeira da edição anterior e ainda foi ao mercado. Um dos principais reforços, o meia Gardena, fazia parte do elenco vice-campeão pelo Atlético, que perdeu a final para o próprio Náutico. Gardena, aliás, que foi um dos destaques do próprio Botafogo em 2015, naquela histórica façanha do acesso à elite – vale a pena ver de novo.

Dentro de campo, as distintas pretensões de ambas equipes ficou bem clara. O Botafogo, com um time mais caseiro e modesto, até começou pressionando e teve a primeira chance, quando Cabelo girou para cima do marcador e bateu forte, mas o arqueiro Gabriel defendeu.


Depois, só deu Náutico. Aos sete, Gardena arriscou de longe e o arqueiro Ramon salvou com o pé esquerdo. Três minutos depois, o time local dormiu e Dudu cobrou um arremesso lateral nas costas da zaga, mas Fillipy bateu sobre a meta. Mais três minutos se passaram e o Náutico teve uma boa falta defronte à área; Gardena bateu forte, Ramon espalmou, mas o oportunista Théo apareceu para pegar o rebote e mandar no cantinho.



Théo teria sido o autor do segundo, cinco minutos depois, após receber um lançamento e mandar para a rede de cobertura; mesmo tendo o desvio da zaga, Fabiano Coelho levantou sua bandeira e Juan Leandro dos Santos confirmou o impedimento. Aos 31, Fillipy recebeu novamente nas costas da zaga e foi atropelado por Sandro a poucos passos da área; dessa vez foi Godo quem cobrou, a bola desviou e, molhada, atrapalhou a vida de Ramon, que não conseguiu espalmar e evitar o segundo gol.

Quando enfim se achou em campo e parou de fazer faltas perigosas, o Botafogo conseguiu ensaiar uma pressão e não tardou a descontar. Aos 39, após cobrança de tiro de canto de Miguel, Cabelo se antecipou à marcação e testou no ângulo, sem a menor chance para Gabriel. Ainda antes do intervalo, o ala Renato recebeu de Miúdo, deu uma meia-lua no marcador, e bateu forte, mas a bola cruzou a área e se perdeu pela linha de fundo.

Talvez pela falta de ritmo da estreia, o Botafogo voltou do intervalo sem o mesmo ímpeto ofensivo e não conseguiu pressionar em busca do empate. Pelo contrário, foi o Náutico que mais assustou. Gardena quase fez o terceiro em uma falta pela esquerda, em que bateu cruzado e por pouco não encobriu Ramon.


Para piorar a situação dos mandantes, aos 15, Ippe, na ânsia de parar um contra-ataque que seria fatal, aplicou um carrinho por trás de Maurivan e, mesmo já tendo amarelo, recebeu o vermelho direto. Logo depois, Gardena antecipou ao arqueiro Ramon e balançou as redes, mas em impedimento. Foi o último lance do goleiro, que saiu de campo sentindo a virilha aos 20.



Sete minutos depois, Vini avançou pela esquerda, enfiou para Fillipy, mas a defesa cortou; Théo, sempre ligado, pegou o rebote, driblou o ainda frio goleiro Filipe e, mesmo com gol vazio, mandou na trave, mas para sua sorte a bola bateu e entrou. O quarto teria sido anotado por Lucas Danne, após receber de calcanhar de Jhonatan Dresch, mas novamente foi marcado impedimento.



Com o empate ficando a cada giro do relógio mais distante, o Botafogo não conseguiu furar a compacta defesa do Náutico. O campo também não ajudou em nada, já que, além de pesado, suas mínimas dimensões davam ainda menos espaço para o time que já contava com um jogador a menos. Nos acréscimos, Marcos recebeu de Maurivan em posição de impedimento e mandou para as redes – apesar de, dessa vez, o juiz ter apitado antes da finalização, foi o QUARTO gol bem anulado do Náutico.

O segundo triunfo seguido por 3 a 1 alça a equipe do Santinho à liderança do Municipal, com seis pontos e saldo de quatro gols – um a mais que o Grêmio Cachoeira. O rival do Norte da Ilha, aliás, é o próximo adversário do Náutico na competição, em um clássico que vale a liderança – muito provavelmente a partida a ser coberta no próximo domingo. No mesmo dia, o Botafogo volta a jogar na Gruta, onde recebe o River.
Mais fotos do embate (não esqueça de curtir a nossa página no Facebook para conferir a galeria completa, que será postada durante a semana):
Como todos os jogos da próxima rodada do Municipal serão realizadas no domingo, apenas o derby previamente citado deverá pintar no blog. No sábado, com a agenda livre, encaixaremos mais uma final na pauta. Siga acompanhando o blog para descobrir em qual freguesia teremos mais uma taça sendo erguida.
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