Buenas!
Com o azucrinante Nordestão batendo às costas, O Cancheiro tomou o rumo de suas rajadas e foi parar no Sul do Estado para mais uma cobertura especial. Na verdade, não fomos muito longe, já que Garopaba fica a 90 quilômetros de Floripa. Por lá, o vento se mostrava excelente para quem pratica surfe, não para os atletas de Vera Cruz e Vila Nova que disputariam a finalíssima da Copa da Liga Imbitubense.



Apesar de Garopaba já ser um terreno conhecido pelo blog – estivemos por lá durante o Municipal de 2015 – é a primeira vez que o blog confere uma partida da Liga. Não poderia, pois, fazer a desfeita de recusar o pedido do presidente Júlio César e do vice-presidente Filipe, que organizam a liga de forma excepcional e conseguiram, depois de cinco anos, reativar as competições a nível regional.

Apesar do Vera Cruz não ter logrado a melhor campanha geral, a decisão foi disputada no bairro Ambrósio, na Capital Catarinense do Surfe, pela retrospecto apenas das semifinais – critério curioso, porém justo, já que os times estavam em grupos distintos e não jogaram a mesma quantidade de jogos na primeira fase. Nas semis, o Vera classificou-se à final com duas vitórias sobre o Grêmio Paulo Lopes, enquanto o time da Vila venceu na ida e empatou na volta contra o Arroio.


2017 já é o melhor ano do Vera Cruz dentro das quatro linhas em sua história. Na Copa Sul, com uma campanha magnífica, o time só caiu na decisão para a fortíssima equipe do Metropolitano, de Nova Veneza. Em sua segunda final no ano, agora pela Copa da Liga, o time de Garopaba também foi derrotado na primeira partida, disputada na Vila Nova. Para não ser vice novamente, o Vera Cruz teria que fazer no mínimo dois gols de saldo – ou empatar no placar agregado e levar para os pênaltis.

Assim como nas semifinais, quando o Vila Nova entrou em campo com uma boa vantagem e quase deixou escapar a classificação, na decisão o time visitante também começou de forma recuada. O Vera Cruz foi para cima e quase abriu aos 7, quando a bola sobrou para Chiva, que encheu o pé, mas parou no goleiro Dudu; no rebote, Batata quase guardou.


O Vila Nova aos poucos foi se encontrando na partida e, ao contrário da semifinal citada acima, não sofreu gols na primeira etapa. Melhor ainda: quando teve a oportunidade, fez. Jogando com a bola no chão e saindo em velocidade ao ataque, Filipe Pachtmann descolou uma ótima falta ao lado da área. Marciano bateu de cavadinha, encobrindo o arqueiro Iando e fazendo a bola chegar no segundo pau para o próprio Filipe Pachtmann completar para o gol vazio.

Com uma vantagem maior ainda, o time da Vila voltou a recuar, trazendo a equipe do Vera Cruz para o campo de ataque. Chiva, o chuta-chuta do time garopabense, tentou três vezes: primeiro, de falta, contando com a ajuda do vento, mas Dudu agarrou; depois, ele bateu colocado da meia-lua, à direita do gol; e, por último, tentou na base da força, mas mandou por cima. Cansado de arriscar, o meia enfiou uma boa bola para Devid, que acabou perdendo o ângulo e foi derrubado – pênalti claro, não assinalado por Adroaldo Pacheco.


Mesmo com a desvantagem no intervalo, o presidente do Vera Cruz seguia confiante em sua equipe. Para fazer jus, o time da casa fez uma mudança duplamente ofensiva para a segunda etapa, promovendo a entrada do atacante Skank e do ponta Gui. Surtiu efeito, pois só deu Vera nos 45 minutos finais. Aos 8, a pelota entrou no gol pela primeira vez, mas só após o arqueiro Dudu encaixar e sofrer a falta de Devid, entrando com bola e tudo.

Do outro lado, Filipe Pachtmann seguia levando perigo. Aos 10, ele quase ampliou em jogada de contra-ataque. Quem também continuou oferecendo perigo ao adversário foi Chiva. Até gol olímpico ele por pouco não marcou, mas seguiu no quase. Para piorar a situação, o camisa 10 Batata recebeu segundo amarelo em um lance comum e deixou os locais em desvantagem numérica.


Nada que impedisse o time de Garopaba em sua senda de fazer história. Quatro minutos após a expulsão, quando já eram decorridos 28 da segunda etapa, Gui, que entrou bem no jogo, cruzou e acertou o braço de Roma. Apesar das acintosas reclamações, árbitro e bandeirinha assinalaram que o toque foi dentro da área. O próprio Gui foi para a cobrança e não desperdiçou.



Mesmo com um a menos, o Vera Cruz seguiu pressionando em busca da virada. Chiva, buscando o jogo de todas as formas, foi parado com falta as 39. Novamente, a cobrança foi precedida por uma enorme discussão; dessa vez, quem reclamava era o Vera Cruz, alegando que a falta teria sido dentro da área. O zagueiro Fernando não quis saber se foi dentro ou não e bateu com maestria, mandando no ângulo e empatando o placar agregado.


Sem forças para buscar uma virada maior ainda e conquistar o título nos 90 minutos, o Vera Cruz se resguardou na defesa e deixou o tempo correr. Sentindo o baque dos gols sofridos, o time da Vila Nova não conseguiu buscar forças para atacar. Assim, tudo se encaminhava para uma disputa da marca da cal.

Mais fotos do jogo (a galeria completa será postada na nossa página no Facebook durante a semana. Curta lá e acompanhe!)
Depois de 16 pênaltis batidos – deve ter sido uma punição por tantos penais reclamados durante os 90 minutos -, o Vera Cruz pôde, de forma heroica, comemorar seu primeiro título oficial em mais de 60 anos de história. Confira, na íntegra, o vídeo das penalidades:
De quebra, o time do Vera Cruz conquistou a primeira edição da Copa da Liga. Curiosamente, foi o terceiro torneio regional organizado pela Liga Imbitubense nessa década sem que uma equipe de Imbituba ficasse com o caneco (em 2011, deu Palmeiras de Imaruí e, em 2012, o campeão foi o Limeira, também de Garopaba).





Espero voltar a cobrir competições sob a chancela da excelente LIF no ano que vem – esse ano, apenas o Regional das categorias de base será disputado. Garopaba, entretanto, deverá ser nosso destino ainda em 2017, já que o Municipal de lá segue a todo vapor, com o próprio Vera Cruz brigando para chegar a sua terceira final no ano e conquistar mais um título inédito.
Voltaremos!