Dale!
Um problema recorrente em quase todo o nosso saudoso futebol passa bem longe de Tijucas: a falta de organização. No último sábado, chegou ao final o Municipal organizado pela Fundação Municipal de Esportes local. Renascença e União levaram a melhor no quadrangular semifinal e chegaram à decisão pelo segundo ano consecutivo. Para quem vê de fora, não é nem a qualidade técnica das equipes que chama a atenção, mas sim a estrutura montada em torno do certame. E foi isso que atraiu O Cancheiro a, graças à carona do mestre Djone Kammers, percorrer os cerca de 45 quilômetros entre Floripa e Tijucas.
O embate decisivo foi disputado na cancha do XV de Novembro, o Miguel Ezequiel de Simas, já que o Renascença foi punido com a perda de um mando de campo. O motivo: um torcedor jogou AREIA no juiz, durante os 5 a 0 do quadrangular, e o ameaçou com uma TELHA, provando ser imprescindível verificar se tem alguma obra nos arredores. A organização do certame não deixou barato e tirou a partida da Praça.



Para chegar ao decacampeonato, bastava ao Renascença administrar o placar alcançado na partida de ida, em pleno Porto da Itinga. Ao União, restava a obrigação de fazer ao menos dois gols de diferença para levar a decisão para os pênaltis. Feito nada fácil se considerarmos o momento das equipes, lembrando que, na última rodada do quadrangular semifinal, o Renascença aplicou um 5 a 0 pra lá de controverso no já classificado União – o outro concorrente era o rival Itinga. Além disso, o azulão contava com alguns desfalques, mas usou as duas semanas entre as finais para recuperar a equipe.

Como se tudo estivesse zerado, a peleia começou com um Renascença mais sedento pelo gol. Logo nos primeiros minutos, Lelê Bahia, no clima olímpico, bateu escanteio fechado e o goleirão Maycon não conseguiu afastar, mas Ângelo salvou praticamente dentro do gol. Logo depois, foi a vez de Baixinho arriscar no alto, mas Maycon dessa vez foi bem e pulou para salvar.
A pressão para ampliar o placar não parou por aí. Aos 15, Baixinho foi à linha de fundo e cruzou; Maycon espalmou para o meio da área e a bola sobrou para Catuto, mas o meia não conseguiu pegar em cheio, deixando ela viva para Tetelo, dentro da pequena área, quase completar para o gol de cabeça. Três minutos depois, a recompensa pela postura ofensiva: Negão, mesmo com sua envergadura física, segurou o baixinho Baixinho e o impediu de subir. Pênalti completamente desnecessário, convertido em gol pelo camisa 10 Alexandre.
A essa altura, o placar agregado já apontava 4 a 1 para o Renascença e a taça do Municipal cada vez mais se aproximava do bairro da Praça. O União, na base da bola parada, até tentou diminuir o prejuízo e ir para o intervalo com chances de buscar o 3 a 1 que levaria para os pênaltis. Longe disso, a melhor oportunidade saiu quando Lelê – o do União – tentou uma bola enfiada, a zaga afastou e a bola sobrou pro próprio meia, que chutou sobre o gol de Luiz Carlos.
A previsibilidade da primeira etapa, somada à atuação modesta de ambas as equipes, tirou um pouco do brilho da final. O campo do XV também não contribuiu, já que o gramado irregular obrigava as equipes a pelear com a pelota para dominá-la. A torcida, ao longo do perímetro do campo, por sua vez, deu um show, dando um clima visto raras vezes nas canchas do futebol amador da Grande Florianópolis.

Voltando às quatro linhas, o União retornou mais incisivo, recordando-se de que precisaria fazer ao mínimo três gols para levar a final para os pênaltis. A pressão novamente aconteceu via bolas paradas. Na chance mais clara, Negão desviou uma falta cobrada por Fabinho e a bola explodiu no travessão.
Sem aproveitar o momento de pressão, o União aos poucos se abateu e abriu brechas para o Renascença liquidar de vez a partida. Aos 37, Lelê recebeu uma bola enfiada e foi atropelado por Alencar. Outro pênalti claro, dessa vez cobrado para o gol por Walber, que havia entrado na vaga de Baixinho. Entrou, fez o gol e saiu, pois o atacante conseguiu extrapolar tanto na comemoração que recebeu dois amarelos.



O União precisava fazer cinco gols em doze minutos para levar o título para o Porto da Itinga. Sem a menor chance disso acontecer, o técnico Amauri de Souza, do Renascença, promoveu a entrada do jovem arqueiro Alagoano, aos 43 minutos. Dificilmente alguém bateria Amauri no quesito estrela. Um minuto após a troca, o União teve um pênalti a favor e a chance de descontar. Quem estaria sob a meta para defender a cobrança de Tiaguinho, sem dar rebote? Ele, Alagoano.
Mais fotos do jogo:
O lance levou todos os companheiros, inclusive o titular Luiz Carlos, ao delírio, dando o startup para toda a festa do título. O apito de William Machado Steffen não foi nada além de protocolar, já que a torcida e jogadores do Renascença já festejavam o deca. Enquanto o União agradecia sua torcida, que festejava o simples fato de ter ficado à frente do rival Itinga na classificação final, os atletas campeões se uniram em oração no centro de campo, de certa forma esfriando a comemoração – quem chegasse ao Miguel Ezequiel de Simas após o apito final, certamente afirmaria que o União havia conquistado o título.









Findado o certame tijuquense, agora as equipes finalistas voltam suas atenções para o Regional da Liga do Vale do Rio Tijucas, competição que retorna ao calendário nessa temporada. Ambos ainda não confirmaram a participação. De qualquer forma, a Supercopa Tijucas, também organizada pela FME local, contará com Renascença e União.
Saindo de Tijucas, segui rumo a outro vale, o do Itajaí. No domingo pela manhã, acompanhei o zero a zero entre Brusque e São Bento. À tarde, foi a vez de ver o Barra mais uma vez jogar bem e sair com a vitória sobre o Marcílio Dias. Ambas partidas, porém, foram acompanhadas da arquibancada, tendo esse que vos tecla como mero espectador.

Para o próximo final de semana, novos destinos serão traçados pel’O Cancheiro. Fique ligado, que virá uma sequência de jogos sensacionais por aqui.
Abraço!
[…] Lucas Gabriel Cardoso) Também de Tijucas, o arqueiro Luiz Carlos foi o titular do Renascença no título do Municipal de 2016. (Foto: Lucas Gabriel […]
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[…] Cancheiro retorna ao município exatamente um ano depois de presenciar e contar como o Verdão da Baixada chegou a la décima, feito inédito que ampliou a vantagem do clube como o maior campeão de Tijucas. Ao contrário […]
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