Salve!
Apesar de O Cancheiro se auto-intitular como a casa do futebol esquecido do Sul do Brasil, reservei o final de semana para romper essa barreira – até porque o Sul não é o Meu País. Seguindo os passos do Jogos Perdidos, uma das grandes referências do blog, o rolê planejado foi por São Paulo.
Ainda no litoral, nossa primeira parada foi Santos. Quem não saca a pegada do blog, esperaria uma Vila Belmiro como destino certo. A questão é que ali por perto, no Estádio Ulrico Mursa, rolaria um embate da Segunda Divisão Paulista – a quarta, na prática – entre a Portuguesa Santista, a saudosa Briosa, e o Tanabi, distante mais de 500 quilômetros do litoral. Em plena sexta-feira à noite, em Santos, é lógico que o nosso destino seria tal peleja.



Tamanha distância ente as equipes – quase a mesma que percorremos desde Florianópolis – se explica pelo fato do certame já estar em sua segunda fase, que, ao contrário da primeira, não é regionalizada. Em um grupo com equipes da Grande São Paulo e da Baixada Santista, a Portuguesa não teve dificuldades para chegar à ponta. O time, composto por alguns atletas do primo rico da cidade, terminou invicto as 14 partidas da primeira fase. O Tanabi, frente às equipes do noroeste paulista, teve mais trabalho, mas conseguiu se classificar em terceiro.

A invencibilidade da Lusinha Santista foi mantida na abertura do quadrangular da segunda fase, na distante Tupã, com a vitória sobre o tricolor local. Jogando em casa, contra o Desportivo Brasil, de Porto Feliz, o Tanabi conheceu sua quinta derrota na competição e largou mal em busca de mais uma classificação.
Ainda que tenha a concorrência dos grandes paulistas, a torcida da Briosa lotou boa parte das arquibancadas do Ulrico Mursa, com um público superior a maioria das partidas da quarta divisão nacional, por exemplo. O clima de jogo deu um tom diferente ao da minha primeira visita à cancha, durante o verão, época em que não há partidas da Segundona. Em um estado com estádios grandes, e muitas vezes olímpicos, ter a torcida separada do campo apenas por um alambrado é um baita fator positivo. A esperança que fica é que mais estádios como o Ulriso Mursa resistam à especulação imobiliária e sigam de pé, com suas histórias intactas.

Dentro das quatro linhas, a partida começou morna e equilibrada, tendo a insistente chuva como grande adversária das equipes. A partir dos 20 minutos, a Portuguesa passou a tomar as rédeas e, aos 23, chegou a balançar a rede, após cabeceio de Fernando, mas o assistente Rafael Tadeu Alves de Souza prontamente assinalou impedimento. Dois minutos depois, Itamar, o artilheiro do campeonato com 16 gols, tentou ampliar sua contagem em chute de fora da área, mas pegou na orelha da bola e mandou literalmente fora do estádio.

Ainda no jogo aéreo, a placar quase enfim saiu do zero em um cabeceio de Lucão, após cobrança de falta de Ricardinho, mas Felipe buscou no ângulo. O arqueiro tanabiense, porém, nada pôde fazer em nova cobrança de falta, aos 45, dessa vez de Vinícius e completada pelo zagueiro Dema.



O começo do segundo tempo, assim como no primeiro, foi morno, mas dessa vez com o placar em favor da Portuguesa. O Tanabi chegou à primeira finalização apenas aos 10, em chute de Carlinhos, no meio do gol. O lance acordou o time da casa, que, três minutos depois, chegou ao ataque em uma bela triangulação entre Willian e Lucas Lino, mas finalizada sem perigo ao gol do Tanabi. Pouco depois, Ricardinho desperdiçou um rebote de Felipe, após finalização de Lucas Lino.

Atrás no placar, o Tanabi não conseguia traduzir sua maior posse de bola em oportunidades claras de gol, enquanto seu adversário seguia chegando com perigo. Aos 35, Itamar chamou a responsabilidade para si, fez bela jogada pela esquerda, mas mandou por cima do gol. Cinco minutos depois, Romário também arriscou, mas Clayton conseguiu efetuar a defesa em dois tempos.
A vitória lusa enfim foi concretizada aos 44. Em confusão na área, Lucão caiu e o árbitro marcou pênalti. Willian, na busca de chegar a marca do rival Itamar, foi para a cobrança e não desperdiçou, marcando o segundo da Briosa e o seu 14º gol, se isolando na vice-liderança. A confusão gerada pela marcação da penalidade ainda culminou na expulsão do zagueiro Leonardo, selando o placar de 2 a 0.

Completando a rodada, em Porto Feliz, o Desportivo Brasil venceu o Tupã. Em situações opostas na tabela do quadrangular, Tanabi e Portuguesa voltam a campo no próximo final de semana. O time do noroeste enfrenta o também zerado Tupã, em casa. Uma derrota praticamente significaria uma eliminação precoce para ambos. Já uma vitória os deixariam na cola dos líderes Desportivo Brasil e Portuguesa, que peleiam em Porto Feliz pela primeira posição isolada.
Mais fotos da peleja em Santos:
O Cancheiro, na tarde de sábado, segue sua empreitada por solo paulista. Itu e Sorocaba serão os próximos destinos, com partidas quase que simultâneas pela Série D do Brasileirão.
Fique ligado irmão, que logo estaremos de volta!