Na abertura da Segundona, Hercílio Luz vira sobre o Barra com gol de Alex Silva

Buenas!

Celebrando um ano de blog, voltamos à competição onde tudo começou: a Segundona de Santa Catarina. Assim como em 2015, O Cancheiro esteve presente na abertura da competição, no sábado. Para tanto, rumamos eu e o Desprovidos ao Augusto Bauer, a cancha que mais figurou por aqui, para acompanhar o inédito embate entre Barra e Hercílio Luz.

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Equipe de Balneário Camboriú sendo recebida por sua torcida no Augusto Bauer. (Foto: Lucas Gabriel Cardoso)

Inédito porque o Barra, uma equipe nova de Balneário Camboriú, recém deixou o limbo da Terceirona, buscando alçar vôos maiores. O objetivo é ousado: apesar de ainda contar com pouca torcida, o clube montou um belo elenco para essa Série B, com nomes conhecidos de Santa Catarina, como Cadu, Cambará, Diogo Dolem e Chiquinho, além de reforços do Rio Grande do Sul, onde o técnico Círio Quadros possui um vasto currículo.

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Teve até fumaça azul. Pena que foi no meio do campo e não junto à torcida. (Foto: Lucas Gabriel Cardoso)
Barra Futebol Clube
O Barra estreou no segundo escalão catarinense com: Nei; Ruan, Élton, Vágner e Chilavert; Luanderson, Cambará (Germano), Jorginho e Chiquinho; Luiz Renan (Diogo Dolem) e Cadu (Lucas Vieira). (Foto: Lucas Gabriel Cardoso)

Ao contrário da esquadra do Litoral Norte, a do Sul não é nenhuma novidade por aqui. Lá no começo do blog, acompanhei um nonsense 8×1 do Hercílio Luz sobre o Blumenau, em Ibirama. O resultado atípico se deu mais pela fragilidade do adversário, já que, ao decorrer daquela certame, o Hercílio não fugiu muito do meio da tabela – lá pelos idos de agosto, ainda relatei um empate contra o futuro campeão Brusque.

Para 2016, entretanto, o Leão do Sul chega como um dos favoritos para enfim parar de bater na trave e conseguir o acesso, sob o comando do técnico Nem, campeão brasileiro como jogador pelo Atlético-PR. Na estreia – infelizmente, sem foto posada -, o Hercílio jogou com Duda; Guilherme, Alex Silva, Fernando e Márcio Goiano; Renato, Matheus Casarotto (Almeida), Kauhan (Ernando) e Jeff Silva; Nandinho e Lima (Dudu).

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Trio de arbitragem também saiu da capital: Fernando Henrique de Medeiros Miranda, Alexandre Bittencourt e Bruno Muller. Tiago Soares foi o quarto árbitro. (Foto: Lucas Gabriel Cardoso)

Ao chegar na cancha do saudoso Carlos Renaux, nos deparamos com um público de certa forma acima do esperado. Mesmo sendo uma equipe nova e de outra cidade, o Barra levou cerca uma centena de cabeças ao estádio. De Tubarão, outras dezenas de viventes percorreram cerca de 200 quilômetros para acompanhar a estreia do Hercílio. Compondo o público dessa peleia perdida, havia torcedores brusquenses curiosos, além do próprio elenco do Brusque, que golearia o Madureira no dia seguinte.

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Comando Vermelho viajou 220 km para ver o Hercílio jogar. (Foto: Lucas Gabriel Cardoso)

Os jogadores e a comissão técnica do Brusque não gostaram nada de ver o gramado onde fariam sua partida decisiva sendo ainda mais judiado por Barra e Hercílio. A incessante chuva dos dias anteriores, em contraste com o sábado ensolarado, criou poças por todo o irregular gramado do Augusto Bauer. Ainda assim, as duas equipes protagonizaram uma bela partida, técnica e repleta de chances para os dois lados.

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Resultado da chuva que insistia em cair até algumas horas antes do jogo. (Foto: Lucas Gabriel Cardoso)

O Hercílio começou melhor, se valendo da velocidade de Jeff Silva, Nandinho e Kauhan para chegar à linha de fundo. Na primeira oportunidade, Lima não conseguiu matar e a bola sobrou para Matheus Casarotto finalizar sobre a zaga. A jogada gerou um escanteio, desviado por Élton, sozinho no primeiro pau, mas a bola passou raspando o travessão.

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Jeff Silva, com sua sensacional cabeleira, puxando um ataque para o Hercílio. (Foto: Lucas Gabriel Cardoso)

Aos poucos o Barra foi equilibrando a peleja, chegando através do toque de bola e de jogadas bem trabalhadas no ataque. Aos 34, Jorginho, até então um dos destaques da partida ao lado de Chiquinho, avançou pelo meio, puxou para a perna boa e mandou um balaço em direção ao gol; a bola ia encontrando o caminho do ângulo, mas fez uma curva, explodiu na trave e ficou viva dentro da área, só esperando Luiz Renan chegar de trás e completar para o gol – o primeiro dessa Segundona.

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A equipe áureo-cerúlea abriu o placar e seguiu marcando forte, sem deixar o Hercílio chegar perto do empate no primeiro tempo. (Foto: Lucas Gabriel Cardoso)

Mesmo com o placar aberto, o Barra seguiu na mesma postura, sem dar brecha para as qualidades técnicas do Hercílio. Élton, eficaz na defesa, ainda se destacou com a bola nos pés: aos 40, o zagueirão, ex-Metropolitano, descolou um lançamento primoroso para Jorginho, que tirou do goleiro, mas o lateral Márcio Goiano salvou praticamente dentro do gol.

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Hercílio demorou a se habituar com o gramado encharcado. No seu campo de defesa, em especial, havia muita água acumulada. (Foto: Lucas Gabriel Cardoso)

A entrada de Almeida no lugar de Casarotto, no intervalo, não alterou, a princípio, o modo de jogar do alvirrubro. O Barra seguiu dominando a partida e aproveitando erros do Hercílio para chegar próximo à meta de Duda. Assim, Luiz Renan aproveitou uma bobeada na saída do Hercílio e quase marcou seu segundo tento. Cadu também finalizou, após excelente troca de passes, mas não conseguiu ampliar.

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Nei sai do gol para evitar o empate. (Foto: Lucas Gabriel Cardoso)

Aos poucos, o Hercílio ia ganhando território, enquanto o Barra não conseguia matar a peleja. Élton e Vágner, seguros na defesa, impediam que a pressão hercilista resultasse no empate. Nei, pelo contrário, seguia inseguro. Aos 23, ele saiu do gol para espalmar e se atrapalhou; a bola sobrou para Nandinho chutar cruzado e Alex Silva completor para o gol, porém completamente impedido.

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Nei meio inseguro em suas saídas. Fato que motivou uma discussão acalorada com seu companheiro Luanderson, no segundo tempo. (Foto: Lucas Gabriel Cardoso)

O gol anulado era um claro sintoma de que o Hercílio crescia e logo chegaria ao empate. Dudu, aos 30, recebeu pela esquerda e cruzou para Nandinho; a defesa barrense só ficou observando o baixinho atacante pular sozinho e cabecear como manda o figurino: para o chão e no canto do goleiro Nei.

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A defesa do Barra subestimou o potencial aéreo de Nandinho e deixou o atacante livre para testar para o gol. (Foto: Lucas Gabriel Cardoso)

Agora quem ditava o ritmo da partida era o Hercílio. A equipe hercilista passou a manter a posse e começou a chegar com mais perigo, agora em busca da virada. Alex Silva abusou de sua experiência e se agigantou frente à defesa barrense. Tanto é que o próprio Pirulito puxou um contra-ataque sozinho, carregando a bola até sofrer falta na entrada da área. Logo depois, aos 37, Luanderson ignorou o conselho de um torcedor rival no alambrado, que previa que Alex Silva ganharia no alto do volante, e deixou o zagueiro se antecipar a um escanteio cobrado por Jeff Silva.

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Alex Silva se antecipou a Luanderson e Germano e testou certeiro para virar o placar. (Foto: Lucas Gabriel Cardoso)
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O capitão, com passagens marcantes pelo São Paulo, já deixou o seu na estreia. (Foto: Lucas Gabriel Cardoso)

Mesmo jogando melhor e, de certa forma, correspondendo às expectativas, a equipe de Círio Quadros sucumbiu no momento decisivo e deixou a equipe do Hercílio, também experiente, virar e sair de Brusque com uma baita vitória. De positivo, fica a belíssima partida de abertura protagonizada pelo jogo coletivo do Barra frente à técnica do Hercílio, empolgando os que esperam a maior Segundona de todos os tempos.

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Torcida hercilista voltou faceira para Tubarão. (Foto: Lucas Gabriel Cardoso)

O triunfo fora de casa dá um alento a mais para o Leão chegar ao clássico contra o Tubarão, no próximo domingo. Além disso, ambos vão fazer sua estreia em Tubarão, isso porque o Atlético não saiu do zero contra o Concórdia, em Imbituba. Na segunda rodada, o Barra também fará um confronto regional, mas, dessa vez, como visitante, em Itajaí, contra o Marcílio.

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Torcedor hercilista marcando território às margens do Itajaí-Mirim. (Foto: Lucas Gabriel Cardoso)

Esse foi só o princípio de uma baita Série B, apontada como a melhor da história. O Cancheiro seguirá no seu projeto de, assim como ano passado, ver todas as equipes ao menos uma vez in loco. O destino da semana que vem, além da finalíssima do Municipal de Tijucas, ainda está em estudos logísticos, digamos assim.

Até lá, aquele abraço!

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