Voltamos!

Depois de um longo, tortuoso e insalubre verão, O Cancheiro está de volta às suas rotineiras coberturas pelo relegado futebol interiorano. Num final de semana em que diversas competições não-profissionais tiveram seus pontapés iniciais, o nosso foco pairou sobre Blumenau, onde Atlético Itoupava e Madureira fizeram o embate de abertura do Municipal.

Depois de alçar vôos para além dos limites estaduais, o Atlético parte em busca de retomar a hegemonia municipal. O clube vem de um vice-campeonato nacional da Taça Kaiser, disputada no Couto Pereira, em Curitiba, e do título regional da Liga Blumenauense. Na última edição do Municipal, entretanto, acabou ficando pelo caminho, eliminado pelos guris do Metropolitano, na semifinal.

Para os visitantes, o jogo marcou o retorno às canchas do futebol amador de um clube que fez história no começo do milênio. Fundado em 2003, o Madureira conquistou a Liga Blumenauense já em 2004 e logo se profissionalizou, chegando a disputar a Série B1 (terceira divisão) de 2005. No ano seguinte, adotou o nome de Blumenau Sport Club Madureira e, depois de inúmeras batalhas jurídicas, passou a usar as cores e o escudo do lendário Blumenau Esporte Clube, militando atualmente na Série B do Catarinense. O responsável por todo esse imbróglio é Eduardo Corsini, que agora volta ao comando do Madureira, sob um novo CNPJ, para a disputa do Municipal.

Com experiência de sobra por todos os níveis do futebol blumenauense, Corsini montou uma forte equipe para surpreender no certame. A tradição e o qualificado elenco do Atlético, entretanto, se sobressaíram na primeira etapa. Depois de desperdiçar boas chances e parar na excelente atuação do arqueiro Valdecir, o Atlético Itoupava conseguiu abrir o placar aos 22 minutos: Milson recebeu pela esquerda e, bem ao seu estilo, foi cortando para dentro e bateu forte – provando que deixá-lo com liberdade é praticamente um suicídio.

Após o gol, o Madureira enfim acordou para a partida. Aos 30, Vilsão, um dos destaques da equipe, fez o pivô com maestria para Carlinhos, que foi à linha de fundo e devolveu para o centroavante novamente usar o corpo e rolar para Silvinho chegar batendo, mas a pelota encontrou o lado externo do barbante. Vilsão e Carlinhos ainda voltariam a levar perigo em arremates de longa distância, mas o duelo seguiu com o placar mínimo até o intervalo.

Para a etapa final, o Madureira armou uma verdadeira blitz para cima dos locais. Com vontade de sobra, a equipe criou incontáveis chances. Na mais plástica de todas, Vilsão armou uma bicicleta perfeita, mas Sandro encaixou sem maiores problemas. Já na mais perigosa, Carlinhos recebeu libre e finalizou na rede, pelo lado de fora.

Depois de 20 minutos de intensa pressão visitante, o maior clichê do futebol entrou em ação. Quem não faz, toma. E foi assim que, em seu primeiro contragolpe, aos 23, o eficiente Atlético ampliou a vantagem. Oportunista, Matheus Baú recebeu na pequena área, limpou o goleiro e, mesmo sem ângulo, completou para o fundo do baú. Quinze minutos, com os ânimos do Madureira já esfriados, Bruninho recebeu na área, cortou um marcador e fez o terceiro, fechando a contenda na Itoupava.

Galeria de fotos completa da abertura e dos 90 minutos de bola rolando

Voltando a figurar no amador blumenauense, o Madureira estrou seu novo escudo. (Foto: Lucas Gabriel Cardoso)

Apesar do excelente resultado, o Azulão larga na terceira posição do certame, já que Canto do Rio e Salto do Norte aplicaram sonoras goleadas em Corinthians e Alvorada, respectivamente. No outro duelo da tarde, Horizonte e Bandeirantes ficaram no empate. Na segunda rodada, o Atlético vai à Fortaleza encarar o Bandeirantes, enquanto o Madureira busca a recuperação contra o Salto do Norte, no Glória.

Sem deixar a peteca cair, voltaremos a Alemanha Sem Passaporte Blumenau no próximo domingo para conferir mais um embate pelo Municipal. Até lá!