Buenas!
O feriado da Proclamação da República foi dia de ver um daqueles confrontos non-senses que só o futebol não-profissional nos proporciona. Depois de chegar à decisão do Estadual de Amadores com uma vitória sobre o América, num confronto que não acontecia há décadas, o Carlos Renaux voltou a campo para enfrentar o Metropolitano, clube fundado 15 anos depois da fusão que interrompeu a trajetória do Vovô no futebol catarinense, em partida válida pelo Campeonato Integração do Vale do Itajaí.



Mesmo sendo de épocas completamente distintas do futebol catarinense, Metrô e Renaux tiveram seus destinos cruzados nas competições da Liga Blumenauense em 2017. Pela Copa Krona, o Regional, foram duas vitórias brusquenses em três jogos, mas a goleada do Verdão na final acabou dando o caneco para os blumenauenses. Já pelo Campeonato Integração, disputado por quatro equipes do Vale do Itajaí (Faixa Azul, de Luiz Alves, e XV de Outubro, Indaial, completam o quadrangular), deu Renaux no confronto do primeiro turno.

Apesar da competição ser amadora, tanto Metropolitano quanto até o Carlos Renaux já visam o futebol profissional em 2018. Pensando na Série B do ano que vem, o Metropolitano manteve sua fortalecida base disputando os torneios não só da Federação Catarinense, como também da Liga. Já o Vovô, com suas dívidas e tavas quitadas, já confirmou o retorno às canchas profissionais.

As diminutas dimensões do campo do Horizonte proporcionaram um jogo repleto de emoções. No começo, as características das duas equipes favoreceram mais os visitantes, já que o Metropolitano conta com uma equipe jovem e rápida, enquanto o Renaux, com seu elenco experiente e cascudo no amador, conseguia se impor na força física. Foi assim que Anderson, após belíssimo passe de cobertura de Djalma, saiu cara a cara com Bahia, mas foi bloqueado na hora H por Claus.


Até os 15 minutos, só dava Renaux. Isso até uma grande confusão na área gerar a primeira chance clara para o Verdão, mas Nathan e Jonatha acabaram se enrolando e não aproveitaram que o arqueiro Niltinho já estava vendido na jogada. O Vovô respondeu em arremates do meio da rua dos laterais Alex e Carlinhos e do volante Bacal, que chegaram a assustar Bahia, mas não tomaram o rumo das redes.


Depois da parada para reidratação e um merecido descanso sob a sombra, o Metrô voltou com outra intensidade, mais agressivo na marcação e incisivo no ataque. Mesmo assim, o persistente zero a zero seguiu no placar até o intervalo. No último lance, os mandantes quase chegaram lá em uma jogada de escanteio, que Carlos subiu sozinho, mas cabeceou para fora.


Para a etapa final, o Metropolitano manteve o ritmo que findou no primeiro tempo e pressionou atrás da vitória. Para melhorar a situação, o Verdão ficou com um a mais depois que Jonatha fez uma jogadaça pelo meio e foi parado com um pontapé – aparentemente sem intenção – de Bacal, que recebeu o segundo amarelo e foi expulso.


Se era espaço que faltava para os guris do Metropolitano jogarem, a expulsão do volante ajudou e muito. Aos 27, numa bola enfiada, a zaga dormiu, Matheus entrou por trás, brigou com a marcação e a bola sobrou para João, recém egresso do banco, tirar do goleiro Niltinho e abrir o placar.


Logo depois do gol, Matheus pisou sem querer em Carlinhos, que revidou, gerando uma pequena confusão. Edson da Silva interviu e expulsou ambos – o atacante direto e o lateral pelo segundo amarelo. No 9 contra 8, o Metropolitano desfrutou de ainda mais espaço para jogar seu futebol. Dessa forma, aos 35, Eduardo avançou com liberdade pela direita e mandou rasteiro na área, na medida para Fred, também egresso do banco, aparecer e finalizar no cantinho – a pelota ainda beijou o pé da trave antes de morrer no fundo do filó.


Se os tais espaços apareceram pelos flancos, pelo meio não foi diferente. Foi por lá que, dois minutos depois, Riba invadiu a área sozinho, ia driblando Niltinho, mas foi parado com falta pelo arqueiro. O próprio capitão colocou a pelota na marca da cal – literalmente da cal – e bateu, mas mandou na trave – no rebote, ele guardou, mas como a bola não tocou em ninguém, Edson da Silva acertadamente assinalou dois toques.

O pênalti perdido pareceu ter abalado os guris do Metrô. O Carlos Renaux, que simplesmente ainda não haviam finalizado na segunda etapa, passou a pressionar mesmo com um homem a menos. Em menos de dois minutos de pressão, os brusquenses já conseguiram descolar uma penalidade em um lance aéreo confuso. Anderson foi para a bola e não desperdiçou.
Com 17 jogadores de linha, na medida para a pequena cancha do Horizonte, o jogo ficou totalmente aberto. Eis que, quando já eram decorridos os acréscimos da etapa final, Lang foi derrubado na área e Edson da Silva não pestanejou em assinalar a terceira penalidade em dez minutos. Anderson, do alto de toda sua experiência, apenas rolou a bola para as redes e deixou tudo igual, dando números finais à peleja: 2×2.
Mais fotos do empate entre blumenauenses e brusquenses (curta a página d’O Cancheiro no Facebook para conferir a galeria completa, que será postada em breve)

Com o empate, Metropolitano e Carlos Renaux foram para dois pontos no returno e, faltando uma rodada, viram o Faixa Azul, de Luiz Alves, abrir dois pontos na liderança. Caso o time da terra da cachaça, com Lima e cia, confirme o título, assim como fizera no primeiro turno, o outro finalista será decidido pela classificação geral, onde o Renaux tem a vantagem de dois pontos sobre o Metropolitano: 8 a 6 – provando, assim, a importância do grande empate conquistado em Blumenau.
Se vencer na última rodada, no dia 22, quando recebe o Faixa Azul no Augusto Bauer, o Vovô garante a vaga na final – sua terceira no ano -, já que passa os luizalvenses tanto na geral quanto no returno. Para o Metrô, só uma vitória contra o XV de Indaial, no próximo sábado, aliada a um revés do Renaux, interessa.
Com o Faixa Azul na lista de objetivos do blog, é bom provável que nos façamos presente no Gigantinho para o jogo da última rodada. A final, por sua vez, é quase certeza que aparecerá por aqui.
Até logo!