Salve!
Em plena sexta-feira à noite, lá fomos nós concluir a jornada dupla pelos gramados da Grande Floripa. Depois de marcar presença em um compromisso dos juniores do Figueirense, O Cancheiro tomou a BR 101, fez uma cruzada de ponta a ponta pelo caótico trânsito da região e teve a bela Governador Celso Ramos como destino. Por lá, na Fazenda da Armação, o Pescador Catarinense recebeu o Armação da Piedade, em clássico válido pela volta da semifinal da Liga da Comarca de Biguaçu, a Licob.



No duelo de ida entre os clubes vizinhos, o Pescador foi até o Bairro Calheiros, onde o Armação manda seus jogos, e voltou com uma excelente vitória, aliada a uma grande vantagem – relembre como foi a partida. Sob seus domínios, com direito à inauguração dos refletores do Heitor Antônio da Costa, o Pescador poderia perder até por um gol de diferença para avançar à final.
Ciente disso, a esquadra visitante começou a milhão. O Pescador, sem a mesma pegada, quase entregou a rapadura em duas oportunidades lá atrás, quando sua defesa tentou sair jogando. Depois, em uma falta perigosa, Teto mandou um pelotaço rente ao poste. Guga também arriscou do meio da rua e não foi feliz, mandando por cima.

O Pescador só conseguiu jogar após receber uma bronca do treinador e a instrução de colocar a bola no chão. Foi assim que a equipe rubra levou perigo pela primeira vez somente aos 15, quando Jackinho deu de calcanhar para Alemão, que chegou finalizando por cima. Três minutos depois, o ligeirinho Kleyffer fez fila pela esquerda, deixou quatro marcadores para trás – rendendo gritos de “olé” da torcida, postada no alambrado logo ao lado – e só foi parado com um safanão de Vinícius. O juizão não quis saber de papo e expulsou o camisa 10 de forma direta.


Com um a mais, parecia lógico que o Pescador encontraria uma maior facilidade para aumentar a vantagem. Não foi o que aconteceu. Multiplicando-se em campo, a esquadra do Armação seguiu ditando o ritmo da partida. Aos 20, Guga acertou um voleio em cheio, mas o arqueiro Guilherme fez a defesa à queima-roupa. Fabrício e Teto também arriscaram, mas mandaram ao lado da meta.
Mais uma vez o Pescador demorou a entrar nesse novo momento da partida, mas quando o fez, conseguiu se encontrar no meio da cancha. Os pontos fortes da equipe, o toque de bola e a velocidade, aliados às subidas do lateral, foram aos poucos devolvendo o controle do jogo para o time da casa. Assim, aos 44, Gil avançou pela direita, entregou para Alemão, que fez o pivô exatamente como manda o figurino, girou e bateu cruzado; a bola se perderia pela linha de fundo, não fosse o toque providencial de Jackinho, que a desviou para o fundo do gol.

Agora necessitando de, no mínimo, três tentos para se classificar, o Armação tratou de buscar o empate ainda antes do intervalo. Já eram decorridos os acréscimos da primeira etapa, quando Geovane cobrou falta lateral na área, a pelota quicou, atrapalhando o goleiro, e tomou o rumo das redes sem qualquer desvio.

Ainda teve tempo para mais duas bolas paradas perigosas: a primeira, em nova falta, Geovane mandou outra bola quicante, mas dessa vez Guilherme apareceu para interceptar; depois, no último lance, o Armação teve uma falta de dois toques quase de dentro da pequena área, mas Adriano bateu e a bola explodiu na defesa – praticamente todo o time do Pescador foi para baixo das traves para evitar a virada.
Ao contrário da primeira etapa, dessa vez quem entrou desligado foi o Armação. Parecia que a equipe tinha entrado na levada do sertanejo sofrência que um músico cantarolava ao vivo em alto e bom som no bar, ao lado da cancha, desde o intervalo. O time da casa aproveitou o momento e precisou de apenas quatro minutos para voltar à frente do marcador: após receber de Jackinho, Alemão deixou a bola subir, dominou – aparentemente com a mão, mas de forma involuntária – e rolou para Thiago Porto completar para o gol.

O gol logo no princípio da segunda etapa nitidamente abateu o Armação. Os visitantes só conseguiram responder em raros arremates de longe e deixaram o Pescador dominar as ações. O maior susto para os locais saiu em um lance esquisito: Adriano bateu falta de trás do meio de campo, Guilherme encaixou e caiu dentro do gol, mas conseguiu manter a bola sobre a linha.
Depois, só deu Pescador. Thiago Porto, egresso do banco, entrou com tudo no segundo tempo, contribuindo para esse novo cenário. Aos 20, ele mandou de longe e Jefferson defendeu de manchete. Seis minutos depois, o meia novamente arriscou de fora, a bola desviou no caminho e matou o goleiro, que dessa vez ficou plantado apenas observando ela entrar: 3 a 1.

Sem forças para reverter, o Armação até voltou a ter volume de jogo, mas não conseguiu infiltrar – principal problema da equipe desde a ida. Do lado de fora, a torcida visitante insinuava que os atletas rubros eram vendidos e estavam defendendo as cores do Pescador por dinheiro. Independentemente disso, os locais não tiveram muito trabalho para segurar a vantagem e fecharam 180 minutos de excelentes atuações, carimbando a vaga na finalíssima.

Mais fotos do derby gancheiro
Enquanto o Armação volta seu foco para o Municipal, onde também se encontra nas semis, o representante gancheiro na decisão da Licob conhecerá seu adversário no confronto entre Biguá e Pradense, marcado para esse domingo. Tudo indica que o primeiro, líder absoluto da fase de classificação, passará adiante. O Pradense, para chegar a sua segunda final seguida, terá que superar uma vantagem de quatro gols.
A decisão, caso aconteça em horários alternativos – assim como as semifinais entre Armação e Pescador -, deverá pintar por aqui.
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