CEC Orleans não decepciona a torcida, vence o Imbituba com autoridade e leva o caneco do returno da Terceirona

Buenas!

A tarde de domingo foi marcada por uma difícil decisão: rumar ao Sul e conferir a “final” do returno da Série C do Catarinense ou voltar ao Vale do Itajaí para ver um possível título antecipado do Blumenau. Caso o duelo entre CEC Orleans e Imbituba terminasse empatado, o caneco e o acesso cairiam no colo do BEC, sem necessidade de final. Ainda assim, torcendo para que ambas equipes não morressem abraçadas, escolhi conhecer uma cancha nova, o Osmundino Mateus, e rumei ao belo município sulista, encravado entre a Serra e o Litoral.

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Eduardo Rosa Silva escalou o CEC Orleans com: Kanan; Geraldinho, Marcelo Almeida, Marcelo Fernando e Alisson; Maranhão, Klisman, Higor (Vagner), Fagner (Luiz Henrique) e Cainan; Léo (Danilo). (Foto: Lucas Gabriel Cardoso)
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O Imbituba, do técnico Walter Souza, entrou em campo com: Pedro Afonso; Jonathan, Rafael Tomé (Rodrigo), Willian e Hanaue; Willian Leonel (Romário), Tauan e Jairo; Leonardo (Isequiel), Alisson e Ronaldo. (Foto: Lucas Gabriel Cardoso)
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Ramon Abatti Abel apitou o duelo, auxiliado por Alexandre de Medeiros Lodetti e Guilherme Costa Gonçalves. Marcelo Pacheco David foi o quarto árbitro. Junto a eles, estão os camisas 10 e faixa Higor e Leonardo. (Foto: Lucas Gabriel Cardoso)

Imbituba e CEC Orleans – que, na verdade, é o nosso querido Curitibanos Esporte Clube – chegaram a essa última e derradeira rodada em situações semelhantes. Após um primeiro turno à sombra do Blumenau, as duas equipes do Sul conseguiram fazer um excelente returno e ainda contaram com um providencial empate da equipe do Vale do Itajaí com o Porto. Na briga direta pela ponta, a vantagem era do time praiano, que jogava por um empate para ficar à frente do CEC e conquistar o título, caso o BEC não derrotasse o Caçadorense no SESI – o que, convenhamos, era bem improvável. Confira a tabela completa da Terceirona.

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500 pessoas pagaram ingresso e lotaram as arquibancadas do Osmundino Mateus. (Foto: Lucas Gabriel Cardoso)
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500 era o que constava no borderô. Outros tantos torcedores também deram seu jeitinho de assistir a peleja. (Foto: Lucas Gabriel Cardoso)
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Ivanir Soliman não se contia de alegria ao ver seu Curitibanos finalmente alcançando o sucesso. (Foto: Lucas Gabriel Cardoso)

Visto que o empate não servia a ninguém, a peleja começou aberta. Tão aberta que, com poucos segundos de bola rolando, saiu a primeira finalização: já na saída do círculo central, o CEC encaixou uma jogada ensaiada e fez a bola chegar em Geraldinho, que foi à linha de fundo e bateu cruzado por cima. Do outro lado, a primeira chegada do Zimba também saiu pelo lado direito, de onde Ronaldo cruzou e acertou o travessão. Apesar dos espaços, ambas as equipes pareciam afobadas e pouco inspiradas para abrir o placar, apostando na velocidade para chegar ao ataque, mas sem uma técnica lá muito apurada.

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Ramon Abatti Abel mal tinha apitado o começo do jogo e o CEC já chegava à linha de fundo com perigo. (Foto: Lucas Gabriel Cardoso)
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O CEC Orleans também é o time da família. Tinha até parquinho para as crianças se divertirem durante a partida. (Foto: Lucas Gabriel Cardoso)

Após uma parada para reidratação – em pleno inverno -, o jogo perdeu um pouco da forte pegada, ganhando em qualidade no meio da cancha, mas perdendo em emoção. Quem mais rondou a área foi a equipe mandante. As melhores chances saíram dos pés de Cainan, o destaque individual da equipe na primeira etapa. Na primeira, ele puxou contra-ataque e abriu para Higor, que finalizou e o goleiro Pedro Afonso encaixou; depois, foi a vez dele receber a bola de Maranhão e enquadrar o corpo para mandar um sem-pulo, mas não pegou na veia. Na jogada mais polêmica, Higor enfiou para Cainan, que invadiu a área e foi atropelado por Hanaue e Rodrigo – na visão do juiz, nada a marcar.

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Cainan invadiu a área entre dois marcadores e caiu. Ramon Abatti Abel entendeu que ele se jogou e mandou o jogo seguir. (Foto: Lucas Gabriel Cardoso)
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O instrumento de trabalho de Guilherme Costa Gonçalves simplesmente partiu-se ao meio. Sorte que faltavam poucos minutos para o intervalo (Foto: Lucas Gabriel Cardoso)
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Os jogadores do Imbituba nem subiram ao vestiário, fazendo o intervalo dentro de banco de reservas. (Foto: Lucas Gabriel Cardoso)

Embalado pela torcida, o Curitibanos começou a segunda etapa pressionando o adversário. O Imbituba, acuado em campo, assistia os locais jogarem. Na primeira chegada, Léo testou no segundo pau, mas mandou pelo lado de fora do barbante. Foram seis minutos empurrando o Imbituba contra o próprio gol até que, enfim, a rede balançou. Maranhão subiu pela direita, levantou a cabeça e mandou rasteiro, na medida para Léo aparecer sozinho no meio da área e, dessa vez, completar para o gol vazio.

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Depois de tanto martelar no primeiro tempo, Léo finalmente conseguiu fazer o gol no comecinho da etapa final. (Foto: Lucas Gabriel Cardoso)

Mesmo com o marcador inaugurado ainda no começo do segundo tempo, o CEC não mudou a postura e seguiu no ataque, sem ser tão incisivo, é verdade, mas ganhando todas no meio da cancha. Os visitantes seguiam sem conseguir esboçar uma reação, claramente sentindo a falta do experiente Luciano. Aos 24, em mais uma alçada à área, Danilo matou a pelota, girou e, com ela no ar, bateu forte, fora do alcance de Pedro Afonso. A julgar pela postura das duas equipes, o segundo gol teria sacramentado o título do CEC. A torcida também entendeu dessa forma e prontamente começou a entoar gritos de “é campeão”.

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Os adeptos locais nem esperaram muito para soltar o grito de “é campeão” e “eliminado”. (Foto: Lucas Gabriel Cardoso)
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O clima pros lados do Imbituba estava tão tenso que até na arquibancada visitante rolou um desentendimento. (Foto: Lucas Gabriel Cardoso)

Parecia arrogância ou prepotência dos locais, mas que era justificada pela imensa superioridade do CEC. Aos 33, Higor bateu uma falta no ângulo, mas Pedro Afonsto voou para salvar o que seria o terceiro gol. Maranhão, o melhor em campo, teve a chance de se consagrar logo depois, quando pegou na veia, de fora da área, e mandou na trave. Sentindo o título cada vez mais perto, a torcida orleanense gelou em uma infiltração do bom atacante Ronaldo, que invadiu a área sozinho e tirou tinta da trave, naquela que foi a única chance real de gol do Imbituba.

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Higor pegou bem na bola, mas não contava com a boa intervenção do arqueiro imbitubense. (Foto: Lucas Gabriel Cardoso)
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Maranhão teve a chance de coroar a belíssima atuação com um gol, mas parou na trave. (Foto: Lucas Gabriel Cardoso)
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Por poucos segundos, os torcedores orleanenses simplesmente calaram-se e assistiram, aflitos, a Ronaldo fazer fila na defesa do CEC e finalizar para fora. (Foto: Lucas Gabriel Cardoso)

O apito final de Ramon Abatti Abel selou com o título a improvável campanha de returno do CEC Orleans. Mesmo sem troféu, jogadores e comissão técnica invadiram o gramado, num misto de intensa vibração e emoção – transparecida, principalmente, pelo presidente Soliman. Pela primeira vez, o Curitibanos acertou numa parceria e, agora, jogará uma inédita final. A festa foi longe e seguiu até a entrada dos vestiários, depois que a torcida invadiu o espaço destinado aos jogadores para comemorar junto aos agora heróis da cidade.

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O que parecia improvável aconteceu: a Série C vai ter final. (Foto: Lucas Gabriel Cardoso)
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Os jogadores agradeceram o apoio e foram para a torcida. (Foto: Lucas Gabriel Cardoso)

Ali mesmo, junto à torcida, o CEC fez aquela tradicional oração. Antes, Higor tomou a palavra para lembrar que o trabalho ainda não acabou. Longe disso. Ainda falta o último e principal passo: conquistar o título da Série C e o acesso à Segundona. E a missão não é nada fácil, já que o favoritismo pende todo para o lado do Blumenau. Imensamente superior nos números durante o certame, conta a favor da equipe do Vale também o fato de que a única derrota do CEC no returno, mesmo tendo sido campeão, foi para o BEC: um estrondoso 5 a 0 no SESI.

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Ao final, a torcida adentrou o espaço reservado aos jogadores e comissão técnica para comemorar junto aos atletas. (Foto: Lucas Gabriel Cardoso)
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E a festa seguiu ali mesmo, na porta do vestiário. (Foto: Lucas Gabriel Cardoso)
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Em meio às comemorações, Higor lembrou que o maior desafio ainda está por vir. (Foto: Lucas Gabriel Cardoso)

Fica a pergunta: se o CEC Orleans subir de divisão, a vaga ficará com o Curitibanos e sabe-se lá em qual cidade vão jogar ou a parceria continuará? Isso porque o próprio Orleans tem o planejamento de se profissionalizar ano que vem e a Terceirona desse ano foi uma espécie laboratório – levando em conta o apoio da torcida e o bom resultado em campo, o futebol profissional tem tudo para dar certo por lá.

Galeria de fotos da “semifinal”

 

O Osmundino Mateus espera um novo público recorde na partida de ida, já no próximo domingo, às 15h. A taça será erguida no SESI – estádio pouco acostumado a esse tipo de evento – no sábado seguinte, dia 5, às 15h30.

Se não for possível se fazer presente na partida de Orleans, certamente O Cancheiro acompanhará o jogo de volta. Até lá!

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