Dale!
O QG d’O Cancheiro em sua primeira Copinha está sendo o Vale do Paraíba. Mas isso não impede que nos deslocamos por São Paulo para conhecer novas cidades e copar novas canchas. Quem acompanha, já tá ligado que o foco do blog é o futebol sulista – pouco bairrista. Pensando nisso, o destino desse sábado foi Jundiaí, sede do Joinville. Por lá, a rodada decisiva colocou o Tricolor frente a frente com o time da casa, o Paulista.



A viagem até Jundiaí foi tranquila. Complicado foi achar o Estádio Jayme Cintra sem GPS. Ficamos mais tempo rodando dentro da cidade do que nas autoestradas que ligam São José dos Campos a Jundiaí. Ao chegar na cancha do Paulista, confirmei a sensação que eu sempre tive, desde os anos dourados da equipe na última década: o estádio é grande e bonito, mas aparenta ser bem mal cuidado.

Após duas rodadas, a gurizada do JEC vem fazendo uma campanha bipolar. Depois de meter cinco no Vitória da Conquista, naquela que era a maior goleada da Copinha até então, o Joinville desandou e tomou 4 a 1 do Red Bull Brasil. Os anfitriões, pelo contrário, seguem bem regulares: duas vitórias pelo placar mínimo.

Jogando desfalcado de seu destaque nas primeiras partidas, o meia Madson, o Joinville encontrou dificuldades para impor o ritmo da partida. Precisando da vitória a todo custo, o time catarinense, sem conseguir criar nada no meio de campo, abusava das ligações diretas. Com um jogo mais rápido e pelos lados, o Paulista chegava ao gol adversário com um maior ímpeto, mas pecava nas finalizações, deixando a torcida na bronca.
Antes da bola rolar para a segunda etapa, o JEC já havia feito duas substituições, buscando mais ofensividade. O problema de criação, entretanto, persistiu. O Galo seguia atacando, ainda que estivesse satisfeito com o empate. A punição para o Coelho veio aos 20. A defesa, que até então vinha contendo bem o ataque do Galo, só observou o volante Maurílio subir sozinho e aproveitar uma sobra pelo alto, testando de forma certeira para o alvo.
Com uma vantagem ainda maior, o Paulista não se fechou na defesa e seguiu pressionando o Joinville, sem deixar o adversário respirar. Mesmo com espaço para jogar e tentar buscar a virada, o time catarinense foi engolido pela boa atuação do meio-campo do Galo. Em um bate-rebate sensacional na pequena área, o Coelho escapou de levar o segundo gol – Gabriel Persike salvou em cima da linha.

No ataque, a entrada de Bruno Feliciano, faltando 15 minutos, foi determinante para o Joinville. Foi o único momento de pressão do time catarinense. Bruno e Marlyson foram os que tiveram as melhores chances em arrancadas pelo meio, ambas travadas pela eficiente defesa local. Do outro lado, o Paulista ainda desperdiçou um baita contra-ataque, puxado por Arthur. Nem uma pressão final, nos cinco minutos de acréscimos, foi capaz de salvar o JEC. Destaque para a interferência do arqueiro Enzo, em um dos últimos lances, quando Marlyson escorou para Janderson chegar testando forte, quase como um chute à queima-roupa.

Mais fotos do confronto entre paulistas e catarinenses:
O último apito de Rodrigo Santos deu fim a uma campanha que, após a primeira rodada, parecia promissora. O Joinville segue sem conseguir uma boa campanha na Copinha e volta para o Norte Catarinense mais cedo. Os donos da casa, com 100% de aproveitamento e nenhum gol sofrido, vão de grão em grão buscando repetir o feito de 1997, quando se chamava Lousano Paulista e conquistou o surpreendente título daquela Copinha.
Na partida preliminar, o Red Bull Brasil massacrou o Vitória da Conquista e praticamente garantiu a classificação antecipada
A viagem até Jundiaí obviamente não foi com o intuito único e exclusivo de acompanhar o JEC. Por lá, tive ainda a oportunidade de colocar outros dois times novos na lista: Red Bull Brasil e Vitória da Conquista. Ambos fizeram a partida de abertura da última rodada do grupo 11.



Depois de ser derrotado na estreia contra os donos da casa, o Red Bull se recuperou de forma fantástica. Na segunda rodada, aplicou 4 a 1 no Joinville. Isso mesmo depois da equipe catarinense ter massacrado o Vitória da Conquista. O time baiano, por sua vez, ainda voltou a ser derrotado na segunda rodada, para o Paulista, pelo placar mínimo de um golzinho de pênalti a zero. Ainda assim, haviam chances remotas de classificação. Para isso, teria que aplicar uma improvável goleada por 5 ou mais gols de saldo sobre o time de Campinas e ainda torcer para o Joinville também ser goleado na partida seguinte.
Franco favorito e necessitando do resultado, além de um bom saldo de gols, para assegurar a vaga no mata-mata, o Red Bull começou com uma formação bem ofensiva, com três atacantes e seus volantes e zagueiros sempre chegando de trás. Assim, ao natural, o touro campineiro chegou ao placar de 3 a 0 ainda antes do intervalo. Ilgner, por duas oportunidades, e Hiago foram os autores dos tentos. Destaque para o segundo gol, que saiu de uma arrancada do zagueirão de quase dois metros Rayne, seguida de um belo passe de cobertura.

Para a segunda etapa, mesmo tirando um pouco o pé, o Red Bull chegou a mais dois gols, com Hiago e Judson, e igualou a goleada aplicada pelo Joinville sobre o próprio Vitória da Conquista. Para fazer valer o sacrifício dos 1500 quilômetros rodados até Jundiaí, Nélio descontou para o time baiano, assinalando o único gol do Bode na competição e levando a torcida local ao delírio.
Fotos do confronto entre paulistas e baianos:
Com a goleada, o Touro garantiu a classificação, não só pelos pontos, mas também pelo saldo seis gols positivos. Além disso, o Red Bull pulou para a primeira colocação, de onde sairia caso o Paulista conquistasse ao menos um ponto ou o Joinville vencesse a partida de fundo por cinco gols de saldo. Como contado anteriormente, o que se sucedeu foi a primeira das duas opções. Assim, o líder Paulista segue na sua Jundiaí, onde recebe, na terça, o Atlético Goianiense. Na preliminar, também no Jayme Cintra, o Red Bull terá mais um baiano no caminho, o Vitória.
Com o estádio do Paulista copado, dificilmente voltaremos a Jundiaí nessa Copinha. Até agora, a única certeza é que, já no domingo pela manhã, todos os caminhos levam de volta a São José dos Campos, para a rodada decisiva do grupo do Aimoré. Com as duas partidas no Vale do Paraíba, O Cancheiro chegará a sua inédita e insana marca de quatro partidas em menos de 24 horas.
Até breve!
[…] Em sua terceira participação seguida na Copinha, de um total de dez, o JEC busca ao menos repetir o roteiro de dois anos atrás, quando chegou na terceira fase e caiu para o Ceará, ou ir além e repetir a façanha de 1988, quando alcançou o terceiro lugar. Na edição passada, o Coelho não foi tão além e deixou São Paulo já na primeira fase – no jogo que marcou a eliminação, contra o Paulista de Jundiaí, aliás, O Cancheiro estava lá. […]
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