Mas que tal!
2017 mal começou e O Cancheiro já botou o pé na estrada. A ocasião, também pudera, é mais do que especial. Além de poder acompanhar a Copa São Paulo de Futebol Júnior pela primeira vez e conhecer algumas canchas paulistas, a edição desse ano conta com a presença do Aimoré, da mesma São Leopoldo onde esse que vos escreve nasceu. Minha veia aimoresista falou mais alto e me fez percorrer os quase 800 quilômetros que separam Florianópolis e São José dos Campos. Além da equipe local, o antigo Joseense, que hoje carrega o nome da cidade, o grupo do Índio Capilé conta com Mogi Mirim e Internacional.



E o adversário da estreia, em meio aos 120 times que participam da competição, acabou sendo logo o Colorado, o algoz do Aimoré nas semifinais da Copa FGF Sub-19 de 2016. Competição, aliás, que a esquadra capilé defendia o título, conquistado no ano anterior e que concedeu a passagem para a inédita jornada em São Paulo.

Com as categorias de base terceirizadas, o Aimoré, atualmente, segue fazendo jus a sua história de grandes conquistas nos juniores. Além da recente conquista da copinha, sobre o Panambi – contada, diretamente do Cristo Rei, pelo Cancheiro -, a equipe capilé foi bicampeã gaúcha sub-20 nos anos 80.
O tradicional adversário, por sua vez, já é carta marcada na Copa SP. O Inter é tetracampeão e ostenta o terceiro melhor histórico na competição, atrás apenas de Corinthians e Fluminense. A busca pelo penta vem desde 1999, mas a equipe colorada, sempre apontada como uma das favoritas, acaba sofrendo no mata-mata e ficando pelo caminho.

Aquela eliminação nas semifinais da Copa Sub-19 ficou entalada na garganta do Aimoré. Como já é praxe nas canchas gaúchas, a arbitragem acabou tendendo para a equipe da capital. E aí não há bravura índia que resista. Jogando bem longe da jurisdição do titio Noveletto e com um trio paulista no comando da partida, o Aimoré tinha tudo para bater de frente com o Inter. O problema foram os desfalques. Alguns jogadores que vinham atuando pelo time aimoresista ainda não pertenciam ao elenco na data limite exigida pela Federação Paulista, 20 de setembro. Teve, também, o natural assédio de equipes maiores pelos atletas campeões em 2015. Além disso, um dos destaques do time em 2016, o atacante Diego Carioca, acabou não viajando devido a uma tuberculose, diagnosticada às vésperas do embarque.
De qualquer forma, a equipe do técnico Arilson teve um bom começo de jogo, se valendo, principalmente, da velocidade de Leozinho. Mas faltou objetividade. Do outro lado, o Inter aos poucos foi ganhando cancha. André teve espaço e arriscou duas vezes de canhota. Pouco depois, aos 18, o lateral Junio ia invadindo área, quando foi parado no carrinho; penalidade máxima para o Inter, bem assinalada pelo árbitro Elandro Pedro da Silva e convertida em gol por Valdemir.

O primeiro tempo seguiu com a pressão do Inter. Valdemir se empolgou por ter feito o primeiro tento colorado e passou a arriscar de fora da área. Foram três chutes, todos sem o menor perigo. Quem foi feliz em uma batida de longe foi Felipe, aos 40. O meia colorado dominou na ponta esquerda da área, puxou para a direita e encobriu o goleiro Bruno com um lindo chute colocado.

Feita a vantagem, o Inter administrou o escore até o intervalo. No retorno à segunda etapa, quem estava mais disposto a marcar ainda era o Celeiro de Ases. Agora, parecia que era o Aimoré que cozinhava o resultado, temendo sair da primeira rodada com um baita prejuízo no saldo de gols. De forma ofensiva, o Inter chegou duas vezes antes dos 10 minutos: na primeira, Felipe chutou forte sobre o arqueiro Bruno, que precisou fazer a defesa em dois tempos; logo depois, Vitinho fez um salseiro na área do Aimoré e, quando ia marcar um golaço, mandou o chute por cima do travessão.

A pressão rubra durou até a parada técnica, na metade da segunda etapa. Dali em diante, o que se viu foi uma partida morna e, a julgar pela debandada do público, totalmente sem emoção. Bom para o Inter, que já larga na liderança do grupo 20 – na partida de abertura, os anfitriões foram derrotados pelo Mogi Mirim. Para o Aimoré e seu elenco de certa forma improvisado, o resultado não fugiu muito do que se esperava. O negócio, agora, é garantir os seis pontos contra as equipes paulistas da chave e torcer para o colorado disparar na ponta.
Mais retratos da peleja, diretamente da arquibancada do Martins Pereira:
O Cancheiro volta ao Martins Pereira, dessa vez para a devida rodada dupla, na próxima sexta. Os trabalhos começam com o Índio Capilé enfrentando o Sâo José dos Campos e se encerram com o Colorado, na disputa pela liderança da chave, contra o Mogi.
Até breve!
[…] Colorado e Índio, apesar de não ocuparem o mesmo patamar no profissional, são velhos conhecidos quando o assunto é a base. Não era decorrida nem uma semana desse ano de 2017 e ambos já estavam se enfrentando, lá em São José dos Campos, pela Copa São Paulo de Juniores. […]
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