Opa!
De volta às bandas de Floripa, O Cancheiro reservou o sábado para mais um certame novo: o disputadíssimo Municipal de Tijucas. As disputas lá pelo Vale do Rio Tijucas já se encaminham para a finaleira, com quatro equipes disputando um quadrangular semifinal. A partida desse gelado sábado colocou frente a frente dois dos maiores campeões da cidade: o Renascença, em busca do DECA, e o Itinga, almejando o penta.



É no Bairro da Praça, próximo à foz do Rio Tijucas, que fica o Manoel Franco de Camargo, estádio de fácil acesso onde o Renascença mandas suas peleias. Ainda que as opções futebolísticas um pouco mais adiante, no Vale do Itajaí, também fossem interessantes (teve final em Blumenau e em Brusque) nos quedamos aqui pelo litoral. As dimensões reduzidas, o gramado judiado e o baita público junto ao alambrado contribuíram para que o espetáculo não ficasse para trás em relação a outras competições amadores pela região.

Sob seus domínios, o Verdão da Praça vem de uma espetacular campanha, iniciada em 4 a 1 contra o próprio Itinga, na primeira rodada da primeira fase. Ao todo, a equipe marcou 21 gols em cinco partidas e mantinha 100% de aproveitamento em casa. No geral, a campanha só não era perfeita porque houveram dois empates fora de casa, contra União e AV 13. Foi no momento decisivo, entretanto, que o Renascença conheceu sua primeira derrota, para o algoz União, na abertura do quadrangular.
O Itinga, dono de quatro canecos nos últimos dez anos, também fez uma excelente campanha, terminando a primeira fase na terceira colocação. A campanha, entretanto, não foi assim tão boa quanto a do rival dessa segunda rodada: além da goleada para o Renascença, já na primeira rodada, o Itinga foi derrotado pelo Destak. No quadrangular, já com o reforço de Djone Kammers no comando da casamata, a equipe empatou com o Joaia.

Mal a pelota rolou no irregular relvado da Praça, tivemos o momento máximo da partida. Jocinei roubou a bola pela direita e cruzou para Mainha; o campeão da Interligas pelo Estrela Azul encaixou um sensacional voleio, quase uma bicicleta, e acertou o ângulo de Luiz Carlos. Já é, sem dúvidas, o maior golaço visto in loco pel’O Cancheiro – o técnico Djone, em entrevista após a partida, também afirmou ser o mais bonito que já viu.

O Itinga, entretanto, parou no golaço de Mainha. Dali em diante, só deu Renascença. O empate teria vindo após Catuto receber bola enfiada de Patrick, mas, em posição duvidosa, foi marcado impedimento. Pouco depois, aos 26, Marivaldo cruzou, Walber dividiu no alto e a pelota sobrou na medida para Catuto, mas o meio mandou por cima, rente ao travessão. A enorme pressão durou até os 36, quando, em um enésimo escanteio, Renato jogou na área, a bola ficou viva e Catuto, sempre esperto nas sobras, chegou para afundar a bola nas redes.



Com o empate, o final do primeiro tempo foi mais equilibrado. O Itinga quase voltou a frente do marcador em mais uma descida do imparável Mainha, que abriu para o lateral Daniel, mas o chute passou sobre a goleira de Luiz Carlos. Ainda antes do intervalo, Alexandre cruzou, a bola passou por todo mundo e Renato, na pequena área, não conseguiu aproveitar para desempatar para o Verdão.

Ao contrário da primeira etapa, os 45 minutos finais foram muito equilibrados, com leve vantagem para o Itinga em chances claras de gol. A primeira foi de Mainha, que puxou para dentro e bateu no canto, mas Luiz Carlos fez uma baita defesa. A resposta veio no lance seguinte, quando Catuto arriscou de fora, mas o chute saiu mascado.

Com a partida aberta, era difícil prever quem chegaria ao desempate primeiro – para alegria da torcida local, foi o Verdão da Praça. Em falta na entrada da área, aos 15 minutos, Alexandre bateu sobre a barreira e a bola sobrou para o matador Catuto, sempre comendo pelas beiradas, mais uma vez aproveitar e mandar para o gol. Como bem lembrou o experiente treinador Erivan Pereira, campeão pelo Itinga em outras oportunidades e hoje um ilustre expectador da partida, o gol foi bem parecido com o de Cheirinho, que levou a semifinal da Interligas entre Fundos e Grêmio Cachoeira para os pênaltis (veja abaixo):


O Renascença ainda quase aproveitou seu melhor momento da partida para ampliar. Catuto avançou com velocidade e tocou para o lateral Renato chegar chutando forte, no travessão. Aos poucos, o Itinga retomou as ações com substituições certeiras e chegou próximo do empate em duas oportunidades: primeiro, um chute desviado de Reinaldo passou tirando tinta da trave; logo depois, Willian Cafu ganhou do arqueiro Luiz Carlos no alto e novamente a bola quicou caprichosamente rente a trave.

Faltando cinco minutos para o fim do tempo regulamentar, o Itinga teve uma excelente falta próximo à área. Mainha cruzou com açúcar, na cabeça do zagueirão Diego, que só teve o trabalho de escorar para o gol e novamente colocar números iguais na partida. Dois minutos depois, o Renascença não entendeu a lição e fez nova falta, mas dessa vez Mainha tentou surpreender e bateu direto, assustando a torcida local.

Já nos acréscimos, Bismarck dividiu uma bola no meio de campo e levou a pior. Como já tinha feito as cinco substituições, o Itinga foi obrigado a segurar a pressão do time da casa com um a menos. Ainda assim, o Renascença alçou algumas bolas na área, mas não foi feliz nas conclusões e, com o apito final de Bráulio Machado, a partida terminou empatada. O árbitro, aliás, que até algumas semanas atrás apitava um Botafogo x São Paulo pela primeira rodada do Brasileirão, teve uma atuação segura e controlou bem a partida, apesar de uma certa reclamação dos mandantes.

O empate mantém o Renascença, até então favorito, na última posição do quadrangular. O Itinga, com dois pontos em dois jogos, segue na segunda colocação. Tudo pode mudar com o confronto entre União e Joaia, no domingo. Na última rodada do primeiro turno, Renascença e Itinga jogam fora de casa: o Verdão vai ao Joaia buscar a recuperação contra a equipe local, enquanto União e Itinga fazem o clássico dos azulões.
Mais imagens do jogaço:
Com a volta das divisões de acesso do futebol profissional de Santa Catarina, O Cancheiro deverá deixar as competições amadores um pouco de lado. O Municipal de Tijucas, entretanto, ainda pintará por aqui, seja nas últimas rodadas do quadrangular ou mesmo nas finais.
Abraço, mô quirido!
[…] A semelhança com o reduto xeneize não é meramente física – guardadas as devidas proporções, é claro. Além do campo possuir as mínimas dimensões e ser separado por centímetros das arquibancadas, os mandantes são praticamente imbatíveis dentro das quatro linhas. O Renascença venceu todos os seus oito jogos no temido Manoel Franco de Camargo nessa edição do Municipal – no ano passado, foram sete vitórias e um empate (apenas o Itinga, em jogo que O Cancheiro esteve presente, não saiu derrotado da Praça). […]
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