Buenas!
O Cancheiro tinha destino certo no final de tarde de sábado: o Estádio Renato Silveira, em Palhoça. Depois de exatos três meses de bola rolando pelas canchas do município, duas agremiações chegaram ao único estádio profissional da cidade brigando pelo tão almejado caneco: o Cerâmica Silveira, do São Sebastião, e o Atlântico, da Barra do Aririú.



E os finalistas chegaram até aqui com totais méritos. Na primeira fase, ambos perderam apenas uma partida cada – o Cerâmica para o Cruzeiro do Sul e o Atlântico no jogo direto com o próprio rival dessa final – e lideraram com folga a tabela, ganhando o direito de entrar no mata-mata diretamente nas semifinais. No placar agregado dos duelos que decidiriam os finalistas, mais dois passeios: os barrenses aplicaram 7 a 1 no Paraíso e o Cerâmica 7 a 0 no Cascalho.


Tal sucesso se deve, além do grande apoio das comunidades, ao forte investimento que os times fizeram. Enquanto o Atlântico buscou o técnico multicampeão Djone Kammers, que levou consigo toda sua trupe de jogadores de confiança, o Cerâmica apostou em ex-profissionais, como Carlinhos, Edu Sales e Fábio Fidélis, além de contar com toda a experiência de Vaninho, uma lenda dos gramados palhocenses.


Depois de uma primeira partida desnecessária zerada, tudo ficou em aberto. Devido à melhor campanha, o time do São Sebastião, teoricamente o mandante da segunda partida, entrou em campo com a vantagem de jogar pelo empate. Ciente disso, os barrenses trataram de pressionar desde o começo. No primeiro arremate, logo aos 2 minutos, Manoel pegou quicando na veia, mas a bola encobriu a meta e beijou a parte superior das redes.


Ainda que jogando de forma mais ofensiva, o Atlântico esbarrava na forte retaguarda do Cerâmica Silveira, que sofreu apenas quatro gols em onze jogos. O próprio Fábio Fidélis, originalmente zagueiro e lateral-esquerdo, jogou de volante, para reforçar a marcação na meia-cancha. Assim, o Atlântico só voltou a assustar aos 25, mais por falha dos adversários do que por méritos próprios: Deivid foi tentar encaixar um cruzamento aparentemente tranquilo e mandou a bola contra a própria meta, mas Bolão apareceu para salvar em cima da linha e salvar a pele do goleirão.



O lance despretensioso acabou servindo para animar a equipe barrense, que passou a pressionar com mais incisividade. Em outro cruzamento, a bola foi desviada e Deivid quase aceitou novamente. O arqueiro se redimiu em duas cobranças de escanteio fechadas de Fernando, que tinham como destino certo o ângulo. No ataque, a única oportunidade digna de nota por parte do Cerâmica saiu num chute por cima de Keko.

Disposta a eliminar qualquer chance de surpresa, a equipe alvirrubra voltou para a etapa final buscando aquele que seria o gol do título. E ele demorou pouco mais de um minuto para sair. Felipinho aproveitou que a defesa do Atlântico voltou desligada do intervalo, apareceu de supetão no meio da área nas costas da zaga, driblou o arqueiro Daivison e mandou para o fundo das redes.




Agora precisando da virada, o Atlântico intensificou a pressão. Assim como na primeira etapa, entretanto, foi a defesa do Cerâmica que se sobressaiu. Para piorar a situação dos barrenses, o rival agora conseguia encaixar os contra-ataques. No primeiro, Fábio Fidélis roubou e entregou para Felipinho bater no cantinho, mas o goleiro buscou. Logo depois, aos 22, Edu Sales apareceu livre pela direita e, após duas tentativas, mandou um balaço para o gol, sem chances para Daivison.


Sem organização no ataque, o Atlântico tentava insistentemente infiltrar na base da jogada individual ou na bola área, justamente o forte do Cerâmica. Do outro lado, Vaninho, do alto dos seus 46 anos, puxou um contra-ataque pela direita, tocou no meio para Felipinho, que deixou ela subir e emendou um lindo voleio, assustando Deivison. Quando já eram 40 minutos passados, Edu Sales bateu em cheio uma falta cruzada e o goleiro espalmou para escanteio; na cobrança, após confusão na área, o imparável Felipinho apareceu para guardar e dar números finais à decisão: Cerâmica Silveira, hexacampeão, 3 a 0.



Mais fotos da final (a galeria completa estará em nossa página no Facebook em breve. Deixe aquele me gusta lá e fique ligado!)
Apesar da baita campanha do Atlântico, o título não poderia ter ficado em melhores mãos. O time do São Sebastião foi o que mais somou pontos, teve o melhor ataque e a melhor defesa. O hexa veio para coroar o extraordinário milênio do Cerâmica. Desde 2000, quando não possuía nenhum caneco, o clube copou seis das dezoito edições da elite de Palhoça.









Por diversos motivos alheios a nossa vontade, o certame palhocense, o mais forte tecnicamente da Grande Floripa, acabou ficando de lado nesse semestre. O blog já promete de antemão que em 2018 mais canchas espalhadas por todos os bairros de Palhoça, e não só a do Guarani, aparecerão por aqui.
Já adianto, também, que a próxima taça a ser levantada defronte às nossas lentes – e provavelmente a última do ano no amador – será num dos estados vizinhos.
Fique ligado e aquele abraço!