Em pleno Gigante do Vale, Santa Esmeralda larga atrás, mas busca empate contra o XV nos últimos minutos

Salve!

Futebol amador, domingo de manhã. Combinação perfeita, que deveria ser regra em todas as cidades. São raros os duelos nesse horário. Não em Indaial, onde a Fundação Municipal de Esportes deu a bola dentro de fazer toda a rodada como uma espécie de preliminar do churrasco de domingo. Bom para os jogadores, que costumam se dividir entre diversas equipes pela região, e, é óbvio, para a imprensa, que tem uma alternativa de cobertura a mais. Assim sendo, rumei ao Estádio Ervin Blaese, o Gigante do Vale, para conferir o embate entre XV de Outubro e Santa Esmeralda.

Sociedade Desportiva XV de Outubro
Josélio Kresch escalou assim o XV: Baiano; Pio (Messias), Matheus França, Oseias e Weslley; Bosco (Max), Luan, Chulipa e João Victor; Jaime (Douglinhas) e Thiago. (Foto: Lucas Gabriel Cardoso)
Esporte Clube Santa Esmeralda
O Santa Esmeralda, do técnico Alcione Durow, o Pato, entrou em campo com: Elton; Joce (Sandro), Luciano, Figueiredo e Guber (Ricardinho); Rafael (Gabriel), Leite (Anderson), Djon (Marcelo) e Rogério (Nivaldo); Bruninho e Duda. (Foto: Lucas Gabriel Cardoso)
XV de Outubro x Santa Esmeralda
Carlos Eduardo Rocha, o Rochinha, comandou o espetáculo. Teofanes Krause e Rodrigo Vieira o auxiliaram. (Foto: Lucas Gabriel Cardoso)

Vizinhos, os dois clubes do Bairro Carijós, na margem esquerda do Rio Itajaí, estão entre os mais tradicionais da cidade. Com 64 anos de história, o Rubroanil é o maior representante da cidade, tanto a nível regional, com cinco títulos da Liga Blumenauense, quanto a nível estadual, com a conquista da Série C profissional, em 2009. O clube ainda é conhecido por ter revelado o atacante Leandro Damião – à época, conhecido como Leandrão.

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A estrutura do Gigante do Vale dá um banho nos outros clubes da cidade. Isso, é claro, por já ter recebido competições profissionais. Por lá, além do XV, Curitibanos e Maga também mandaram jogos recentemente. Detalhe para o parceiro Evandro Corbari, na cabine de rádio, em mais uma baita transmissão ao vivo pela Rádio Web Esportiva. (Foto: Lucas Gabriel Cardoso)

Tricampeão municipal, o Santa Esmeralda possui sede própria e, na atual edição, tenta reverter o histórico recente de bater na trave. Depois de três vices seguidos, entre 2013 e 2015, o clube brigou ponto a ponto com o rival XV, mas acabou ficando de fora das semis do ano passado. O último título foi em 2000. Na Liga Blumenauense, o clube ainda ostenta o caneco de 1994 – para completar a tríplice coroa, o Santa Esmeralda ainda copou o Municipal da vizinha Timbó, em 1996. Tudo isso em apenas 27 anos de existência.

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O público até que foi bom. Foi muito superior, por exemplo, a diversas partidas profissionais já realizadas na cancha indaialense. (Foto: Lucas Gabriel Cardoso)

Em sua trigésima edição, o certame indaialense já está na penúltima rodada, adentrando sua reta final e definindo os semifinalistas. Tanto XV, quanto Santa Esmeralda fazem parte do G4, novamente com campanhas semelhantes – 11 e 10 pontos, respectivamente. Uma vitória para qualquer um dos lados, nessa penúltima rodada, garante a classificação matemática. Botafogo, também com 11, e River Bahia, empatado em 7 pontos com o Unidos, completam a zona de classificação.

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Já é quinta camisa diferente que Bruninho, do Santa Esmeralda, farda aqui pelo blog. Atlético Itoupava, Atlético Pomerodense, Metropolitano e Vera Cruz foram as outras. (Foto: Lucas Gabriel Cardoso)

Com dimensões maiores que as outras canchas, o gramado do Gigante do Vale proporcionou uma partida bem aberta e muito bem jogada. Ao contrário dos jogos truncados, comuns nessas partidas, os times aproveitaram o espaço para desenvolver duas táticas distintas. De um lado, o XV apostava na posse de bola e troca de passes para chegar à meta defendida por Elton. O Santa Esmeralda, por sua vez, insistia em jogar a bola em Bruninho, sabendo da qualidade do meia-atacante, para ver no que dava lá na frente.

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Rochinha observando de perto a jogada, contrariando os que corneteavam sua forma física. (Foto: Lucas Gabriel Cardoso)

Aos 7, o XV saiu na frente após uma excelente triangulação pela esquerda. Luan tocou para Chulipa, que enfiou para o lateral Weslley chegar de surpresa à linha de fundo e bater cruzado. O Santa Esmeralda respondia com Bruninho e sua incrível capacidade de passar liso pelos marcadores – às vezes, até três ficavam para trás em um só drible. Aos 30, ele saiu na cara de Baiano, mandou de cobertura, mas a bola passou à esquerda da meta. Pouco depois, ele cavou uma falta na entrada da área e foi para a cobrança, mas novamente mandou por cima.

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Weslley, o 6, foi o autor do primeiro tento da partida, muito comemorado pelo time do XV. (Foto: Lucas Gabriel Cardoso)

Apesar dos sustos lá atrás, o Rubroanil conseguiu dominar e segurar o placar até o intervalo. Para a segunda etapa, as estratégias se inverteram. Enquanto o Santa rondava a área adversária, o XV apostava na velocidade de seus jovens jogadores para contragolpear. Foi dessa forma que veio o segundo gol. João Victor, de apenas 16 anos, não se apequenou para o zagueirão Figueiredo, foi para cima e chegou à linha de fundo, de onde cruzou para Douglinhas, de 18 anos, completar no segundo pau. Somados, os dois tem 34 anos, apenas quatro a mais que o arqueiro Elton, vencido na jogada.

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João Victor, do alto de seus 16 anos, não titubeou e passou pelo zagueirão Figueiredo. (Foto: Lucas Gabriel Cardoso)
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Douglinhas, como diria sua tatuagem no pescoço, foi abençoado com o segundo tento rubroanil. (Foto: Lucas Gabriel Cardoso)
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O abraço dos guris marcou a jovialidade do time do XV. (Foto: Lucas Gabriel Cardoso)

Na sua especialidade, Bruninho seguiu partindo para cima da marcação. Foi assim que, cinco minutos depois, ele cortou dois defensores e rolou para Leite, bloqueado na hora H.  Aos 23, o filme se repetiu: novamente, o meia limpou a marcação pela esquerda e rolou para Nivaldo, no meio da área, dominar e completar para as redes. Na sequência, Duda quase empatou, em chute de longe que, mesmo encoberto, Baiano encaixou.

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Bruninho mandou por cobertura, mas a bola passou ao lado da trave. (Foto: Lucas Gabriel Cardoso)
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Duas cadeiras na laje, ao lado da caixa d’água, e tá feito o camarote para o embate do Carijós. (Foto: Lucas Gabriel Cardoso)
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Será que foi falta? (Foto: Lucas Gabriel Cardoso)

No ataque, o XV desperdiçou duas chances, com Thiago e João Victor, ambas defendidas por Elton. Na defesa, porém, o clube não conseguiu brecar o rebuliço que Bruninho aprontava. Acostumado com a cancha onde teve suas primeiras chances no futebol, ele fez mais duas jogadaças: na primeira, avançou sozinho e cortou Oseias, mas o zagueiro se recuperou e salvou; depois, agora pela direita, novamente puxou para dentro, deixou dois defensores para trás, mas Baiano fechou bem o ângulo e evitou o gol de empate.

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Leite é outro jogador experiente que integra a esquadra esmeraldina. (Foto: Lucas Gabriel Cardoso)
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Baiano sobe mais alto para acabar com mais uma jogada aérea do Santa. (Foto: Lucas Gabriel Cardoso)

O arqueiro quinzista nada pode fazer, porém, quando Bruninho – que também é homem das bolas paradas – cobrou escanteio, desviado no primeiro pau, e Anderson entrou com bola e tudo. O empate saiu quando já eram decorridos 45 minutos da segunda etapa e deu números finais à excelente peleja.

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Nos últimos minutos, Bruninho mandou várias na área, mas a pelota teimava em não entrar. (Foto: Lucas Gabriel Cardoso)
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Até que Anderson, depois da bola bater e rebater, conseguiu empurrar para o fundo das redes. (Foto: Lucas Gabriel Cardoso)

Apesar da decepção de deixar o resultado escapar no finalzinho e perder a liderança para o Botafogo, o XV garantiu seu lugar nas semifinais. Para tentar retomar a ponta, o Rubroanil visita o lanterninha Sporting na última rodada. O pontinho também não foi tão ruim para o Santa, que abriu três pontos do quinto colocado Madetim, e precisa de apenas um empate contra o River Bahia, no Estádio Bruno Blunk.

Galeria de fotos do jogo

Da forma como está, os representantes do Carijós voltarão a se encontrar nas semifinais. Botafogo, da Mulde, e Unidos, do Estados, disputariam a outra vaga na final. Ou seja, é bem provável que as quatro agremiações mais tradicionais do certame sigam adiante. E O Cancheiro, diante disso, certamente voltará ao município para contar os momentos decisivos do torneio.

Por ora, deixamos o Gigante do Vale e seguimos ao Parque Ribeirão das Pedras – curiosamente, também são disputadas partidas do Municipal por lá-, onde rolava um rodeio tipicamente gaúcho. É óbvio que não fui lá para conferir as disputas de laço e gineteadas – coisas que eu abobino com todas as forças -, mas sim para comer aquele churrasco do sogrão e encher a pança, já visando o compromisso do final de tarde, em Brusque.

Aguante!

 

 

 

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