Buenas!
Passado um primeiro semestre chocho para os adeptos do futebol amador na Grande Florianópolis, o mês de junho trouxe as competições oficiais de volta ao calendário. Quase que simultaneamente, as ligas de Florianópolis (a única que segue federada), São José, Palhoça e Biguaçu deram seus pontapés iniciais no início do mês. A última, em especial, foi a pauta desse feriado de Corpus Christi, com uma genial rodada dupla em Antônio Carlos, válida pela segunda rodada.
Os dois confrontos foram realizados no Estádio Padre Alfredo Junckes, no coração do simpático município de cerca de 8 mil habitantes. A cidade já é conhecida do blog, já que estivemos na abertura do Municipal do ano passado e em um amistoso intermunicipal, entre Grêmio Cachoeira e Floresta, realizado no início do ano – nesse, fiquei devendo o relato.

Já a Liga da Comarca de Biguaçu, estreando por aqui, era um dos objetivos desde que o blog foi criado – há exatos dois anos, aliás -, pois é considerada uma das mais fortes não só da região, como do Estado. Sem contar a organização, que aparentemente está ainda melhor nesse ano, com o comando de Júnior Moresco, ex-dirigente da Federação Catarinense de Futebol.
Armação joga pro gasto, vence o Prainha com um gol em cada tempo e segue 100%
Abrindo os trabalhos na simpática cancha, cheguei cedo para conferir um duelo de estrangeiros. O Prainha, de Biguaçu, decidiu mandar suas partidas desse ano em Antônio Carlos, alugando a praça de esportes da equipe homônima à cidade. Na sua estreia por lá, o rubronegro recebeu o Armação, de Governador Celso Ramos.



Jogando sob seu mando, o Prainha entrou em campo buscando deixar para trás o desastre que foi a estreia, quando sofreu sete gols do Biguá – e nem sequer conseguiu fazer o um do 7×1. A esquadra gancheira, por sua vez, debutou na Licob com um triunfo tranquilo sobre o Boêmios, jogando em Governador Celso Ramos.

Em situações opostas, mas com o mesmo objetivo, ambos os times protagonizaram um primeiro tempo muito peleado no meio da cancha, mas pouco criativo e emocionante. O Armação começou mais incisivo com a posse de bola, armando três chances claras: primeiro com Vinícius, em cobrança de falta venenosa que, aliada ao sol, quase surpreendeu o arqueiro Alex; depois foi a vez de Fabrício, pela direita, mandar por cima e, na sequência, Tiago arriscar de longe, sem perigo.

Do outro lado, o Prainha pecava em fundamentos como o passe e o domínio, mostrando estar um pouco desligado da partida. Do banco, os reservas cobravam tesão dentro da cancha. O time de Biguaçu chegou apenas uma vez à meta adversária, mas, curiosamente, foi a chance mais clara do jogo até os 40 minutos. Após boa troca de passes, Leandro bateu firme, no canto, mas Jefinho salvou.

A citação do tempo, no parágrafo anterior, se deve ao fato do Armação, no lance seguinte ao do Prainha, enfim conseguir acertar uma no gol e abrir o placar. Após bola na mão, quase na risca da grande área, assinalada pelo bandeirinha, Vinícius bateu a falta com força, furando a barreira e deixando o goleiro Alex sem reação.

Se os primeiros 45 minutos não foram um primor técnico, os da etapa final, ao contrário do jogo aberto que se esperava, deixaram ainda mais a desejar. A melhor chance dos mandantes saiu de um bom chute de Berg, encaixado por Jefinho. Quando o Prainha parecia melhor na partida, aos 20, uma saída errada fez a bola chegar em Teto, que avançou aos trancos e barrancos, mandou na área e a ela sobrou para Fabrício, de prima, emendar para as redes e ampliar o marcador para o Armação.

Teoricamente, teríamos mais meia hora de bola rolando, tempo mais do que suficiente para o Prainha ir atrás do empate ou o Armação aplicar um placar elástico. O problema é que se foram jogados dez desses trinta minutos é muito. Aos 30, Teto e Rodrigo deixaram o braço um no outro, se estranharam e foram expulsos. O meia do Armação ficou possesso com a marcação e tentou arranjar briga, mas foi contido por seus companheiros. Só nessa confusão, foram uns cinco minutos. Tudo isso, somado à catimba dos visitantes e os ânimos que seguiram exaltados, fez com que o placar se arrastasse até o final.
Mais fotos de Prainha x Armação
Péssimo para o Prainha, que, apesar de não ter feito uma má partida, segue repetindo a campanha horrorosa do ano passado, quando perdeu todos os seu seis jogos e deu W.O. no último. O novato Armação, por sua vez, alcançou a segunda vitória por 2 a 0 em duas rodadas
Bola na Rede bate o Antônio Carlos pelo placar mínimo e conquista seus três primeiros pontos
Nem bem Armação e Prainha iam deixando o gramado do Padre Alfredo Junckes e as equipes do Antônio Carlos e Bola na Rede já o adentravam para a partida de fundo. O jogo marcou o retorno do tricolor local, campeão em 2001, à Liga da Comarca. O adversário, de Biguaçu, busca nesse ano sua primeira campanha de destaque.



Na primeira rodada, ambos saíram de suas respectivas cidades e voltaram com um revés na bagagem. O Antônio Carlos foi ao bairro Prado, em Biguaçu, e perdeu para o atual vice-campeão Pradense, por 3 a 2. O Bola na Rede, que vem de um penúltimo lugar no ano passado, enfrentou o Pescador, na Armação da Piedade, em Governador Celso Ramos, e foi derrotado pelo placar mínimo.

Ainda que seja apenas a segunda rodada, os dois escretes entraram em campo meio tensos na busca dos primeiros pontos. Os primeiros 15 minutos foram marcados por uma certa vantagem do Bola na Rede, que teve como melhor chance uma falta cobrada por Coutinho e espalmada de forma sensacional por André. Do outro lado, o arqueiro do Bola na Rede não quis ficar para trás e fez uma defesaça em falta desviada. Na sequência, André catou mais uma, no canto, após tiro do outro André, o meia biguaçuense. Os anfitriões até chegaram a balançar o barbante, com Siri, mas o bandeirinha assinalou que a bola tinha saído.

Apesar de zerado, o primeiro tempo não foi desprovido de emoção. Esperava-se um segundo tempo ainda melhor, mas, assim como na partida preliminar, o jogo decaiu consideravelmente. As equipes não se abriram, restando os chutes do meio da rua. Foi assim que o Bola na Rede quase abriu o placar, aos 8, após um balaço de Charuto, esmurrado para o meio da área, mas Thiago, sozinho, não conseguiu aproveitar de cabeça. “Foi o sol”, justificou ele.

Enquanto isso, os “vilões” da partida, também conhecidos como guarda-redes, iam travando um duelo particular. Cassol igualou a contagem de milagres ao catar um cabeceio à queima-roupa do zagueiro Henrique. Isso tudo até os 10 minutos. Depois, o sol foi caindo e, com ele, a peleia foi esfriando.

Quando tudo indicava um zero a zero protagonizado pelos goleiros, Brancão, atacante do Bola na Rede até então meio apagado, recebeu lançamento pela esquerda, infiltrou e bateu na saída de André, por baixo do arqueiro, para enfim mandar a bola na rede. Enquanto o Antônio Carlos pressionava pelo empate, Charuto também teve uma chance pela esquerda, mas mandou na trave; no rebote, Thiago demorou para definir e também não conseguiu ampliar – àquela altura, mataria o jogo. Ainda assim, os gols perdidos não fizeram falta, já que a defesa e o goleiro Cassol seguraram as pontas e não deixaram o Antônio Carlos assustar.
Com a vitória, o Bola na Rede já iguala a campanha do ano passado, quando fez apenas três pontos, conquistados sobre o próprio lanterna Prainha. O Antônio Carlos, apesar de ter montado uma excelente equipe com jogadores locais, segue zerado no seu retorno à Licob.

Mais fotos de Antônio Carlos x Bola na Rede
E a pelota não para na Comarca de Biguaçu. No sábado à noite, ela já rola para o clássico gancheiro entre Armação e Pescador, no campo do Mar Azul. Bola na Rede e Prainha, depois de resultados distintos em Antônio Carlos, se enfrentam no Prado, na tarde de domingo, na preliminar de Pradense x Biguá. Ao mesmo tempo, o Antônio Carlos volta a jogar em casa, contra o Boêmios, em busca dos primeiros três pontinhos.
Apesar do final de semana farto de amador na Grande Floripa, O Cancheiro, dessa vez por motivos pessoais, regressa ao Vale do Itajaí ainda sem pauta definida para o blog. Descubra!
Aquele abraço!