Dale!
Em uma tarde de sábado daquelas para ficar lagarteando e descascando uma bergamota, O Cancheiro aproveitou o belo e raro dia ensolarado para buscar rumos novos. O destino do final de semana foi mais uma vez o Vale do Itajaí. No caminho, entretanto, fizemos uma parada estratégica às margens da SC 411, ainda no Vale do Rio Tijucas, para conhecer uma cancha nova, o Estádio do Galeão. Por lá, Cobresal e Poço Fundo entraram em campo para o primeiro duelo das semifinais do Municipal de Canelinha.



O estádio municipal fica, literalmente, na beira da rodovia. Caminho para Brusque, foram incontáveis as vezes que passei por ali, mas nunca tive a sorte de pegar um joguinho. Casa do Oeste na Série C do Catarinense de 2013, num dos paradoxos geográficos do futebol catarinense, o local recebeu, entre outras partidas profissionais, o primeiro ponto da história do saudoso Maga.
A pauta dessa vez, entretanto, é pelo futebol amador. Na pequena cidade de 12 mil habitantes, é disputado um dos mais tradicionais campeonatos da Grande Florianópolis. Atualmente, só são aceitos atletas canelinhenses, mas, num passado recente, era comum ver grandes nomes do futebol catarinense disputando o Municipal. Entre as equipes mais tradicionais, estão Palmeirinhas, Marselhesa – cujo campo também fica às margens da SC – e Poço Fundo. Esse último é o grande papa-títulos dos últimos anos e, em 2017, busca o penta.

Para tanto, a equipe de Erivan Pereira, parceiraço de longa da data do blog, venceu sete dos oito jogos da primeira fase e se classificou às semis com a melhor campanha. Quarto lugar, o adversário do Poço Fundo é o Cobresal, que garantiu a classificação na última rodada, após golear o Cobreloa, no clássico chileno-canelinhense. Ambos os confrontos serão disputados no Galeão, já que os dois times mandam suas partidas na cancha municipal.

Após as incessantes chuvas que caíram na região e fizeram o Rio Tijucas transbordar, o campo do Galeão até que se recuperou bem, mas ainda apresentava uma grande área com muito barro, em apenas um dos lados do campo. Ciente disso, o Poço Fundo começou a traçar sua vitória ainda antes da bola rolar, no sorteio, quando escolheu atacar no lado bom do campo já na primeira etapa. E, de pronto, estratégia surtiu efeito logo na primeira jogada, após Wellington vencer a marcação com velocidade e rolar para Adriano completar para as redes.

Visando abrir uma vantagem ainda nos primeiros 45 minutos, o Poço Fundo subiu sua marcação e simplesmente não deixou o Cobresal jogar. Aos 12, após cruzamento no segundo pau, Adriano cabeceou meio que no susto e mandou no travessão. Dez minutos depois, o centroavante não desperdiçou outra chance de marcar o segundo e deslocou o goleiro Édio. Já no lance seguinte, Wellington novamente fez jogada pela direita, mas dessa vez mandou um chute cruzado no alto, colocado e sem chances para o guardameta. Em menos de meia hora, a vaga para a decisão já parecia bem encaminhada.


Seguindo com o massacre, Weverton também tentou deixar o dele, mas Édio socou o chute de fora da área para longe. Aos 36, após Dieguinho dominar com a mão em um lance esquisito, o árbitro deixou a jogada rolar e a bola chegou em Adriano, que, mesmo sem ângulo, driblou Édio e marcou seu terceiro tento – o quarto do Poço Fundo. Outro que tentou de fora foi o meia Miller, filho do técnico Erivan, mas a bola pegou na trave e saiu. Em 45 minutos, foram quatro gols e duas bolas na trave. O Cobresal, apesar de dominado, ainda ensaiava umas boas chegadas ao ataque, mas sem muita objetividade.


A decisão do lado do campo se mostrou ainda mais acertada no segundo tempo, quando o Poço Fundo não conseguiu empregar o mesmo ritmo e sofreu para trocar simples passes ou avançar em velocidade pelo acidentado gramado. Do outro lado, o Cobresal acordou e, aproveitando o lado bom do campo, conseguiu descontar aos seis, com Dé.

Para evitar que o rival repetisse o próprio feito da primeira etapa, o Poço Fundo acordou e, no lance seguinte, quase ampliou com Wellington. Quatro minutos depois, um uma jogadinha de FIFA, Weverton cobrou um escanteio na meia-lua e Uilsinho, sem deixar ela cair, emendou para o gol, pegando na veia, mas a bola subiu um pouco. O Cobresal respondeu com Felipe, em chute forte que passou à direita do gol.

Mesmo com uma atuação bem melhor na segunda etapa, aos poucos a equipe alvinegra foi cansando e se deixando controlar novamente pelo Poço Fundo. Aos 23, Wellington até chegou a mandar a bola para as redes, mas em posição de impedimento – o gol o recolocaria na artilharia, já que, na briga particular contra o parceiro Adriano, o ponta começou o jogo na frente (7×6), mas ficou para trás (8×9).

Depois de cozinhar a partida sem sofrer sustos, o Poço Fundo ainda conseguiu ampliar aos 43, quando Adriano passou para o posto de garçom, deu uma bela cavadinha para Miller, que bateu na saída de Édio e fechou a contagem: 5×1. Curiosamente, o placar foi quase o mesmo do jogo de ida das semis do ano passado, quando o Poço Fundo, também como visitante, aplicou 5 a 2 no Cobreloa.

Cobresal e Poço Fundo voltam a se encontrar no próximo domingo, também no Galeão. Só um desastre tira a vaga da esquadra de Erivan Pereira, já que o Cobresal precisa, no mínimo, igualar o saldo para levar a decisão para os pênaltis. Na outra chave, o Palmeirinhas também encaminhou a vaga jogando fora de casa, ao derrotar o Areião por 3 a 0.

Ao que tudo indica, dois dos maiores vencedores de Canelinha farão dois grandes jogos decisivos, marcados, a princípio, para os dias 25 de junho e 2 de julho, no Galeão. Apesar de ter outros campeonatos em pauta, O Cancheiro fará de tudo para acompanhar a finalíssima de Canelinha e relatar mais uma taça sendo levantada por aqui.
Mais imagens das semis (a galeria de fotos completa estará na nossa página no Facebook)
Por ora, seguimos o caminho desse final de semana rumo a Brusque, onde, pela noite, Carlos Renaux e Flórida jogariam pelas semifinais da Copa Krona.
Até!