Com atuação espetacular do arqueiro Dida, Brusque vence o XV de Piracicaba e embola o Grupo 15 da Série D

Buenas!

Na chuvosa tarde de sábado, todos os caminhos do futebol alternativo em Santa Catarina levavam ao Estádio Augusto Bauer. Treze anos depois, o tradicionalíssimo XV de Piracicaba voltou a disputar uma competição nacional fora de São Paulo. O adversário foi o Brusque, a sensação do futebol catarinense nesse primeiro semestre. O duelo foi válido pela segunda rodada do Grupo 15 da genial Série D do Brasileirão.

Brusque x XV de Piraciaba
O árbitro foi Daniel Victor Costa Silva, do Rio de Janeiro. Os catarinenses Thiago Americano Labes e Carlos Felipe Schmidt foram os auxiliares e Edson da Silva o quarto árbitro. (Foto: Lucas Gabriel Cardoso)
Brusque Futebol Clube
O Brusque, do técnico Pingo, jogou com: Dida; Marcos Vinicius (João Carlos), Lucas Costa, Neguete e Ronaell; Eurico, Valkenedy, Carlos Alberto e Max (Carlos Magno); Wilson Júnior e Careca (Eduardinho). (Foto: Lucas Gabriel Cardoso)
Esporte Clube XV de Novembro (Piracicaba)
O XV, treinado por Márcio Fernandes, jogou com: Mateus Pasinato; Zé Mateus, Caíque, Rodrigo e Samuel; Gilson, Robston e Gilsinho (Serginho); Léo Carvalho (Carlos Alberto), Romarinho e Frontini (Tito)

A partida foi cercada por uma grande expectativa, principalmente pelo lado dos visitantes. De Piracicaba, um ônibus e uma van percorreram os quase 800 quilômetros até o Vale do Itajaí. Outros tantos colocaram o auto na estrada ou vieram de avião – caso do parceiraço Mário Henrico, que buscamos em Balneário Camboriú, em meio a uma invasão de hinchas quinzistas. No total, mais de uma centena de torcedores ocuparam boa parte do setor visitante da cancha brusquense.

Brusque x XV17
Torcida visitante compareceu em número sensacional ao Augusto Bauer. (Foto: Lucas Gabriel Cardoso)

Dentro de campo, a intenção de diretoria do Nhô Quim é corresponder às expectativas e buscar o acesso. Alguns reforços, como os atacantes Serginho e Frontini, desembarcaram em Piracicaba para reforçar o time que brigou para não cair para a Série A3 do Paulistão. A vaga nessa Série D foi conquistada através do título da Copa Paulista, no segundo semestre de 2016 – o que explica a má campanha no Estadual, muito mais competitivo, já que boa parte do elenco foi mantida.

Do outro lado, o Quadricolor sofre com o inverso, a perda de jogadores do forte time que disputou o Catarinense. Com um quarto lugar histórico – feito que não acontecia desde 1998 – e um antológico duelo contra o Corinthians pela Copa do Brasil, o elenco brusquense foi quase que totalmente desmanchado. Apenas cinco atletas ficaram: Dida, Carlos Alberto, Baianinho, João Carlos e Neguete. Os destaques Ricardo Lobo e Eliomar, por exemplo, seguiram para o Joinville, e o goleador e eleito melhor jogador do Estadual Jonatas Belusso já está jogando a Série B pelo Londrina.

Torcida Força Independente
A Torcida Força Independente também fez sua parte, apoiando o jogo inteiro. (Foto: Lucas Gabriel Cardoso)

Com uma equipe ainda se conhecendo e com pouco mais de uma semana de trabalhos, o Brusque estreou com derrota para o Operário, em Ponta Grossa, por 1 a 0. Resultado de certa forma natural, já que o Fantasma vem jogando junto desde março pela segunda divisão paranaense. O placar foi o mesmo da vitória do XV sobre o São Paulo de Rio Grande, no retorno do Brasileirão ao Barão da Serra Negra.

Para continuar dentro da competição, o triunfo em casa era mais do que obrigação. Isso não significou para o Brusque, entretanto, uma mudança no estilo de jogo, já que o técnico Pingo preza pela posse de bola e marcação alta. Foi assim que, depois de 30 minutos equilibrados e sem muita emoção, Carlos Alberto apareceu no ataque e finalizou no pé da trave. Dez minutos depois, o volante de 39 anos, mas que corre como um guri, novamente recebeu livre pela direita e, dessa vez, bateu firme no ângulo, sem chances para Mateus.

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Carlos Alberto, do alto dos seus 39 anos, não deu chances para a marcação. (Foto: Lucas Gabriel Cardoso)
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Carlos Alberto encheu o pé para abrir o placar. (Foto: Lucas Gabriel Cardoso)

Tentando reverter o prejuízo ainda no primeiro tempo, o XV tentou responder na base do abafo no lance seguinte, mas deixou a defesa totalmente aberta. Wilson Júnior, o destaque da primeira etapa, jogando tanto dentro da área, como pelos lados, aproveitou um lançamento e saiu defronte a Mateus com liberdade; a zaga quase conseguiu alcançar e brecar a finalização, mas a pelota morreu no fundo das redes.

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Atuação espetacular de Wilson Júnior. Curiosamente, ele foi um dos algozes do próprio Brusque na D do ano passado, jogando pelo São Bento. (Foto: Lucas Gabriel Cardoso)
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Wilson Júnior já desponta como um dos artilheiros da D, com dois gols. (Foto: Lucas Gabriel Cardoso)

Para a etapa final, o Brusque recorreu a um erro do Catarinense, o de recuar demais e deixar de lado o estilo ofensivo que vinha dando certo. Logo no primeiro minuto, começou a surgir a grande figura do jogo, o goleirão Dida, que encaixou um cabeceio depois do ataque subir sozinho. Aos 12, o arqueiro, reserva de Rodolpho durante quase todo o Estadual, ficou frente a frente com Tito, mas salvou com os pés, em um lance de puro reflexo. Cinco minutos depois, mais uma vez Dida demonstrou estar com o reflexo apurado ao pegar um chute alto de Romarinho. Ambas finalizações saíram quase da pequena área, entre buracos deixados pela defesa brusquense – nas duas, a torcida já dava como certo o gol do rival.

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O gramado pesado dificultou a vida dos jogadores. Mas contribuiu na emoção. (Foto: Lucas Gabriel Cardoso)

Apesar do total domínio piracicabano, o Brusque teve outro contra-ataque e a chance de matar o jogo aos 25, mas Carlos Magno tirou muito do goleiro e acabou mandando na trave. Obviamente que, logo logo, esse gol faria falta. Aos 37, em uma jogada de egressos do banco, Serginho cruzou rasteiro para Carlos Alberto – o do XV -, mais uma vez na cara do gol, mas dessa vez Dida nada pôde fazer.

Brusque x XV21
O Brusque teve algumas chances de liquidar no segundo tempo, mas não conseguiu aproveitar. (Foto: Lucas Gabriel Cardoso)

Cinco minutos depois, após baita pressão quinzista, Neguete bloqueou um cruzamento com o braço e o árbitro assinalou pênalti. Romarinho, mesmo não sendo o batedor oficial, tomou a responsa. O atacante não contava, entretanto, com a tarde monstruosamente inspirada de Dida. O arqueiro quadricolor não só pegou a penalidade, como também se jogou para cima do rebote e salvou de manchete, concretizando a maior atuação de um goleiro que já vi na vida.

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Dida cresceu de forma absurda no segundo tempo. (Foto: Lucas Gabriel Cardoso)

Depois de uma cera marota de Dida, o árbitro assinalou cinco minutos de acréscimos. Mesmo tento tempo para buscar o empate, o XV claramente sentiu o baque do pênalti perdido e, mesmo seguindo no ataque, não conseguiu se encontrar em campo e pressionar. Do outro lado, ainda deixou a defesa aberta para mais um ataque rápido do Brusque, dessa vez mortal. Carlos Magno cortou toda a marcação e abriu para Wilson Júnior, pela esquerda, que bateu alto e colocado, fechando o placar.

Dida Brusque
Dida foi devidamente saudado pelos brusquenses presentes no Augusto Bauer. (Foto: Lucas Gabriel Cardoso)

O triunfo deixa ambos com três pontinhos e a tabela do grupo totalmente embolada. O tento marcado no finalzinho foi importante, pois colocou o Quadricolor na liderança provisória pelo saldo de gols. No domingo, São Paulo e Operário finalizam a rodada em Rio Grande. Um triunfo dos anfitriões deixa todos com três pontos e a chave totalmente em aberto.

Mais imagens do jogo:

Almejando concretizar o bom momento em casa, o Marrecão recebe os gaúchos no próximo domingo, na última rodada do primeiro turno. O XV tenta se recuperar fora de casa, em Ponta Grossa. O Cancheiro volta a cobrir o Quadricolor no próximo final de semana – o que não quer dizer que deixamos Metropolitano e Inter de Lages de lado, mas ambos jogam fora na próxima rodada.

Antes disso, seguimos pelo Vale do Itajaí para acompanhar mais uma partida da nossa querida Série C do Catarinense. Confira nos próximos capítulos!

Aquele abraço!

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