Dale!
Nossa jornada pelo interior paulista e pela Copinha ganhou uma parada mais do que especial em Capivari, distante 140 quilômetros da Capital. Após o segundo lugar e uma classificação na base da raça, na vizinha Porto Feliz, os guris da Chapecoense desembarcaram em Capivari para enfrentar nada menos do que o São Paulo, atual campeão da Libertadores Sub-20 e dono da melhor campanha da Copinha.



Se a Copa São Paulo de Futebol Júnior é uma boa oportunidade dos clubes nacionais darem uma amostra do seu futuro, não há time melhor para aproveitar esse laboratório do que a Chape. Com 11 jogadores nos profissionais – boa parte dos que eram titulares nas campanhas finalistas do Catarinense e da Copa SC Sub-20 -, o Índio busca uma retomada sem perder a identidade, apostando na base como sempre fizera.

A gurizada, ainda com a memória recente de seus ídolos que se foram, prestou uma belíssima e emocionante homenagem ao jogar de igual para igual com o todo-poderoso São Paulo. Ali, no onze contra onze, o Verdão se multiplicou em campo e não deu espaços para o refinado toque de bola do adversário, como se estivessem em campo mais de onze atletas fardados de verde. Quem duvida que não foi o Danilo que deu um empurraõzinho a mais para Tiepo ir buscar uma cabeçada de Eder Militão à queima-roupa? Ou que o Caio Júnior não deu uma luz a Emerson Cris na montagem de um esquema compacto e eficiente na marcação?

Tais questionamentos jamais serão respondidos. A única resposta possível é a que os juniores do Furacão estão dando, dentro de campo, a um orgulhoso povo chapecoense. Desde a primeira etapa, de uma certa superioridade ofensiva paulista, era nítido que os jogadores da Chape entraram com um espírito copeiro, inspirados no elenco que entrou para a história.

Enquanto as arquibancadas travavam um duelo à parte, o segundo tempo se desenrolava na mesma toada que os primeiros 45 minutos. De um lado, a torcida local entoava o já tradicional “vamo, vamo Chape”, abraçando os guris do Índio Condá como se fosse o clube da cidade. Do outro, a torcida do São Paulo, que foi lotando seu espaço aos poucos, puxava seus cânticos sempre presentes no Morumbi. Dentro de campo, contrariando o domínio tricolor, Rhainer acertou uma cabeçada no travessão, quase abrindo o placar para Verdão aos 43 do segundo tempo.

A torcida capivariana/chapecoense até chegou a inflar ainda mais seu grito, empurrando o time para um pressão final, mas a expulsão do próprio Rhainer, no lance seguinte ao da bola na trave, atrapalhou os planos catarinenses. Com o placar zerado, a classificação à terceira fase seria decidida da marca da cal.
Fotos dos 90 minutos regulamentares
E de pênalti poucos goleiros entendiam tão bem como Danilo. Espelhado nele, Tiepo se posicionou sob as traves e, de cara, voou para espalmar o chute de Eder Militão. Para a Chape, Vini e Bruno converteram suas primeiras cobranças. Tiepo parecia realmente estar iluminado naquela noite de terça, já que, nas duas cobranças seguintes do São Paulo, ele acertou o canto: na segunda, chegou a encostar, mas o chute de Paulo Boia estufou as redes; depois, ele pulou para a esquerda e só observou o chute de Geovane passar ao seu lado e encontrar o caminho da linha de fundo. Na sequência, Lucas Paes espalmou o chute de Ronei, dando uma esperança a mais para o Tricolor, mas Ned foi lá e tratou de acabar com a série: 4 a 2 para a Chape e vaga garantida na terceira fase.




Adversário da Chape na próxima fase, Capivariano elimina Nova Iguaçu de virada na preliminar
A torcida de Capivari estava realmente iluminada nessa rodada dupla. Antes de apoiar a Chape, os locais assistiram o time da cidade, o Capivariano, enfrentar os cariocas do Nova Iguaçu.



Apontado como favoritíssimo pela imprensa local, o atual vice-campeão paulista de juniores foi surpreendido no primeiro tempo. Quem acompanhou a campanha do Nova Iguaçu em Porto Feliz, deixando, inclusive, a Chapecoense no segundo lugar, não apontaria o resultado parcial de 2 a 1 como uma surpresa. Nathan abriu o placar para os visitantes – oficialmente mandantes pela melhor campanha -, Matheus apareceu na frente do arqueiro para desviar e empatar, mas os cariocas chegaram ao segundo com Menezes, de cabeça.

Como era previsível, o Nova Iguaçu acabou recuando e deu cancha para o Capivariano dominar o segundo tempo. Aos 13, Bruno recolocou números iguais no marcador. Quando tudo se encaminhava para uma disputa por pênaltis, Gabriel Taliari invadiu a área com velocidade e foi derrubado. Penalidade convertida em gol pelo batedor oficial Neto.
Galeria de fotos da peleia envolvendo o time local
Os triunfos colocaram Capivariano e Chapecoense frente a frente, dividindo a torcida local. O confronto foi disputado e vencido pelo Índio na quinta-feita, quando O Cancheiro já tomava o rumo de volta para Santa Catarina. A vontade, obviamente, era de ficar mais tempo – quem sabe ano que vem.
Continue ligado que 2017 promete! Aquele abraço!