Dale!
Para dar prosseguimento à cobertura do Estadual de Amadores, O Cancheiro novamente tomou o rumo da sede da SER Rui Barbosa. Foi a vez da estreia dos anfitriões da chave de Morro da Fumaça na competição. O adversário fora conhecido ontem: o Xanxerê, após ter deixado o Atlético Pomerodense para trás na preliminar.



Depois de contar com toda receptividade do povo fumacense e, em especial, da diretoria do Rui, finalmente a equipe local faria sua estreia no blog – e, consequentemente, no Estadual. Nesse ano, o Rui reingressou na Liga Atlética da Região Mineira, a LARM, e largou na Segundona. Por lá, acabou sendo eliminado para o Inter, de Criciúma, nos pênaltis. Mas pera aí, o Rui Barbosa caiu de para-quedas no Estadual? Mais ou menos isso, já que abocanhou a vaga por ter conquistado o título do Sul-Brasileiro do ano passado, no Paraná.

O insucesso do Rui na LARM ligou o sinal de alerta no clube. Para o Estadual, era preciso reforçar o time. Para tanto, o clube de Morro da Fumaça foi ao mercado e trouxe praticamente uma equipe inteira diferente. Boa parte do elenco que foi campeã no Paraná retornou para tentar levar a equipe à competição nacional novamente. Entre as novidades, destaque para o centroavante Lima, ídolo em Joinville e não muito querido pelo povo da região de Criciúma.

Em relação à estreia, naturalmente a equipe do Oeste apresentava um certo desgaste. Jair Mueller, um dos destaques, jogou o segundo tempo da partida do dia anterior no sacrifício. Ainda assim, os onze iniciais se repetiram na semi. O Xanxerê entrou disposto a levar o tetra para a cidade, campeã outras três vezes com o Olaria, e rechaçar qualquer favoritismo do time da casa.

Ao contrário da partida de sábado, a pelota foi bem melhor tratada pelos atletas na semifinal. O jogo, em si, também foi mais emocionante. Logo no comecinho, Fabiano deu um susto na torcida local, ao chutar a bola sobre Fumaça – que, apesar do nome, não gerou a mínima simpatia nos torcedores locais – e quase sofrer o gol de cobertura. Ainda antes dos 10, foi a vez de Índio sair mal do gol e quase entregar para o matador Lima.

Lima, aliás, só teve liberdade para arriscar para o gol aos 30, quando aproveitou uma sobra de cruzamento, se livrou da marcação de Guga e bateu de canhota; Índio, tranquilo, encaixou. Em cobrança de falta, Fá também arriscou de esquerda, a bola quicou na frente do arqueiro xanxerense e quase o encobriu.

Do outro lado, Fumaça seguia fazendo um rebuliço da defesa do Rui. A experiente zaga do Rui não conseguia acompanhar o ataque xanxerense. Aos 40, após a bola passar por Renato, Grilo acreditou, invadiu a área e bateu na saída de Fabiano. O apagão fumacense persistiu e o Xanxerê soube aproveitá-lo. No lance seguinte, Fumaça recebeu lançamento, Rodrigão e Toninho deixaram um para o outro e só acompanharam o atacante ampliar o placar.

Como bem comentou Felipão Karpes, da Rádio Horizonte, de Capão da Canoa, o Rui necessitava fazer um golzinho logo no começo para botar fogo na partida. E foi o que aconteceu. Jean Coral, um dos tantos ex-Criciúma em campo, recebeu pela direita e fuzilou a meta de Índio. Logo depois, ainda na pressão, Romennig foi à linha de fundo, Índio espalmou e por pouco Lima não aproveitou o rebote.

Já demonstrando os primeiros sinais de cansaço, o time do Xanxerê aos poucos foi dando cancha para o Rui buscar o empate. Aliado a isso, a qualidade técnica do time da casa foi demonstrada aos 17: Shayder fez jogada individual pela direita, cruzou rasteiro, Romennig, em um lance de gênio, deu um corta-luz e a bola sobrou para Lima; assim, o maior artilheiro da história do JEC não perdoa.


Outra lance plástico quase gerou a virada: aos 23, Romennig cruzou, Lima escorou de peito e Everton Boff chegou chutando de trás, mas a bola desviou e saiu. O autor do cruzamento, aliás, foi a campo após o intervalo e entrou muito bem na partida, desequilibrando a favor do Rui. Do outro lado, Jair Mueller não suportou mais 45 minutos e foi substituído por Marquinhos.

Apesar da pressão fumacense, o Xanxerê se fechou na defesa e impediu a virada. Ainda assim, passou por uma baita susto aos 40, quando Romennig, de novo, aproveitou um rebote de Índio e chutou no travessão. Assim como acontecera na LARM, quando o Rui foi eliminado, e no mata-mata da Copa Oeste, em que o Xanxerê eliminou o Ouro Verde, mais uma vez as equipes definiriam sua vida nos pênaltis esse ano.
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As penalidades












Mesmo esgotado fisicamente, o Xanxerê segue adiante no Estadual. O adversário será o Estrela Azul, de Santo Amaro da Imperatriz. O time da Grande Florianópolis fez o crime no Caravaggio e eliminou a equipe local, acabando com as chances da LARM alcançar seu pentacampeonato seguido, por mais que a liga tenha feito um baita lob na FCF para ter dois times e sediar o torneio.



Por sorteio, ficou decidido que a finalíssima será em Nova Veneza. O distrito do Caravaggio receberá, com um gosto amargo, mais uma decisão – dessa vez, sem seu representante local. O Cancheiro, é óbvio, deixará Morro da Fumaça, já com uma pitada de saudade, e rumará à cidade vizinha.
Abraço! E até amanhã!