Dale!
Mais um final de semana e O Cancheiro está de volta ao Vale do Itajaí. Poucos dias após presenciar a finalíssima da Liga Pomerodense, uma das mais fortes de Santa Catarina, voltei a pegar as BRs 101 e a 470 em direção ao Vale Europeu. Sendo mais preciso, estava quase que literalmente voltando para casa, já que o destino desse sábado foi Timbó, a cidade que me acolheu por sete anos e onde comecei a tomar gosto pelo futebol alternativo.
Por incrível que pareça, depois de assistir pelejas em tantos locais diferentes, acabei me dando conta que nunca havia visto um joguinho sequer na Pérola do Vale. Passava todos os dias na frente do Complexo Esportivo Municipal, no caminho entre escola e casa, e ficava imaginando aquela cancha em seus áureos tempos com o União e quando o Metropolitano mandou algumas partidas do Catarinense, ambos na primeira década dos anos 2000.
Hoje, o estádio está um tanto quanto esquecido pelo Município e só recebe bons públicos em partidas do Timbó Rex, equipe campeã nacional de futebol americano em 2015. Como não considero os sensacionais embates com bola oval para a minha listinha de estádios visitados, só pude “riscar” o Complexo após acompanhar a rodada dupla na abertura da edição 2016 do Campeonato Municipal de Futebol de Campo.
União/La Popita massacra AFA e larga na ponta do Grupo B
Para dar o pontapé inicial do Municipal, União Esporte Clube – que não tem nada a ver com o antigo União – e Atlético Futebol Arte – ou simplesmente AFA – adentraram o gramado do Complexo sob uma garoa e para um público que mal batia a casa das dezenas. A partida foi válida pelo Grupo B, que ainda conta com Fênix, Adass, Atlético Arapongas e Atlético Nações.



Ainda que ambas equipes estivessem em sua primeira participação no Municipal, com pouco menos de 10 minutos ficou clara a diferença técnica entre o União, clube sempre presente nos torneios municipais de outras modalidades, e o AFA. Com 15 minutos, o União já havia quase chegado ao gol por duas oportunidades, mas o goleiro cinquentão Carlos realizou grandes defesas.

O primeiro gol só saiu aos 17, quando Jean cruzou para Tito, o zagueiro Luiz Fernando foi tentar afastar e mandou contra. Na súmula, o árbitro Ivo deu o gol para o autor do cruzamento. Vinte minutos depois, Jean marcou mais um, após receber pela direita e bater rasteiro. Aos 40, com a porteira já escancarada, Tito cruzou e Jean, mais uma vez, subiu para se antecipar a Carlos e marcar o terceiro.


Ainda antes do intervalo, o passeio foi consolidado com um gol de Tito, que, com a maior facilidade do mundo, ganhou da zaga, avançou e bateu no canto. A essa altura até o goleiro já havia perdido as contas, tendo que recorrer ao fotógrafo: “Tá 3 a 0, tá?”. Respondi sinalizando “quatro” com os dedos, para total desgosto do arqueiro.

A segunda etapa voltou com um reforço na garoa. Sendo assim, me acomodei nos diversos lugares vagos na arquibancada – agora já mais povoada, principalmente por atletas dos times que jogariam às 16h – e, de lá, vi o União dar prosseguimento ao seu passeio. Aos 15, Willian, segundos após entrar no lugar de Jeff, recebeu na entrada da área e bateu rasteiro. Dez minutos depois, a defesa do AFA foi inventar de sair jogando e acabou dando um presentaço para Willian; o meia só teve trabalho de levantar a cabeça e rolar para Tito empurrar para o gol vazio. O placar ainda foi finalizado com os gols de pênalti de Tonho, descontando para o AFA, e Guilherme, dando números finais ao massacre.
Atual bicampeão, Amazonas passa trabalho para vencer o Elbra Madeiras Schmit
Após a goleada na preliminar, a expectativa para o jogo de fundo também era de um placar elástico. O Amazonas, campeão de 2014 e 2015 – na última, com 56 gols em 9 partidas e média de 6 gols por jogo -, enfrentaria outra equipe nova na edição de 2016, o Elbra Madeiras Schmidt, em jogo válido pelo Grupo A, também composto por Pérola Nações, Juauto e Tigres do Vale.



O poderio ofensivo do Amazonas já foi posto à prova logo no começo da partida. Cesar recebeu de Foguinho e Lipe aproveitou uma sobra de escanteio, mas, em ambas, o goleirão Alexandre Taffarel encaixou sem sustos. Aos 17, porém, Cesar enfiou para Foguinho e correu para a pequena área para receber de volta e empurrar para o gol aberto; Taffarel havia ficado pelo meio do caminho.



O primeiro tempo seguiu com o Amazonas no ataque, mas sem eficiência. A melhor chance para o segundo gol só saiu no começo da segunda etapa, quando Foguinho atravessou a frente da área com a bola dominada e abriu para Billy; o lateral cruzou com precisão na cabeça de Cesar, mas Taffarel, à queima-roupa, conseguiu afastar.


Com seis substituições de cada lado, o segundo tempo seguiu sem muitas emoções e com pouca bola rolando. O Amazonas não conseguiu se segurar no ataque e, aos poucos, foi cedendo o campo para o Elbra. A equipe verde e roxa passou a dominar a partida e fez frente ao todo-poderoso rival, mas não conseguiu, de fato, chegar ao gol de empate. No fim, ainda houve um princípio de confusão entre o experiente Mengarda (com história no profissional do União e em diversas equipes do Vale) e a comissão técnica do Elbra, com a alegação e que o zagueirão estaria usando de força desproporcional com a gurizada. Rubens Schmidt, inclusive, ameaçou não colocar seu time em campo novamente se providências não fossem tomadas.
Com as vitórias, Amazonas e União terminam o final de semana na liderança de seus grupos. Os jogos que encerrariam a rodada, no domingo, foram adiados por causa da chuva. O próprio campo do Complexo, durante as partidas de sábado, já não apresentava condições ideais de jogo. À princípio, as partidas atrasadas deverão ser realizadas no feriado de 7 de setembro, no campo do Bairro das Nações

O Cancheiro, sem nenhum joguinho para ver no domingo – todas as partidas amadores da região, assim como em Timbó, foram adiadas -, voltou a Florianópolis e já começa a planear a próxima jornada, dessa vez de volta aos campos profissionais.
Hasta!
Parabéns pela cobertura e os comentários!
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