Caravaggio vence o Clássico da Polenta e volta a reinar no Sul de Santa Catarina

Buenas!

Nesse sábado, O Cancheiro voltou para onde tudo começou. Foi em um Caravaggio e Metropolitano, no Estádio da Montanha, que tomei gosto pelo futebol amador (como o blog ainda não existia, a peleja foi relatada pelo Desprovidos). Um ano e meio depois, as duas equipes voltam a fazer um Clássico da Polenta valendo título: o da Copa Sul dos Campeões, além de uma vaga no Estadual de Amadores.

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Mesmo faltando mais de meia hora para o jogo, as torcidas já estavam em clima de festa. (Foto: Lucas Gabriel Cardoso)

O Caravaggio busca nada menos do que o penta da competição regional. Já o atual campeão Metropolitano almeja o bicampeonato, além, é claro, da vaga para o Estadual, onde também defenderia o título. Se os rojos vencerem mais essa, será a terceira taça levantada por Cleiton registrada aqui no blog. A primeira foi na longínqua São Miguel do Oeste, onde o Metrô igualou seu rival e conquistou um inédito estadual. Meses depois, em Nova Veneza, o Araranguá não foi capaz de tirar o tetra da Larm do então favoritaço Metrô.

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O Caravaggio entrou em campo com: Pedro Paulo; Andinho (Chumbo), Tijolo, Shayder e Willian; Juca, Marcinho, Elton Serrano e Maicon Ermo (Éverton Boff); Matheus Laguna e Beto Cachoeira. (Foto: Lucas Gabriel Cardoso)
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O Metrô jogou com: Passarela; Bruno Mazzuchello, Cleiton, Willian e Ricardinho (Igor); Filipe, Dudu (Andrei), Will (Luciano) e Luan; Foguinho e Ramon (Jackson). (Foto: Lucas Gabriel Cardoso)
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Trio composto por Carlos Felipe Schmidt, Maicon Alves e Fabiano Delfino Santos. (Foto: Lucas Gabriel Cardoso)

Apesar da campanha fraca no último Regional da Larm, o Caravaggio ainda conseguiu cavar uma vaguinha na Copa Sul. Já com o intuito de vir forte para essa temporada e retomar o reinado no Sul, o Caravaggio aproveitou uma mescla de jogadores novos e experientes para chegar invicto à final, com 28 gols em 9 partidas. Dois a menos do que o rival fez durante a competição – a diferença é que o Metrô empatou as duas quartas-de-final com o Alvorada e se classificou nos pênaltis (relembre as campanhas). No primeiro jogo da final, no Darci Marini, os matadores Ramon e Beto Cachoeira marcaram os gols do empate por 1 a 1.

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Jogadores do Metrô saudando o inferno vermelho promovido por sua torcida. (Foto: Lucas Gabriel Cardoso)
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Caravaggio, com a presença de Gelinho (o 20), também foi recebido de forma espetacular. (Foto: Lucas Gabriel Cardoso)
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Melhor que Gre-Nal. (Foto: Lucas Gabriel Cardoso)

Ao chegar no distrito de Caravaggio, meia hora antes da partida, presenciei um clima jamais visto em qualquer partida relatada por aqui. As torcidas já trocavam provocações e, sem separação alguma, protagonizavam um verdadeiro espetáculo. Cerca de três mil viventes se dividiram entre arquibancada, quatro caminhões, barranco e alambrado para acompanhar a peleja – de longe o maior público já presenciado em uma partida amadora aqui no blog. Em jogo, além do título, estava a eterna rivalidade entre as agremiações de Nova Veneza.

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Joguem como bebemos. (Foto: Lucas Gabriel Cardoso)
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…a torcida visitante improvisou uma arquibancada em cima de um caminhão. (Foto: Lucas Gabriel Cardoso)
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Enquanto a torcida da casa superlotou a arquibancada do Estádio da Montanha… (Foto: Lucas Gabriel Cardoso)

Com bola rolando, os times pareciam bem comedidos e pouco dispostos a atacar e deixar brechas na defesa. Uma vitória simples daria o título para qualquer um dos times e o empate levaria aos pênaltis. A primeira chance saiu para o lado vermelho: Ramon recebeu na área, mas demorou para definir e a defesa abafou. A resposta azul veio com Maicon Ermo de fora da área e Beto Cachoeira de bicicleta; ambas passaram perto do gol, assustando o arqueiro Passarela.

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Do outro lado, a torcida do Caravaggio ocupou três caminhões e o barranco. (Foto: Lucas Gabriel Cardoso)
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Jogo muito equilibrado no começo, com as defesas se sobressaindo. (Foto: Lucas Gabriel Cardoso)

Muito equilíbrio e raras chances marcaram os primeiros 40 minutos. Os cinco últimos reservaram uma pressão do Caravaggio. Willian se atrapalhou para afastar, deixando a linha de fundo toda para Matheus Laguna cruzar e Beto Cachoeira, livre na pequena área, não alcançar por questão de centímetros. Depois, Elton Serrano e Maicon Ermo arriscaram da entrada da área, mas não acertaram a meta adversária. Considerando esses minutos finais, o Caravaggio foi para o intervalo com uma certa superioridade, mas com o placar ainda zerado.

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Por muito pouco, Beto Cachoeira não completou para as redes. (Foto: Lucas Gabriel Cardoso)
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Cleiton deu no meio de Maicon Ermo e foi amarelado. (Foto: Lucas Gabriel Cardoso)

No retorno ao gramado do Estádio da Montanha, outro jogo se desenhava já nos primeiros minutos. Com mais intensidade e jogando mais aberto, os times mantiveram o equilíbrio, mas o jogo ganhou em qualidade e emoção. Novamente, foi o Metrô quem chegou primeiro, mas sem conseguir definir as jogadas. Quando conseguiu, Foguinho não teve tempo de completar o movimento de cabeceio, após bola alçada por Cleiton, e mandou por cima.

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Objetos voaram em membros da comissão técnica do Caravaggio. (Foto: Lucas Gabriel Cardoso)

Pelo lado do Caravaggio, Matheus Laguna tentou duas vezes: na primeira, bateu colocado, buscando o canto esquerdo de Passarela, mas a bola não fez a curva necessária e passou raspando; logo depois, aos 17, ele bateu forte, obrigando o arqueiro a praticar a primeira defesa efetiva da partida, mandando para escanteio. E foi nesse escanteio que tudo mudou. O lateral Willian cobrou e Tijolo, o capitão, completou para as redes, enfim abrindo o placar e levando o público na Montanha ao êxtase.

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O Estádio da Montanha explodiu com o gol de Tijolo. (Foto: Lucas Gabriel Cardoso)

A torcida vermelha, que até então vinha protagonizando uma belíssima festa, se calou, transparecendo um nervosismo que já era evidente dentro das quatro linhas. A equipe do Metrô, acostumada com grandes decisões, não conseguia chegar ao gol de Pedo Paulo e ainda deixava a defesa aberta – em escapadas, Elton Serrano e Willian quase marcaram o segundo, mas Passarela pegou ambas. Nem a experiência de Luciano, com carreira na Serie A da Itália e que entrou no lugar de Will, foi capaz de achar brechas na defesa azul.

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Luciano invade a área, mas não encontra ninguém para definir. (Foto: Lucas Gabriel Cardoso)

Faltando cinco minutos para o fim, o Metrô se jogou de vez ao ataque, buscando o empate em uma bola parada ou em algum entrevero dentro da área. Foi assim que, após bate-rebate, Foguinho por pouco não completou para as redes, o que calaria a torcida do seu ex-time, que durante toda a partida provocava, entoando “Foguinho viado”. Cleiton, a essa altura um centroavante nato, também tentou, mas, desequilibrado, mandou pela linha de fundo.

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A esperança do Metrô morava nas bolas paradas. (Foto: Lucas Gabriel Cardoso)
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Ou em alguma sobra na área. (Foto: Lucas Gabriel Cardoso)

Mais fotos do jogo:

Não havia tempo para mais nada. Carlos Felipe Schmidt apitou o final da partida e o grito de pentacampeão ecoou não só pelas arquibancadas, como também dentro do campo. Centenas de torcedores invadiram e, ao lado de seus heróis, comemoraram mais um título, o 12º (cinco regionais da Larm, cinco Copas Sul, um Estadual e um Sul-Brasileiro). A supremacia azul em taças ganhou mais um capítulo em uma história recente que era totalmente favorável ao Metropolitano.

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Com o apito final, a festa irrompeu o gramado. (Foto: Lucas Gabriel Cardoso)
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Campeões comemorando com os torcedores que não invadiram o gramado. (Foto: Lucas Gabriel Cardoso)
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Mesmo com toda a rivalidade, nenhum incidente foi registrado. Apenas um princípio de confusão, durante a comemoração do Caravaggio, logo foi interrompido. (Foto: Lucas Gabriel Cardoso)
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Equipe do Metrô recebendo as medalhas de prata dos dirigentes das ligas que participam da Copa Sul. (Foto: Lucas Gabriel Cardoso)
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Cleiton, pela primeira vez n’O Cancheiro, levanta uma taça de vice. (Foto: Lucas Gabriel Cardoso)
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Pedro Paulo foi o goleiro menos vazado durante a competição. Durante a final, pouco trabalhou. (Foto: Lucas Gabriel Cardoso)
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Ramon foi o artilheiro com 11 gols. (Foto: Lucas Gabriel Cardoso)
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“E agora o vice-presidente da Larm entrega a taça para o capitão Cleiton” Tijolo levou na brincadeira o erro de Emerson Lodetti durante o cerimonial. (Foto: Lucas Gabriel Cardoso)
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Caravaggio penta! (Foto: Lucas Gabriel Cardoso)
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E enfim a taça, azul por sinal, estava em posse do Caravaggio. (Foto: Lucas Gabriel Cardoso)

Comemoração do Campeão de Tudo no Estádio da Montanha:

Ao Metrô, resta o único título que ainda falta na sua galeria: o do Sul-Brasileiro, que deverá ser disputado no segundo semestre. Provavelmente no mesmo final de semana, o Caravaggio vai a Joinville representar o Sul de Santa Catarina no Estadual e lutar pelo bi. Atlético Pomerodense, campeão da Interligas Vale, Pirabeiraba, campeão da Copa Norte, Fundos ou Estrela Azul, finalistas da Interligas da Grande Florianópolis, e o representante do Oeste serão os adversários. Além deles, o Rui Barbosa, segundo o presidente da Larm Emerson Lodetti, foi convidado pela FCF devido ao título do Sul-Brasileiro do ano passado.

Clássico da Polenta
Agora o Clássico da Polenta está completo na coleção. (Foto: Lucas Gabriel Cardoso)

O Cancheiro, assim como fizera em 2015, deverá marcar presença no Estadual. Antes disso, muita coisa deve rolar – Metrô e Carava, por exemplo, voltar seus focos para o Regional da Larm.

Até a próxima!

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