Buenas!
Já que a Interligas da Grande Florianópolis foi deveras escanteada por aqui (involuntariamente, diga-se de passagem), volto minhas atenções para a do Vale do Itajaí. Ambas estão em sua reta final, sendo que a da região de Blumenau teve seu primeiro jogo decisivo nesse domingo: Unidos versus Atlético Pomerodense, em Indaial.



Aproveitando minha estadia por Timbó nesse final de semana (já havia presenciado umas peleias da base do Metropolitano no sábado), atravessei à banda sul da BR-470 e me dirigi ao Estádio Jorge Hardt – isso sem antes dar uma perdida e ir em direção ao parque municipal que leva o mesmo nome e que também possui uma cancha com medidas oficiais. Lá chegando, não pude deixar de notar as dimensões reduzidas e o gramado em um estado bem irregular, pra dizer o mínimo.

A debandada da Liga Itajaiense e dos times de Blumenau por motivos financeiros esvaziou a principal competição da região. Apenas cinco times começaram brigando pela taça da Interligas e pelo direito de representar o Vale no Estadual de Amadores. Desses cinco, deixei para trás apenas o Catarinense de Vitor Meireles, já que há algumas semanas havia presenciado o duelo entre Floresta e Tupi. O frágil time de Gaspar ficou pelo caminho ainda na primeira fase, com nenhum ponto. Já o de Pomerode foi desbancado pelo Unidos de Indaial e não passou às finais, onde enfrentaria o Atlético. A outra equipe pomerodense, por sua vez, eliminou o Catarinense com facilidade nas semis.

Assim como ocorrera fase anterior, a equipe de Pomerode era franca favorita frente ao Unidos. Investimento alto, porém, não ganha jogo e os indaialenses já haviam provado isso nas duas partidas contra o Floresta. Da mesma forma, os donos da casa surpreenderam logo aos cinco minutos. Anderson puxou contra-ataque e abriu para Thiago chegar batendo cruzado e inaugurar o marcador.

O baque inicial serviu para acordar o Azulão pomerodense. Pouco depois do gol, a defesa do Unidos furou e a bola passou por todo mundo até chegar em Vini, que fuzilou, mas Mengarda salvou quase em cima da linha. Com toda a posse de bola, o Atlético tentava de todas as formas, mas finalizava pouco ao gol de Éder. Juninho e Maxwell também tiveram suas chances, mas sem sucesso. Havia um certo nervosismo pairando sobre o campo de ataque do Atlético.

Do outro lado, porém, o Unidos era quase cirúrgico em suas ofensivas. Apesar de ter a bola sob domínio por pouquíssimo tempo, o time de Indaial foi o que mais chegou perto de marcar novamente. Thiago, ciente da irregularidade do gramado, arriscou duas vezes e nas duas o goleirão André teve que se virar para pegar. Logo depois, em uma bola parada, Mengarda subiu ao ataque e, sozinho, não desviou para o gol por centímetros.

Um detalhe contribuiu para o jogo do Unidos: a falta de gandulas. A cada bola que se perdia fora do campo, a partida ficava paralisada o tempo suficiente para o time de Indaial acertar a marcação e conter as investidas do Atlético. Enquanto isso, no ataque, seguia causando dor de cabeça para a defesa pomerodense. Quando os 45 regulamentares iam se encerrando, Thiago puxou outro contra-ataque e, dessa vez, ele que serviu para Anderson, mas o camisa 9 isolou – para desespero do seu banco de reservas. A postura ofensiva, somada a uma certa displicência da defesa, por pouco não deixou o até então favorito Atlético em maus lençóis.

Pouca coisa mudou na volta para a segunda etapa. O Atlético continuou atacando com seu poderoso trio ofensivo e o Unidos fazendo o possível e o impossível para afastar o perigo – e, assim como na primeira etapa, escapar em contra-ataques. Em uma dessas investidas, aliás, Thiago levou uma bronca homérica de seus companheiros, pois, mesmo com duas opções, tentou bater colocado, mas pegou muito mal na pelota.

Os xingamentos proferidos pelos companheiros de Thiago pareciam um prenúncio de que aquele gol faria falta. Tanto é que, aos 34, o recém ingressado Alagoas aproveitou que tava descansado, avançou na velocidade pela direita e cruzou no segundo pau; a bola foi ajeitada e atravessou toda a área até chegar em Radamés, que puxou para dentro e não desperdiçou, batendo alto e sem chances para Éder.

O empate incendiou a partida. No lance seguinte, Vilsão recebeu de Thiago e bateu firme na direção do gol; a bola já tinha passado pelo goleiro André, mas Alceni salvou. O experiente Radamés, ciente do perigo, desabou em campo e, contando com a falta de macas, voltou a esfriar a partida – de fato, o autor do gol de empate sentiu um desconforto e deu lugar a Bruno Henrique na lateral-direita.

Ao mesmo tempo em que a garoa apertou pro lado do Bairro dos Estados, o time de Indaial não deixava o de Pomerode respirar. Os últimos cinco minutos foram de pressão total do Unidos. E o árbitro Eduardo Cordeiro não parecia incomodado com a chuva; pelo contrário, estava gostando da partida: deu três de acréscimo e mais dois depois dos 45, levando a comissão técnica do Atlético à loucura. O gol, porém, não saiu e tudo ficou empatado, deixando a decisão do título para o jogo de volta.
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Atlético Pomerodense e Unidos voltam a duelar no próximo domingo para a derradeira decisão dessa Interligas. Por ter a melhor campanha (relembre a trajetória), o Azulão joga por um empate no tempo normal e na prorrogação, enquanto o Unidos é obrigado a vencer por qualquer placar. O campeão representará o Vale do Itajaí no Estadual de Amadores, que deverá ter o Pirabeiraba, campeão da Copa Norte, como anfitrião – O Cancheiro, assim como fizera em São Miguel do Oeste, no ano passado, estará presente na maior competição interclubes de Santa Catarina, onde reencontrará Unidos ou Atlético Pomerodense.
Mas por enquanto ficamos com as retas finais dos torneio regionais. Além da Interligas, que finalmente retornará no próximo final de semana, novos destinos serão traçados por aqui.
Abraço e até a próxima!