Dale!
Enquanto os intocáveis profissionais decidem seus rumos no Gauchão, seguimos campeando pelo futebol esquecido dos pampas. Após ter acompanhado a Segunda Divisão e a Divisão de Acesso, sábado foi dia de colocar uma competição nova na lista: o Gauchão de Juniores. Em Eldorado do Sul, no CT Hélio Dourado, o Grêmio recebeu o Grêmio Atlético Osoriense, ou simplesmente GAO, em peleja adiada lá da primeira rodada – o mando de campo, entretanto, era do time do litoral.


Com uma campanha bem irregular, o Tricolor somou apenas quatro pontos dos primeiros doze disputados. As derrotas para Aimoré e Santa Rosa contribuíram para deixar um dos capos do futebol gaúcho fora da zona de classificação às quartas-de-final. Um ponto a mais do que fizera o Osoriense, que ganhou apenas do lanterninha Rio Grande. Vale lembrar que ambos os times deviam esse compromisso pela primeira rodada.

A mudança do mando para Eldorado do Sul contribuiu para não deixarmos o sabadão passar em branco, já que não havia opções de bola rolando pela Região Metropolitana. Contribuiu, também, para mais uma curiosidade: o clube, apesar de ser de Osório, treina em Canoas e usa o fardamento do União Sapucaiense. O time de Sapucaia do Sul é voltado para as categorias de base e tem Paulo Campos no comando.

Apesar das campanhas semelhantes, naturalmente o Grêmio tomaria as rédeas da partida. Antes disso, porém, quem deu o primeiro susto foi o Osoriense, aos 7, quando Fogaça cabeceou tirando do goleiro, mas a zaga salvou praticamente dentro da goleira. Três minutos depois, o Tricolor não perdoou: Machado cobrou o escanteio no segundo pau, Klauss escorou e Ita veio de trás colocando para os fundos da rede.


O baile estava apenas começando. Aos 18, o Osoriense se enrolou na hora de deixar o ataque do Grêmio em posição irregular, fazendo a famigerada linha burra, e propiciou que Baiano recebesse um belo lançamento às costas do lateral-direito Lucas e cruzasse para Cassiano completar. O desconto do time de Canoas/Sapucaia do Sul/Osório quase veio logo depois, mas o chute cruzado rasteiro de Vilson passou raspando a meta defendida por Tiago – do outro lado, o goleiro João Berta dava o tom: “contra o Grêmio não podemos perder, tem que caprichar”.

Quem de fato alterou o placar foi o Tricolor, aos 30. Baiano recebeu outro lançamento pela esquerda, mas dessa vez apenas escorou para Darlan; o meia tocou para o centroavante Klauss driblar a zaga, tirar do goleiro e rolar para o gol. Ainda antes do intervalo, aos 44, Conrado recebeu uma bola enfiada, avançou e só deu um toquinho de cobertura para matar o arqueiro João Berta e marcar o quarto.


No segundo tempo, os azuis diminuíram drasticamente o ritmo da partida, demonstrando uma certa faceirice com o placar parcial. Dessa forma, o Osoriense passou a oferecer um tantinho a mais de perigo. Em uma das chegadas, o goleiro Tiago saiu estabanado e deu no meio de Marcos. Seria lance para vermelho, mas o juiz apenas amarelou a vida do arqueiro. Foi aí que a torcida do Osoriense, maioria mesmo sendo no CT do Grêmio, começou a se irritar com o trio – azar do bandeirinha que corria perto das arquibancadas, que escutou todo os tipos de impropérios imagináveis.

Notando uma certa moleza na sua equipe, o técnico Gabardo, inseriu cinco caras novas no Grêmio: Léo, Rafael Stard, Patrick, Kaio e Artur. O sangue novo não custou muito a render mais um gol (o quinto, não se perca): Patrick enfiou para Artur, sem marcação, sair na cara de João Berta e ter a frieza de finalizar sem chances para o goleiro.

Meia hora de uma segunda etapa tranquila havia transcorrido, até que Yan, recém ingressado no Osoriense, e Anderson, lateral do Grêmio, trocaram chamegos. Primeiramente, o jogador osoriense revidou um tapa do lateral e ambos receberam o amarelo. Logo depois, o mesmo Yan deixou o braço em Patrick; Anderson não gostou nada disso e chegou duro no carrinho, recebendo seu segundo amarelo em três minutos – a torcida gremista também repudiou a atitude do atleta adversário, comentando que ele seria um discípulo da “escola de Willian”, em alusão ao lateral colorado.

O lance empolgou os visitantes, que, com um jogador a mais, novamente tiveram um gol tirado em cima da linha – zagueirão Geromel fazendo escola na base. O problema é que o GAO deu brecha para mais contra-ataque fatal; Rafael Stard não desperdiçou, marcando o sexto e esfriando os ânimos osorienses.

No apagar das luzes, já em clima de final de baile, saiu o sétimo gol. E foi o mais comemorado, já que foi a favor do GAO. Vilson, dentro da pequena área, cortou para lá e para cá e só rolou para as redes, marcando o golzinho de honra – e olha que o centro-avante quase fez mais um, também dentro da pequena área, mas o chute foi desviado pela defesa gremista.

A goleada alçou o Tricolor ao G8. Nada mais do que a obrigação, já que a diferença de estruturas da dupla Gre-Nal para o restante das equipes é colossal – o rival Inter, por exemplo, fez seu dever e ganhou todas as seis partidas disputadas até agora, mantendo uma média de cinco gols por jogo. O Osoriense, que ainda mal tem material para treinar e até jogar, segue com seus três pontinhos e na décima posição, na cola do oitavo e último classificado, a SER Santa Rosa.
Os juniores gremistas voltam à cancha na próxima quarta, quando recebem a Apafut em Eldorado do Sul. O GAO só volta a jogar domingo, em Osório, na sua verdadeira casa, contra o Juventude. Mesmo dia em que o Grêmio mais uma vez volta a atuar no CT Hélio Dourado, onde tenta quebrar a soberania colorada na competição.
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A turnê do Cancheiro pelos pampas não se findaria com essa partida em Eldorado do Sul. Entretanto, a chuvarada que caiu no domingo acabou com a nossa alegria e impediu que eu me fizesse presente em Igrejinha, onde presenciaria a vitória do Bagé sobre a equipe local. Dessa forma, logo retornarei a Santa Catarina e darei prosseguimento às minhas andanças por aquelas bandas.
Até a pé nós iremos, desbravando o futebol sulista. Abraço!
[…] O sub-20 azurra não é nenhuma novidade por aqui. Com esse confronto pela competição nacional, chegamos a marca de 10 partidas do Avaí no blog. Desde um confronto pela própria Copa do Brasil, em 2015, contra o Flamengo, passando por um mata-mata na Copa São Paulo desse ano, até duelos locais, pela Copa SC e pelo Catarinense. A gurizada do Grêmio também já pintou por aqui, em um jogo perdido pelo Gauchão de Juniores, em 2016. […]
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