Apafut Flores da Cunha é goleada pelo Gaúcho em seu primeiro jogo profissional em casa

Mas que tal!

Estamos de volta à banda meridional do Mampituba! Aproveitando o feriadão, pegamos a estrada rumo aos pagos gaúchos. A primeira parada foi na serrana Flores da Cunha, nessa quarta à noite. Lá, no Estádio Homero Soldatelli, a novíssima Apafut Flores da Cunha fez sua primeira partida profissional sob seus domínios – mas não para sua torcida, já que a cancha não foi liberada pelos bombeiros. O adversário da noite foi o Gaúcho de Passo Fundo, em peleja válida pela segunda rodada da Segunda Divisão – terceira, na prática.

Apafut Flores da Cunha Futebol Clube
Yan; Mota, Fonseca, Batisttella e Kevin; Jardel, Guilherme, Wendryl e Mattana; Léo Dias e Enrico. (Foto: Lucas Gabriel Cardoso)
Sport Clube Gaúcho
Willian Lago; Brasinha, Bruno, Diógenes e Willian Zandoná; Jhony, Gabriel, Adilson e Édipo; Fischer e Edegar. (Foto: Lucas Gabriel Cardoso)

Junto a mim e à parceira de todas as horas Amanda Joenck, o também cancheiro Régis Nazzi topou essa desvairada jornada, saindo de Floripa e com destino às canchas mais perdidas do Rio Grande. A primeira parada foi ainda em solo barriga verde, onde adentramos o nem tão desconhecido Heriberto Hülse. Horas depois, logo que atravessamos a divisa, tomamos o rumo do estádio do extinto Torrense, onde apenas encontramos um muro em vias de desmoronar e um pasto com duas traves fincadas, mas sem as antigas arquibancadas ainda em pé. Seguindo caminho, subimos a serra para a primeira parada com bola rolando, já em Flores da Cunha – e a viagem seguiu, mas isso é papo para mais adelante.

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Trio da peleja composto por Gustavo Rasia, Robert de Castro e Anderson de Paula Maciel. (Foto: Lucas Gabriel Cardoso)

Na pacata cidade de 30 mil habitantes, não custamos muito a encontrar o Homero Soldatelli e ficar surpresos com a grandeza do estádio. Com uma estrutura melhor que muito time de divisões superiores, a Associação de Pais e Amigos do Futebol escolheu Flores da Cunha para tocar seu projeto de ativação do departamento profissional. O clube já mantém atividades nas divisões da base há algum tempo, em parceria com a Universidade de Caxias do Sul (UCS), e agora adentra o calabouço das divisões inferiores do futebol gaúcho com a denominação de Apafut Flores da Cunha Futebol Clube.

Depois de vencer em sua primeira partida na história (2 a 1 contra o Atlético Carazinho), a Apafut Flores da Cunha recebeu o Gaúcho para sua estreia em casa  – o periquito não é nenhuma novidade para O Cancheiro, já que deu as caras por aqui em uma partida contra o Grêmio, válida pela copinha de 2015. Fora de casa, por sua vez, o Gaúcho estreou perdendo para o Nova Prata, por 1 a 0.

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A torcida do Gaúcho também veio de longe, mas não pôde adentar a cancha. (Foto: Lucas Gabriel Cardoso)

Aproveitando o atraso de meia hora para o pontapé inicial da peleia, conversamos com o sempre solícito Gilmar Rosso, presidente do Gaúcho. O mandatário nos contou sobre todo o projeto que alavancou a imagem do periquito Brasil afora como sinônimo de gestão. Foi com Gilmar no comando que o Gaúcho atingiu feitos inimagináveis para um time interiorano: CNPJ limpo, dívidas zeradas, patrocínio forte e até arena com os famigerados naming rights.

Com toda uma história quase centenária para contar, o outrora invencível dentro do antigo Wolmar Salton entrou em campo em busca de uma retomada à elite do futebol gaúcho ironicamente contra uma equipe que está apenas dando seus primeiros passos. Pena que a comunidade florense não teve a oportunidade de presenciar a estreia em casa – a exceção de um intruso e excêntrico senhor que, do alto de seu camarote quase exclusivo, acompanhava a partida enquanto assistia vídeos musicais em seu celular e entretinha a cancheira e também intrusa Amanda com histórias que iam de Roberto Carlos a exorcismos.

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Estádio Homero Soldatelli às moscas para a primeira partida da Apafut Flores da Cunha como mandante. (Foto: Lucas Gabriel Cardoso)

Lá em baixo, no gramado, a peleja enfim rolou e se mostrou muito igual em seu princípio. Quando bateu a primeira dezena de minutos, o Gaúcho passou a mostrar a que veio, dando trabalho para os donos da casa: aos 10 teve bola na trave, aos 15 boa defesa do goleiro Yan, aos 20 cabaceio para fora, até que, aos 21, Adilson escapou pela direita, rolou para Fischer no meio, que ainda teve a perspicácia de perceber a chegada de Edegar pela direita e entregar o gol para o companheiro.

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Jogo começou peleado, mas aos poucos o Gaúcho tomou as rédeas para si. (Foto: Lucas Gabriel Cardoso)

Com a vantagem no marcador, o Gaúcho não se apequenou e seguiu dando as cartas. Em um chute mascado, o bom lateral Brasinha quase ampliou. Logo depois, Edegar encheu o pé, obrigando Yan a defender em dois tempos. A Apafut também teve suas chances quando o intervalo se avizinhava, mas não foi capaz chegar ao empate. A melhor oportunidade saiu quando o zagueiro Fonseca subiu à área e ganhou no alto, mas o cabeceio foi para fora.

No retorno para a segunda etapa, o Gaúcho começou melhor. Depois de ganhar todas na defesa, o zagueiro Diógenes foi tentar a sorte no ataque e, aos 4, mandou de cabeça na trave. A Apafut respondeu com finalizações perigosas de Igor e Léo Dias. Quem chegou ao gol, entretanto, foi o Gaúcho: em penalidade sofrida por Fischer, Adilson não perdoou e ampliou a vantagem aos 11 minutos.

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Brasinha cumprimenta Adilson pelo segundo gol. (Foto: Lucas Gabriel Cardoso)

Desnorteada, a Apafut voltou ao ataque no lance seguinte e tentou duas vezes – na segunda batida, um defensor de verde salvou em cima da linha. Para piorar a situação já não muito favorável, o Gaúcho ficou com o rebote e encaixou um belo contra-ataque, finalizado no cantinho com maestria por Edegar.

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Edegar fez o terceiro e correu para o abraço da comissão técnica. (Foto: Lucas Gabriel Cardoso)

A goleada deixou a gurizada do Gaúcho faceira. Tanto é que o quarto gol quase saiu após uma belíssima lambreta de Edegar, que, finalizada sem muita força, saiu raspando a trave. Enquanto tocava a bola em busca de uma infiltração, a Apafut sofria com os contra-ataques até o final da partida. Esse período, entretanto, não foi digno de maiores notas, com exceção da expulsão de Eduardo, do time da casa.

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Edegar comentou sobre os dois gols e a lambreta para a Rádio Planalto. (Foto: Lucas Gabriel Cardoso)
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Dono de uma belíssima atuação, Diógenes recebeu os cumprimentos do treinador José Ricardo Attolini. (Foto: Lucas Gabriel Cardoso)

Após o término da partida, o contente Gilmar Rosso endossou o discurso de reestruturação do Gaúcho e do futebol interiorano como um todo, traçando um paralelo com o pé no chão de seu time e com as loucuras cometidas por cartolas de outras equipes pequenas. Com o orgulho falando mais alto, ainda comentou as matérias produzidas pela ESPN e pelo Jornal Valor Econômico, ambas pautadas pelo saudoso Impedimento. O presidente ainda nos regalou com uma revista oficial do clube, guardada com carinho na minha nobre coleção de futebol alternativo.

Já contando os resultados da quinta, o Grupo A ficou bem embolado, com Gaúcho, Apafut Flores da Cunha, São Borja e Nova Prata com três pontos – esses dois últimos jogaram apenas uma partida. Na próxima rodada, a ser realizada no próximo domingo, os florenses receberiam o Novo Horizonte, mas o time de Gabriel O Pensador não registrou seus atletas a tempo. O Gaúcho, por sua vez, joga a terceira partida seguida fora de casa, dessa vez contra o Atlético Carazinho.

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Mais uma cancha copada! Detalhe para os cinco de seguranças ao fundo que, segundo a reportagem da Rádio Planalto, ficaram faceiros porque vão receber ser ter trabalhado. (Foto: Amanda Joenck)

Nosotros, cancheiros por excelência – ou insanidade mesmo – seguimos nossa caminhada, tendo a cidade Venâncio Aires como segundo destino e passando por outras canchas pelo caminho. Assuntos, porém, para a próxima postagem.

Até mais!

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