Buenas!
Completando a rodada dupla desse domingo, saí de Palhoça e tomei o rumo sul da BR 101. Enquanto cenários políticos nebulosos se desenhavam lá para as bandas de Brasília, decidi ficar um tanto alheio a todo esse circo e colocar mais uma competição nova na lista: a Copa Sul dos Campeões. Pelas quartas-de-final, o Humaitá recebeu o Araranguá, no Bairro São Martinho.


Ao contrário da Liga dos Campões, que teve sua cobertura pela manhã, a Copa Sul dos Campeões de fato reúne campeões, as melhores equipes das fortes ligas da região sul de Santa Catarina. O anfitrião Humaitá, por exemplo, além de ser o atual campeão municipal, também copou o Regional da LTF do ano passado. Os visitantes, por sua vez, pararam no poderio do Metropolitano de Nova Veneza e ficaram com o vice da LARM (a final, inclusive, teve a presença d’O Cancheiro).

Buscando voltar ao cenário do futebol catarinense, já que a Copa Sul dá uma vaga ao Estadual, o Araranguá vem de três vitórias seguidas, sobre o Cocal do Sul na primeira fase e contra o Sangão, nas duas partidas das oitavas – só perdeu na estreia, para o União de Armazém. Situação contrária à vida difícil que o Humaitá teve para eliminar o Coruja nos pênaltis, após fazer 3 a 1 em Tubarão e igualar os 4 a 2 sofridos em Sombrio.

Sob um calor descomunal, desprovido de qualquer ventinho que aliviasse a sensação insuportável, Humaitá e Araranguá entraram pilhados no jogo. Nem dois minutos haviam passados quando Maykon Lagoão dominou no peito e puxou uma meia bicicleta, mas a bola passou raspando a trave defendida por Cocal. A resposta veio aos 5 e de forma fatal: Rudinei antecipou um cruzamento de Roby pela direita e abriu o placar.

Mesmo com o calor de desmaiar o Batista, os jogadores seguiram mantendo a régua de nível da partida lá em cima. Pouco depois do gol, o Humaitá quase ampliou em uma jogada surgida de um lançamento absurdo de Rodrigo Silva que foi de uma ponta à outra do campo e chegou em Rudinei, mas o chute do centroavante saiu mascado. Do outro lado, o Araranguá tinha mais posse de bola e trocava passes, mas sem muita objetividade.

Quando a partida se encaminhava para a essencial parada para a aguinha, o Araranguá passou a dominar. Gilliard foi um dos que arriscaram um tiro de longe, mas Cocal agarrou. O goleiro do Humaitá, porém, nada pôde fazer quando Dirceu cabeceou sozinho, dentro da pequena área, e ainda teve tempo de mirar o canto baixo esquerdo da goleira. O primeiro quarto se encerrou com o placar de 1 a 1, construído pelos camisas 9 matadores de cada time.

Com um copo na mão, fui aos bancos de cada time em busca de um gole de água – durante toda a partida, foram três copos de cada time. Se já estava impraticável para o fotógrafo, imagina para os jogadores. Nessa tônica, o resto do primeiro tempo se arrastou sem chances para ambos os lados, levando o placar empatado para o intervalo.

Durante mais 15 minutos de descanso, um lance no reaquecimento dos goleiros do Araranguá, acredite, definiu os rumos da partida: na primeira bola chutada pelo reserva, Tiago não agarrou e acabou engolindo um frango monumental, presenciado de pertinho pela torcida do Humaitá, que se fazia presente atrás do gol. A partir de então, o jovem goleiro araranguaense não teve mais sossego e no seu primeiro lance no segundo tempo, com segundos de bola rolando, deixou passar um cruzamento rasteiro de Rodriguinho, completado por Rodrigo Silva.


Um apático e irreconhecível Araranguá foi o que se viu dali em diante. Aos 12, Rodriguinho fez o seu, mas estava impedido. Logo depois, Ronaldinho e Rodrigo Silva arriscaram de fora da área. Seguindo à risca o pedido do técnico Cássio Carreira, o Humaitá continuou jogando como se o jogo ainda estivesse empatado. Dessa forma, na metade da segunda etapa, Rudinei recebeu uma bola enfiada no meio da zaga e deslocou o arqueiro Tiago, marcando seu segundo gol, o terceiro para o time tubaronense.


Apesar de finalmente equilibrar as ações ofensivas, o Araranguá não conseguiu oferecer muito perigo à meta de Cocal, o expectador premiado da tarde. Borrachinha teve que sair do banco para, enfim, fazer o goleiro trabalhar, mas a finalização saiu no meio do gol. Definitivamente, a tarde não estava favorável ao Araranguá, considerado previamente como um dos favoritos à taça e com planos futuros de retornar ao profissionalismo.


Já eram decorridas mais de 5 horas da tarde de domingo. Ao mesmo tempo em que deputados começavam a deixar ainda mais explícito o caráter golpista daquele circo armado lá em Brasília, em Tubarão quem aplicava seu último e final golpe era o Humaitá. Já nos acréscimos, Rodriguinho chegou à linha de fundo e rolou para Fabinho marcar o quarto.

Assim como no processo político em curso, em que os governistas e defensores da democracia ainda têm esperanças de uma reviravolta no Senado, o Araranguá também terá uma difícil tarefa de reverter o rombo sofrido na primeira partida. A baita vantagem adquirida pelo Humaitá obriga o AEC a buscar em casa uma vitória por quatro ou mais gols de diferença – se fizer três, a vaga nas semifinais será decidida nos pênaltis. O vencedor desse embate pega Metropolitano ou Alvorada – o primeiro confronto terminou empatado (confira a tabela do mata-mata dando um clique aqui).
Mais fotos da goleada:
Mesmo com a volta da Interligas e viagens planejadas, tentaremos achar uma brecha nesse calendário insano para voltar à região e cobrir alguma partida decisiva da Copa Sul. Por ora, uma coisa é certa: nada está vencido e a peleia continua, seja no futebol ou na política.
Aguante!