Dale!
Terça-feira também é dia de futebol. Adepto a datas atípicas para seus jogos em casa, tanto na base, quanto no profissional, o Guarani recebeu o Operário de Mafra no Renato Silveira em plena tarde de terça. O jogo marcou o encerramento da terceira rodada da Copa SC Sub-20.


Em toda a história, as equipes de Mafra e Palhoça já protagonizaram alguns duelos por divisões inferiores do futebol catarinense, com vantagem para o Guarani. Em 2003, o Bugre eliminou o então Operários Mafrenses pelas quartas de final de segundona. Seis anos depois, os palhocenses voltaram a levar a melhor, eliminando o time do Planalto Norte na última rodada do quadrangular semifinal da terceira divisão.

Hoje em dia, com denominações diferentes, Guarani e Operário se encontram em divisões distintas. Apesar do rebaixamento no ano passado, o Bugre seguiu na elite devido à desistência do Atlético Ibirama. Já o Operário não conseguiu o acesso na segundona do ano passado – a despedida em casa teve a presença d’O Cancheiro, após uma epopeia para chegar a Mafra.

Por ora, o foco aqui é a base. Com um time montado com atletas dos times de Florianópolis, o Operário está entre os líderes. Após duas rodadas, o time soma 4 pontos: 3 contra o Figueirense, atual campeão estadual da categoria, em casa e um empate em Itajaí, contra o Marcílio Dias. Com apenas um ponto, o Guarani busca se recuperar na competição após a sonora derrota em casa para o Metropolitano por 5 a 3 e o empate com o Atlético Tubarão no Sul.

Sem mais delongas, vamos ao relato da peleja. Quem pregou o primeiro susto foi a equipe do Operário, aos 13, quando Valdecir deixou o zagueiro na saudade e entregou na manha para Sorriso, mas o chute foi em cima do goleiro Lucas Alves, que agarrou. Do outro lado, após escanteio curto, Henrique levantou na área, o goleiro Alesson não conseguiu afastar, mas se recuperou logo depois, interceptando um chute à queima-roupa de Colaço.

Depois disso, os primeiros 45 minutos se arrastaram, com poucas chances claras para cada lado e muita, mas muita falação. Algumas marcações do árbitro Jayson Giorgio Bernardi foram contestadas por ambos os lados, culminando em uma discussão entre as casamatas. O juizão, inclusive, teve que interromper a partida para apaziguar os ânimos dos treinadores Luiz Carlos Cruz e Edmar Heiler.


Para a segunda etapa, o técnico Edmar Heiler promoveu uma grande mudança no Operário, mas sem mexer nos nomes. A equipe passou para um 3-5-2 com o então lateral Valdecir jogando de pela esquerda, ou praticamente um ponta-de-lança, e fazendo uma grande muvuca na defesa palhocense. Com apenas um minuto, o camisa 2 invadiu a área, mas demorou para finalizar e a defesa afastou; no rebote, Juninho chegou chutando colocado na mão do goleiro.

Tava fácil de jogar pelo flanco esquerdo. Foi por lá que Valdecir recebeu um lançamento da defesa e mais uma vez apostou corrida com Colaço. O zagueiro do time da casa, percebendo que o ala teria todo o seu campo de ataque para avançar e sair na cara do goleiro, não titubeou e o agarrou, quase arrancando sua camiseta alvinegra. Jayson, em cima do lance, não pensou duas vezes, tirou a tarjeta vermelha do bolso e mostrou para Colaço. Além de delinear um futuro sombrio para o Guarani, por perder um de seus defensores, as coisas pioraram quando Dener bateu a falta com categoria, no contrapé do goleiro.




Em um lance estava definido o rumo da partida. A partir de então, só deu Operário – “O Operário voltou” entoava a “torcida” mafrense. Bom para o baixinho Valdecir poder empregar toda sua velocidade. Aos 24, Itazinho enfiou para o ala chegar driblando e bater na saída do goleiro. Ainda que com um Operário um pouco mais recuado após o segundo gol, Valdecir continuava a atacar pela esquerda, cortando para dentro e chutando para o gol. Por mais previsível que fosse, a defesa palhocense não conseguia pará-lo.

Naturalmente, o Operário recuou um pouco, intimando o Guarani para o seu campo. Dessa forma, aos 38, uma dupla vinda do banco de reservas e que já teve passagens pelos profissionais deu mais emoção para os minutos finais da peleja. Izak chegou na linha de fundo e cruzou à meia altura para Alex Ramirez, que se abaixou e cabeceou no canto esquerdo do goleiro Alesson.

Enquanto o Operário de Mafra seguia investindo em contra-ataques rápidos, o Guarani rezava por uma sobra de bola para chegar ao empate. Tanto que, no último lance da partida, Cristiano cobrou um lateral na área e a bola sobrou para Izak, mas o chute passou raspando; Alesson só observou e tirou com os olhos.
Mais fotos do jogo:
Para a surpresa de alguns, o Operário divide a liderança da copinha com Criciúma e Chapecoense, todos com sete pontos. O Guarani, por sua vez, segue sem vencer, com duas derrotas em casa e um empate fora. O Bugre volta a campo na próxima quarta-feira para enfrentar o Figueirense em Palhoça, mas no Centro de Treinamento do adversário. O Alvinegro do Planalto recebe o Porto já no próximo domingo (veja a tabela aqui).
Até a próxima, com a volta da Interligas da Grande Florianópolis ou mais Copa SC. Sigamos!