Salve!
Dando prosseguimento às andanças pelos rincões da Grande Florianópolis, O Cancheiro se deslocou até a belíssima Governador Celso Ramos nesse sábado. Mas não foi para conhecer os encantos naturais do município, mais precisamente da Armação, e sim para acompanhar mais um embate pelo Grupo A da Copa Interligas. No estádio Heitor Antônio da Costa, os gancheiros do Pescador Catarinense, buscando se recuperar da derrota na primeira rodada, receberam os santo-amarenses do Estrela Azul, atual vice-campeão da competição.



Uma derrota poderia significar uma eliminação precoce para o Pescador, já que essa primeira fase é de tiro curto. Para o Estrela Azul, que vem de vitória sobre o Cerâmica na primeira rodada, era uma excelente oportunidade para disparar na ponta e confirmar o favoritismo na chave.

Mas não foi nada disso que aconteceu. Quem começou ditando o ritmo da partida foi o time da casa. Com pouco mais de um minuto, Lelê recebeu na área, mas, sem ângulo, bateu para fora. Tirando essa oportunidade, a peleia começou sem muitas emoções. Aos poucos, o Estrela foi se encontrando em campo e chegando à meta do goleiro Felipe. Aos 16, Anderson aplicou um lindo chapéu e chutou em cima de Felipe. Porém, no lance seguinte, o camisa 10 não desperdiçou. Alemão recebeu na área e fez o pivô para Anderson chegar batendo e abrir o marcador.

Com a vitória temporária, a equipe visitante se acomodou e cedeu brechas para o Pescador. Com 23 minutos de bola rolando, Lelê deslocou um cruzamento aprimorado para o centroavante Muca, mas o cabeceio para o chão foi tão forte que encobriu o gol. Pouco depois, o ligeiro Lelê foi parado com falta, na esquina da área. Na cobrança, Danilo jogou para a área e a bola, como quem não quer nada, foi indo em direção às redes, surpreendendo o goleiro Diego e colocando números iguais no marcador.

Quem teve as melhores chances de ir para intervalo vitorioso foi o Estrela Azul. A mais clara foi quando o lateral Marquinhos tabelou com Alemão e finalizou, mas Felipe estava ligado e espalmou. Mainha também tentou, mas novamente o arqueiro da casa interviu. O Pescador tentou responder na base do toque de bola, do toco y me voy, e, em uma jogada bem trabalhada, a bola chegou em Riva, porém o chute saiu fraco e mascado.

O placar seguiu inalterado até o intervalo. Nesses quinze minutos de bola parada, encostei ao lado do alambrado e comecei a trovar com o Erivan Pereira, treinador com passagens por Poço Fundo, Itinga e até pelo Água Verde, de Pomerode. A conversa sobre o futebol não-profissional de norte a sul de Santa Catarina rendeu boas histórias sobre os bastidores e o intervalo mais “rápido” desde quando acompanho o amador.

Na volta para a segunda etapa, o Estrela Azul deu uma primeira noção de que faria pressão e logo chegaria ao segundo gol. Os visitantes até tiveram maior domínio de bola, mas abusaram de perder gols e, em pouco tempo, o Pescador voltava a dominar a partida. Além disso, a sorte parecia estar sorrindo para o time da casa, que, após dar um presente para Mainha, salvou a bola em cima da linha, mandando para escanteio. A cobrança gerou um bate-rebate incrível dentro da área, onde o Estrela chutou quatro vezes em direção ao gol; todas afastadas pela defesa do Pescador.

Enquanto integrantes da equipe do Juventus, de Capoeiras, que fizeram a preliminar da partida, puxavam uma roda de samba do lado de fora do campo e davam o ritmo do segundo tempo, dentro das quatro linhas quem impunha a cadência da partida era o Pescador. Muca e Marcelo tiveram boas oportunidades, mas desperdiçaram. Até que, aos 31 minutos, Danilo tomou a pelota para si e, em uma cobrança de falta da intermediária, colocou ela no ângulo. E o lateral estava inspirado, já que quase fez um terceiro em nova cobrança de falta, seis minutos depois.


Após a virada, o Pescador fechou a defesa e a tornou intransponível. A garra e a entrega imposta pelo time da casa não deram chances para o até então favorito Estrela Azul chegar ao empate. Alemão, Mainha e o recém ingressado Neném tentaram de todas as formas, mas o ferrolho gancheiro afastava. Nem os cinco minutos de acréscimos, devido à falta de maca e às intermináveis paradas para atendimento, foram capazes de dar um alento para os visitantes. O desespero era tamanho que, já aos 48, o arqueiro Diego foi para o ataque tentar a sorte em uma cobrança de escanteio. Azar o dele que a bola sobrou para Patrick, do Pescador. O volante carregou ela e esperou o momento exato para bater, pouco depois do meio de campo, e marcar um gol antológico. “É um desses a cada dez anos”, comentou o autor da proeza após o apito final.


Pelo o que apresentou em campo, a vitória do Pescador não foi nenhuma surpresa. Os três primeiros pontos da equipe da casa ajudaram a embolar mais ainda o Grupo A da competição, já que, em Palhoça, o Cerâmica Silveira derrotou o VT Canto. Mesmo com a derrota, a equipe da Ilha da Magia se manteve na ponta por causa do saldo positivo de um gol. Logo atrás, os vencedores da rodada Cerâmica e Pescador dividem o segundo lugar, com zero de saldo. Por último, vem o Estrela Azul, com saldo negativo de um gol. Todos com os mesmos três pontos.
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Para tentar desempatar a chave, o Pescador volta a jogar em casa no próximo sábado, contra o Cerâmica Silveira. No domingo, Estrela Azul e VT Canto se enfrentam em Santo Amaro da Imperatriz. Antes disso, a segunda rodada segue a todo vapor, nesse domingo, com O Cancheiro dando um rolê no Campeche, para acompanhar o confronto entre Campinas e Cometa.
Até logo!