Salve!
Logo que saiu a tabela da série B do Municipal de Florianópolis, já dava como certa a presença em ao menos uma das tantas rodadas duplas que aconteceriam no campo da Associação de Moradores da Costeira, segunda cancha mais próxima de onde moro – só perde para a do Saco dos Limões. Foram várias as oportunidades, mas só agora, na penúltima rodada (que na verdade é a segunda do returno, adiada por causa das chuvas), é que tive oportunidade de estar presente no campo, junto das tradicionais pipas. No jogo preliminar, Grêmio Costeira e Arsenal, também da Costeira, se enfrentaram – já havia visto os Gunners da Costeira uma vez, ao lado do Desprovidos. Logo após, Vila Nova e Pântano do Sul se enfrentaram. Ambas as partidas foram válidas pelo grupo B.

A tarde desse domingo, por incrível que pareça, não foi chuvosa, motivo pelo qual tivemos apenas uma postagem esse mês – que nem foi em Santa Catarina. Sendo assim, aproveitei para ver minhas primeiras partidas pela divisão de acesso florianopolitana e colocar quatro novos times times na lista do blog. Quem também aproveitou o tempo bom e o vento favorável foi a gurizada do Costeira do Pirajubaé, que saiu às ruas e ocupou aquele espaço entre a Via Expressa Sul e a comunidade, empinando suas pipas/pandorgas/papagaios/arraias (só para citar todas as denominações que eu ouvi só naquela tarde). O problema é que tal espaço fica ao lado do campo onde a pelota rolaria, motivando constantes invasões por parte das crianças, corridas de lá imediatamente pelo treinador/presidente do Grêmio Costeira, Ednei Martins, o Sem Pescoço.


Contra o Grêmio Costeira, Arsenal sofreu o mesmo número de gols que havia sofrido em todo o campeonato



A tarde de futebol na Costeira já não começou de forma muito interessante. Cheguei no horário marcado, 13h30, sem ter almoçado, e ainda tive que aguardar 40 minutos para o início da peleja. Isso porque o time do Arsenal achou que o jogo estava marcado para as 14h. Os jogadores entraram na onda da criançada que invadia e, cansados de aguardar, pegaram seus carreteis e saíram a empinar pipas pelo campo. Na hora de tirar a foto do time do Grêmio Costeira, por exemplo, o camisa 11 Douglas Cesar ainda estava tirando sua pipa de dentro do campo, o que causou a ira de seu treinador/presidente.

Com a bola rolando, o jogo foi um verdadeiro passeio. O Grêmio, necessitando da vitória para garantir a vaga nas quartas-de-final, foi pra cima do rival, praticamente garantido. Com 6 minutos, quase saiu o primeiro gol em uma besteira homérica da defesa do Arsenal: o goleiro Mael saiu cortando um lançamento com os pés e acertou a bola nas costas de um zagueiro do próprio time, mas, para sorte deles, ela foi mansamente em direção à trave. A pressão do Grêmio não demorou muito a resultar em gol. Aos 13, a bola sobrou para Tita dividir com a zaga, ela subiu e voltou para o próprio centro-avante, agora livre, encobrir o goleiro e correr para o abraço – primeiro de muitos. Oito Minutos depois, Luiz Taffarel, camisa 10 do Grêmio, saiu na cara do gol, após escorregada do zagueiro, mas parou em uma defesa milagrosa de Mael, mandando a pelota para escanteio. Na cobrança, a bola parecia que veio queimando para o goleiro Mael que deixou ela cair, após duas tentativas de agarrá-la, para a sorte do zagueiro Robson, que dividiu com a zaga e mandou para as redes.

O Arsenal, teoricamente favorito por estar com melhor campanha, não conseguia reagir e só chegava em bolas paradas. Ao contrário do Grêmio que, aos 32, chegou ao terceiro gol, após belo lançamento de Leon, cruzamento de Luiz Taffarel e finalização certeira de Douglas Cesar – tudo de primeira, ao estilo “lá vem eles de novo, virou passeio”. Faltando um minuto para o intervalo, o lateral Ismael cruzou para Douglas Cesar, livre na pequena área, só fazer o movimento de cabecear e guardar seu segundo gol na partida, o quarto do Grêmio.

O quinto gol saiu logo aos 11 minutos da segunda etapa, em cruzamento de Weullesson, furada do zagueiro Wyllian e finalização de Eduardo. Com um Grêmio satisfeitíssimo com o resultado e um Arsenal um tanto quanto desinteressado na partida, o segundo tempo foi bem morno. Em raros momentos, o Arsenal chegava próximo ao gol adversário. O jogo esfriou tanto que, faltando 20 minutos para acabar, Donizete, reserva do Grêmio, já tirava o uniforme do jogo e os trocava por vestimentas comuns, em pleno banco de reservas. Ednei Martins, o Sem Pescoço, demorou para perceber e, quando viu, o atleta estava vestindo só a camisa do time e cueca. O treinador/presidente obviamente não gostou da situação e mandou o guri para o campo. Após vestir os shorts, meiões e chuteiras novamente, ele entrou e, com menos de cinco minutos em campo, marcou o sexto gol!

Em oito partidas jogadas, o Arsenal havia sofrido apenas seis gols. Isso mesmo, o homônimo do time da Premier League conseguiu, em uma partida, sofrer o mesmo número de gols que em todo o campeonato. Mesmo assim, continua em segundo da chave. O Grêmio Costeira subiu para terceiro e, assim como o Arsenal, já está com a classificação praticamente assegurada – basta uma vitória para ambos ou torcer para o Pântano do Sul não vencer suas últimas três partidas. Ainda assim, o Grêmio depende do julgamento de um caso de irregularidade, que faria o clube perder 6 pontos e ficar muito próximo de sair da zona de classificação.
Em jogo tecnicamente muito bom, Vila Nova vence Pântano do Sul e assegura melhor campanha do grupo



Logo após a goleada do Grêmio Costeira, Vila Nova e Pântano do Sul adentraram o campo da Costeira. Com o resultado anterior, o time do sul precisava urgentemente da vitória para não ficar 6 pontos atrás da zona de classificação, com apenas 9 a serem disputados. Apesar disso, quem assustou no começo foi o time da Costeira, já no primeiro minuto. O jogo começou equilibrado e com chances para os dois lados. Aos 30, Bruno Dutra deu um passe de cobertura magistral para seu companheiro chegar chutando, sem deixar ela cair, mas a bola foi por cima da meta. Logo depois, o mesmo habilidoso Bruno Dutra deu um giro 360 sobre a bola e bateu firme, de fora da área, no canto do gol defendido por Tayrone.

No lance seguinte ao gol, o Pântano se jogou ao ataque e, em um lance confuso, o bandeirinha teria marcado pênalti, fato que, após discussão com o árbitro, não foi consolidado, gerando a indignação da equipe. Um membro da comissão técnica, inclusive, chegou a ser expulso, alegando ruindade da arbitragem. O empate só veio aos 43, em cabeceio de Mael, que estava livre dentro da pequena área, em posição duvidosa. Com o gol, o presidente do Pântano pedia para sua equipe segurar, já que “o primeiro tempo já havia acabado”. Faltou combinar com a equipe do Vila, que, um minuto depois, voltou a ficar na frente do placar. Ismael apareceu sozinho pela esquerda, chutou e o goleiro Tayrone fez uma baita defesa, mas no rebote o próprio camisa 10 conseguiu mandar a bola para as redes.

No começo do segundo tempo, o lateral Ezequiel, do Pântano, quase surpreendeu o goleiro, em um cruzamento que encontrou o travessão. Após certa pressão, Luiz Henrique invadiu a área e foi derrubado, não deixando dúvidas para Fernando Mirando, que, dessa vez, apontou para a marca da cal. Na cobrança, Lenilson bateu com firmeza e colocou novamente o Pântano em igualdade no marcador. O novo empate empolgou a equipe mais setentrional da Liga em busca da virada, mas o chute de Ezequiel encontrou as redes pelo lado de fora e o de Lenilson foi espalmado pelo goleiro.

Lá pelas tantas, o intragável e gelado vento sul começou a bater pros lados da Costeira. Com ele, o jogo esfriou consideravelmente. Foram poucas as chances para cada lado, demonstrando um Vila Nova satisfeito com o empate e um Pântano sem pernas para buscar a tão almejada vitória. Sendo assim, tirei um pouco o foco do jogo e passei a escutar as geniais histórias do Tiago, fotógrafo da Liga, desde 2011 nessa labuta. Quando faltavam 5 minutos para o fim, o atacante Nandinho, do Vila, resolveu quebrar o tédio da partida. Na primeira oportunidade, ele chutou rasteiro e Tayrone salvou com os pés. Na segunda, Nandinho não perdoou e, depois de atravessar boa parte do campo correndo, bateu firme e sem chances para o goleiro. E ainda teve tempo para ele enfileirar novamente a zaga adversária e sofrer um pênalti. Na cobrança, Nenem bateu de cavadinha com uma marra inigualável e acertou o travessão.

O pênalti, entretanto, não mudou o rumo da peleia. A equipe do Pântano já não conseguia mais buscar um terceiro empate, o que seria um fato heroico. Com a derrota, o time do sul precisa tirar 6 pontos de vantagem do Entre Amigos, que tem um jogo a mais. Para o Vila Nova, a classificação já está assegurada, restando apenas lutar por um primeiro lugar e a vantagem nos mata-matas.
Saldo da rodada dupla na costeira: 11 gols em 2 jogos e 4 novos times na lista. Para a semana que vem, o blog dará um rolê pelo Vale do Itajaí e a ideia é trazer mais 8 equipes novas. Entretanto, não ousarei prever nada e me despeço por aqui. Até!