Dale!
Nesse sábado, ao contrário dos anteriores, a Interligas não dará as caras por aqui. Entretanto, seguimos pela Grande Florianópolis. O destino, dessa vez, foi uma cidadezinha de 8 mil habitantes, pertencente à Comarca de Biguaçu, e que tem nome de zagueiro: Antônio Carlos. Lá, a bola rola todos os anos para um dos campeonatos municipais mais fortes da região e que teve sua abertura com a partida entre o atual campeão Estrela Azul e o Grêmio Louro.
A peleja foi disputada no estádio João Schmitz, localizado no centro da cidade da Coca-Cola. Foi lá, na sua própria cancha, que o Estrela Azul segurou um empate com o Rachadel e se sagrou campeão em 2015. O rival, nesse começo da caminhada pelo bi, foi o Grêmio do Louro, quinto colocado no certame do ano passado – e com passagem até pela Copa Libertadores da América (entenda abaixo).
Ao adentrar a cancha, logo notei umas das diferenças do futebol antônio-carlense: o gramado. São poucos os estádios, inclusive profissionais, que possuem um relvado em perfeito estado como os de Antônio Carlos. Outro ponto positivo é o nível técnico das esquadras participantes, já que ex-profissionais e jogadores federados são aptos a atuar. Por outro lado, isso acabou criando um certo distanciamento das equipes com suas torcidas, já que os atletas são de fora e, muitas vezes, não estão a par das rivalidades locais – antes da partida, inclusive, o árbitro Everaldo Pitz faz um comparativo de como era apitar um Vila Doze x Santa Maria: “Há dez anos atrás, o jogo não acabava. Hoje, não há mesma a rivalidade”.
Antes da partida foi feito um cerimonial de abertura do certame – já meia-hora atrasado -, onde o Secretário de Esportes e Turismo Jaisson Basei pediu para que a rivalidade e os ânimos aflorados ficassem apenas dentro das quatro linhas. Belo discurso, que rendeu, só no primeiro tempo, uma expulsão de cada lado. Destaque para a atitude correta dos jogadores, seguindo à risca o conselho.
A peleia começou disputada, com o Grêmio no ataque e imprimindo o ritmo. O Estrela Azul respondeu com uma bola na trave, em um escanteio cobrado por Felipe e desviado por Fred. Entretanto, o domínio tricolor na posse de bola continuou e, aos 16, Abu tocou para Bruno, mas o experiente goleiro Flávio tentou interceptar e cometeu uma penalidade clara. Na cobrança, Cleiton mandou rasteiro e acertou o pé da trave (veja abaixo).
Os ânimos começaram a se exaltar após o pênalti. Dois minutos depois, Tinho foi amarelado por reclamar. Não passou três minutos e ele recebeu um novo amarelo, por falta no meio do campo, deixando o Estrela Azul com um a menos. Foi aí que a experiência de Flávio falou mais alto: em meio à pressão do Grêmio, Fabrício deu um carrinho na área e mandou a bola para o próprio gol, mas o arqueiro campeão mundial se esticou e pegou a pelota pelo rabo, a centímetros da linha.
Mesmo com um a menos, o Estrela Azul conseguir equilibrar a partida nos minutos finais do primeiro tempo. Foi quando Felipinho (ex-Avaí e Metropolitano) chegou na linha de fundo e rolou para Felipe, dentro da pequena área, bater torto. Aos 37, André, recém ingressado no lugar de Felipe, bateu de fora da área, assustando Wagner. Logo depois, Renato aproveitou uma discussão entre Jandir e Cleiton e o momento de desatenção da defesa para cabecear, livre, para fora. Ainda antes do intervalo, Bidinha, do Grêmio, cometeu falta na entrada da área, recebeu seu segundo amarelo e também foi para o chuveiro mais cedo.
Com 10 para cada lado e o jogo mais aberto, a segunda etapa começou com a única coisa que faltou na primeira: bola na rede. Logo no primeiro minuto, Cleiton recebeu na entrada da área, girou e rolou para o lateral Silvinho chegar batendo na veia, mandando a pelota no ângulo, em um lance de rara felicidade.
Mesmo com a pressão, o empate só veio aos 24 minutos. Bazuca desviou um cruzamento na área; a bola sobrou para Felipinho que, mesmo em meio a cinco marcadores, conseguiu pensar rápido e desferir um golpe certeiro de calcanhar, surpreendendo Wagner. A partir do gol, o juizão Everaldo começou a tomar algumas decisões questionáveis, gerando a ira de torcedores dos dois times, principalmente do Grêmio. O ponto alto foi quando Wesly, do time do Louro, foi expulso em um lance confuso com Gegê. “Não serve nem para apitar briga de galo nos Canudos” dizia um insuportável torcedor junto ao alambrado. Pela distância, não consegui analisar o lance, mas, até então, a atuação do trio de arbitragem vinha sendo correta – contrariando os cornetas e suas médias de mais de um palavrão por frase.
Mesmo com mais ofensividade, o Estrela não conseguiu desempatar a partida. Nem os cinco minutos de acréscimo e uma cabeçada perigosa de Fred no último lance foram capazes de tirar os números iguais da abertura do Municipal. Foram mais tarjetas vermelhas do que bolas nas redes, além de 10 cartões amarelos, evidenciando uma partida fraca tecnicamente, mas peleada por todos em campo – fora dele, ao contrário da recomendação do secretário, houve algumas discussões entre torcedores de ambas equipes, gerando princípios de cenas lamentáveis.
A rodada segue amanhã, com um jogo pela manhã e outro pela tarde: Rachadel x Santa Maria, às 10:15, e Internacional x Cruzeiro, às 13:15, ambos no mesmo palco da abertura. Ainda teria um quarto jogo, mas o Rio Farias desistiu da competição no último momento, obrigando o Vila Doze a folgar na primeira rodada – e só estrear daqui a duas semanas, já que a bola não rolará no feriadão da Páscoa.
Como não poderia deixar de ser, O Cancheiro continuará seguindo seus rumos no domingo. O destino será São José, para uma rodada dupla pela Interligas. Aguardem!
[…] um pouco mais cansativo. Quanto ao equilíbrio do grupo, tudo na mesma, quanto ao Cancheiro, esteve em Antônio Carlos, e quanto ao Desprovidos, voltou à ativa no dia seguinte. Logo menos, o relato aqui no […]
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[…] município de cerca de 8 mil habitantes. A cidade já é conhecida do blog, já que estivemos na abertura do Municipal do ano passado e em um amistoso intermunicipal, entre Grêmio Cachoeira e Floresta, realizado no início do ano […]
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